sábado, 22 de fevereiro de 2020

Dr. Antero, muita saúde, muita energia e muitos drinks.


C

arnaval de 2020, não é o assunto principal deste texto, mas serve como parâmetro para destacarmos o tempo que estamos juntos com um grande amigo, companheiro de muitos drinks, muitas histórias, tristezas, mais alegrias e grandes vitórias, numa vida marcada de lutas, decisões, com mais acertos do que erros.

Na Corrêa Dutra, com a família comandada por Dr. Ari e Dª Dilzamar, Antero e seus irmãos, Dellaney, Catarina, Paulo Godá e Emibene, chegaram do Piauí, no início da década de 60, e fazem parte do núcleo mais antigo da Correa de Baixo, como chamamos a rua entre a Praia e o Catete.

Com a mesma idade, e morando perto, logo nos conhecemos, pois iniciamos nossos estudos na mesma Escola, a Rodrigues Alves, na esquina da Silveira Martins e Catete.
O passo seguinte foi a antiga sede náutica do Flamengo, hoje derrubada para mais um espigão na cidade. Foi o tempo que Antero se descobriu como goleiro, aquela posição que sempre sobrava para o que menos jogava nas linhas, mas não era o caso dele, queria ficar ali, debaixo das traves, por opção, e nós só tínhamos a agradecer, aliás nosso Sede Velha, foi privilegiado nesta sofrida posição, pois desde os primeiros tempos tivemos bons arqueiros, com destaque também para Manga e Betinho Chahaira.

Da Sede Velha fomos para o Aterro, onde Antero se firmou definitivamente. Titular absoluto em nosso time, fazia grandes defesas , era conhecido das torcidas, e seguiu o caminho normal da maioria de nossos atletas. Foi para o futebol de salão do Fluminense, para o campo e depois para o Botafogo, mas o desejo pela medicina falou mais alto.

Insistente, com personalidade, passou por algumas dificuldades mas não desistiu de seu principal objetivo. Fez diversos vestibulares até que chegou lá. E sua alegria também era nossa, pois todos torciam por sua aprovação. O futebol tinha perdido um grande atleta mas não totalmente, porque o Dr. Antero se formou como ortopedista e especializado na área esportiva, prestou serviços para o Flamengo, Fluminense e Botafogo, assim como passou um bom tempo na Arábia.

Sempre muito querido e participativo, nunca se importou com brincadeiras em relação ao seu comportamento, às vezes tímido e discreto, outras vezes bem espontâneo.  
Boca Virgem, El Bigodon, Golman, Anterão, foram alguns apelidos que eventualmente era chamado, e como sempre atendia com seu  sorriso aberto, característica recebida de seu pai, nosso querido Dr. Ari, mas ficou mesmo marcado para todos nós como o Dr. Antero, que entendemos como uma singela homenagem ao seu esforço e sua maior vitória, a medicina.
Antero conquistou prestígio, independência e depois de algumas aventuras, uma grande família. Ao seu lado, uma menina insistente, que ainda novinha se apaixonou por aquele cara que ai
nda não a via como uma mulher.  Iniciaram um namoro de idas e vindas. Numa época que saíamos muito, com várias amigas, Verônica não tinha ou
tros olhos e desde cedo traçou um objetivo, conquistar o Antero. E para isso, a vida lhe ensinou a ter paciência, conhecer bem a presa, e saber a hora certa de dar o golpe, e assim foi a história deles. Por mais que ele achava que era apenas uma aventura, que não era aquele caminho que realmente queria, alguma coisa sempre o levava para Botafogo e se encontrar com aquela menina que ele viu se transformar numa mulher, que assim como ele, tinha um perfil de lutar pelo que queria.

Hoje, depois de muitos anos, Antero e Verônica mantém uma família tradicional, com três filhos, sendo que a bela Gigi é quem manda nele, como ele mesmo afirma.

Em relação à sua saúde, antes do susto que nos deu, lembro que sofreu para tirar umas pedras nos rins quando ainda estudante de medicina, e alguns anos atrás, fez um cateterismo quando foi descoberta uma miocardiopatia dilatada, doença muito comum, que faz o coração crescer, e que ele tratava sem qualquer alarde ou sintoma que previsse algum problema maior.

E o susto veio. Um ataque cardíaco, que sempre chega rápido, normalmente sem aviso, e com alto risco de fatalidade, mas que nosso amigo conseguiu sobreviver. Segundo as informações de seu filho, a situação foi crítica e precisou ser revitalizado, o que entendemos que ele foi salvo graças ao pronto atendimento que teve e ao seu próprio estado de saúde, pois além da resposta rápida aos primeiros socorros, sua recuperação foi rápida, impressionante, e gratificante para todos nós.

Como consequência ganhou de presente um pequeno marca-passo que o
ajudará a se manter firme nos próximos
e longos anos que ainda tem pela frente.

Não temos condições de dar conselhos para o Dr. Antero, pois é evidente que ele conhece o tema muito mais do que nós, mas conhecemos seu ritmo de trabalho, o stress que deve ser para tratar de vidas, das cirurgias que participa como ator principal, quase que semanais, algumas com horas de duração, e esperamos que avalie bem seu tempo e seu comportamento

E em nome dos seus amigos e confrades da turma da Corrêa Dutra, desejamos todos, do fundo de nossos corações, alguns talvez já baleados, muita saúde e muita energia, para que possamos brindar juntos por muitos e muitos drinks.


Meu amigo, até breve.