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ns dias antes do Natal e meu telefone começou a
apresentar problemas. Ligava e desligava quando queria e o pior, nada de
Internet. Bastava entrar no WhatsApp, ou no Face, que o aparelho desligava e religava, ou melhor
tentava religar. Por incrível que pareça
estava usando o telefone como um “simples telefone”.
Faltavam alguns presentes, ou melhor, quase todos, e
caminhava pelo Shopping em busca de idéias quando resolvi fazer um chaveiro com
foto, muito maneiro, e claro que a foto era uma das mil e tantas que estavam no
meu telefone.
Busquei na galeria e achei a foto que queria, agora era
só aguardar para que fosse copiada e o presente estaria pronto. O que eu não esperava é que o bendito
aparelho iria novamente se desligar e desta vez para não mais voltar.
Segundo informações da operadora, somente em abril estaria
em condições de trocar o aparelho como normalmente faço, ou seja, “sem custo”. E como sempre desejamos um de ponta, o melhor
seria esperar e arranjar um “quebragalho”.
O problema é que na hora de escolher os “quebragalhos”, sempre o “mínimo
necessário” vai pouco além do “atender o telefone” e não tem como ficar sem uma
mensagem ou o danado do WhatsApp, e aí o preço do “quebragalho” vai um pouco
além do desejado.
Passou o dia, veio o Natal, e dei por mim que estava
quase nu, sem telefone, sem msg e sem o WhatsApp. E o pior, sem os números dos
telefones que estavam no meu velho aparelho e eu sem aquela famosa caderneta
que atualmente quase ninguém usa.
Consegui falar com meu pai, minha mãe e meu irmão, e
só. Não sabia quem tinha ligado e não conseguia ligar para os amigos como
sempre faço. E me dei conta do que é passar um Natal sem telefone, sem as redes
sociais e sem as conversas e piadas do WhatsApp. Foi realmente um Natal “diferente”
onde pude curtir mais o papo, os drinks, as comidas, e ver o Bom Velhinho mais
uma vez distribuir os presentes com a ajuda de Nininha.
E logo logo tudo volta ao normal, 7 entre os 10
presentes já estavam de armas em punho. O papo telefonico entra a todo vapor e
em cada canto uma msg, uma foto, uma piada enviada ou recebida. Eu, meio perdido, apenas brincava,
bebia e comia, sem telefone, sem msg, sem WhatsApp, situação que já me fez
pensar em como estamos realmente diferentes, distantes mesmo quando tão pertos.
Hoje voltei ao “normal”, já estou com meu novo “smartphone”,
de ponta, com tudo que tem direito e principalmente com acesso às redes, fotos
com mais qualidade, som maneiro, rádio, msg e claro, o WhatsApp, que não poderia
faltar, e por incrí
vel que pareça, também utilizado como telefone. Mas para o próximo ano juro que já estou pensando em mais um "Natal sem WatsApp".