sexta-feira, 26 de março de 2021

Flashes de nossa história

 









Caramba, de repente eu parei e vi que acabou o verão de 2021, que nós já passamos pelo ano de 2020, ou será que não passamos? E recebi a notícia que os feriados se juntaram, que a festa junina é na semana que vem, e que veio junto com o Natal e o Ano Novo, ou seja, antes de 2022 já estaremos no verão novamente?

Parece que 2021 será mais um ano diferenciado, mas como tudo na vida tem pelo menos dois lados, vamos então manter o olhar para o lado positivo.

Somos uma turma praticamente sexagenária, considerados como grupo de risco. Passamos de protetores da família para protegidos, onde filhos, genros, noras e principalmente, os netos, passaram a nos controlar, a proibir nossas saídas, nossos encontros, e até mesmo nossos drinks, o que, por outro lado, faz com que alguns de nossos amigos até se arrisquem em eventuais escapadelas.

Um ponto positivo, é nosso maior contato via redes sociais, com destaque para o Facebook e WhatsApp. Praticamente ninguém conversa mais pelo telefone, agora é tudo pelos aplicativos. É o “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”, “olá”, “alô”, além de inúmeros memes, de tudo que se possa imaginar, principalmente política, sacanagem e futebol.

E os Grupos passaram também a substituir os contatos individuais, ao ponto de muita gente introduzir conversas particulares no meio de grupos fechados, que por vez até criam situações constrangedoras.

E a mistura desse tempo maluco com conversas e fotografias postadas em nossos grupos de mensagens e fofocas, algumas delas nos trazem à tona lembranças que se tornaram verdadeiros flashes de nossas histórias e que gostaríamos de deixar registradas aqui, em nosso baú de lembranças, guardados para serem, e que possam ser lidas e relembradas, por nós e pelos que virão depois, em novos tempos.

Esse olhar no que já passou, com seus erros e acertos, será sempre um motivo a mais para novas conversas. E esperamos que os amigos e amigas se animem para contar algumas de suas histórias, quem sabe com detalhes guardados até o dia hoje. É sempre bom lembrar que este espaço é de todos nós que formamos esta Turma de Amigos e Confrades da Correa Dutra e Arredores.

E revendo os comentários e fotos dos últimos meses, destacamos alguns trechos que traduzem bem o que descrevemos, são pequenas experiências do nosso passado, flashes de histórias que continuam interessantes, e até mesmo desconhecidas para alguns.

Serginho Pequeno postou o seguinte comentário:

“Teve uma festa na casa de Jone, quer dizer na casa da avó dele, que para entrar  tinha que tomar um ácido ou um Arcênio , pra poder entrar. Radi Cole !!!”

Vamos tentar esclarecer. A festa realmente existiu, e na casa de nosso querido Jhonny, assim como o tal brinde na entrada, que não era obrigatório, mas sim uma oferta do anfitrião que distribuía também um outro produto bem conhecido da turma e obtido junto ao nosso querido Gigi, além das cervejas, drinks, e muito rockroll. Foi realmente uma loucura, até mesmo para os dias de hoje.

Serginho era ainda um moleque,  e talvez por isso tenha se embaralhado um pouco na lembrança do nome do presentinho de boas vindas, que acabou sendo absorvido por uma galera que curtia seus efeitos colaterais. Ninguém sabia ao certo das consequências e Jhonny garantia que era apenas uma onda passageira.

O grupo era bem variado. Os mais malucos topavam de tudo, e depois caminhavam desorientados vendo tigres e lagartos pela casa. Outros ficavam no meio termo, entre os drinks e o farto fumacê, e os mais devagar, preferiam as meninas e os drinks.

A substância era um comprimido de Cloridrato de Trexifenidil, ou simplesmente Artane, e que segundo a bula, se ingerido com álcool, pode estimular situações de confusão mental, delírios, alucinações, euforias e paranoias, e durante algum tempo passou a ser um complemento para as festas e bailes da época deste grupo mais atirado. 

Vieira nos contou uma historinha que não tínhamos conhecimento, mas que é bastante interessante e chama a atenção nos pequenos detalhes.

Segundo ele, um conhecido amigo nosso, que preferimos omitir o nome, presente em nossa rede social, dormiu com uma menina num conhecido hotel pulguento, lá do Catete, e depois da transa, ela foi se levantar, não sabemos como, ela tropeçou em seu pênis, ainda em posição de combate, e levou um tombo. A jovem, meio desorientada, cismou que nosso amigo tinha “deixado o pé na sua frente”, e de propósito, para que ela caísse. O fato gerou uma tremenda confusão, a polícia foi chamada e o caso foi parar na nossa conhecida 9ª DP, do Catete.

As 4 horas da matina, Vieira e Amaro foram para a Delegacia ajudar a liberar nosso companheiro, e para isso tiveram que convencer ao Delegado que tudo não passara de um acidente, e que ele, em momento algum tentou derrubar a menina, ela apenas tropeçou naquilo que ela pensava ser o “pé grande e duro, número 44”, de nosso querido e avantajado amigo.

E por último as lembranças que vieram à tona pela postagem de uma foto da reportagem sobre o covarde assassinato de nosso saudoso amigo Paulinho Malandro, ocorrido em janeiro de 1989. O caso deixou todo mundo chocado, e muita gente revoltada com o policial Luis Felipe, também morador da área, que o matou com três tiros sem qualquer chance de defesa.

Paulinho era um cara atrevido, craque na capoeira e encarava qualquer um. Era brigão e não levava desaforo para casa. Um dia antes do crime, os cachorros de Luis Felipe e Paulinho tinham se estranhado e segundo o policial, no dia seguinte da briga, eles se encontraram e Paulinho o ameaçou com uma barra de ferro, o que para nós seria uma atitude muito pouco provável.

No dia seguinte, Luis Felipe, de forma premeditada, desceu para a rua armado com um revolver, e quando avistou Paulinho não lhe deu qualquer chance de reação, atirou em sua direção, acertando o primeiro tiro em seu braço, e outros na sua costa. Paulinho ainda tentou correr mas não resistiu e morreu no local.

Logo depois o policial foi preso por um PM quando tentava recarregar sua arma, e levado para a 9ª DP (sempre ela), de onde foi transferido para o Ponto Zero. Como consequência, seu carro foi depredado e queimado por mais de 300 amigos e conhecidos de Paulinho.

Tuta:

- Paulinho Malandro era um grande amigo. Maluco na vida real, mas com um coração maior do que ele. Quando teve pegado na 10°DP da Bambina, se queixou muito a mim, numa visita, que muitos amigos sumiram depois que foi preso. Acho que esse cão dele, motivo da briga, era filhote do cão do Fifico que jogou no Ordem, gente da melhor qualidade também!!!        

Bibaca:

- Sim !!! Fifico jogou comigo no Ordem, depois ele arrebatou a Guadalupe, ex Derzemar, e foram morar em Saquarema, e lá ele começou a mexer com canil. Uma vez eu fui visitá-lo. Gente finíssima.


Tuta:

-O Fifico tinha um Afghan Hound quando morava no Catete, logo depois da Santo Amaro. Eu fui muitas vezes na casa dele pra pegar o cão e levar pra praia. Acho que o cão do Paulinho era filhote desse!!!

Marquinho Cabeça:

- Bom dia a todos! Realmente o Paulinho ficou pouco tempo conosco! Lembro de uma passagem dele, quando mais novo. Havia um jogo de futebol de salão no Ginásio do Fluminense a noite quando o juiz parou o jogo porque a mãe do Paulinho que era “braba” foi buscá-lo pois não devia ter saído! Ele estava com o Mexicano que era um “fio desencapado” . O jogo somente recomeçou depois do Paulinho sair com a mãe dele! Na época ele morava na CD!

Era gente fina! Nosso amigo!

Cássio Pinga:

- Falando do Paulinho Malandro, já vi ele brigando com o cara e cantando música de capoeira ao mesmo tempo.

Frango:

- Lembrando Paulinho Malandro, eu e ele íamos, para porta do Amaro, azarar as garotinhas, aí, surgiu um cara e arrumou uma conta, conosco, o Paulinho deu a primeira eu completei o resto, deu merda, chegou os meganhas e Paulinho foi em cana, massa, o cara tava todo fudido, e, falou, não foi ele foi o outro, que era eu, os meganhas, queriam saber quem foi mas, ele não me entregou,  os meganhas conheciam o pai dele Sr. Artur que tinha uma loja de móveis na rua do TTK, perto da 9° DP, aí aliviaram ele.

Meu parceiraço, SAUDADES!!

Paulinho, que morreu com apenas 33 anos, foi um grande amigo e nos deixou muitas lembranças.


E até nossas próximas lembranças. Participe. Compartilhe suas experiências. Conte seus segredos. Nos conte um flash de sua história.