segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Rose e Juarez Machado - Um encontro que ficou na memória




 

Por conta de um vídeo que o Zé, publicou em nosso grupo do Whatsapp em que aparece o Juarez Machado com o Juca Chaves, despertou a memória de nossa querida amiga Rose. Ela lembrou-se que no início da década de 70, a TV Globo trouxe ao conhecimento do público, um artista até então pouco conhecido no eixo Rio-São Paulo, para fazer um quadro no Fantástico. Seu nome é Juarez Machado e foi um sucesso imediato, com seu trabalho estilo non-sense, fazendo vinhetas animadas, com cenários projetados por ele, em que atuava como mímico ou “desenhista do gesto” como ele gostava de dizer. Ele interagia com seus próprios desenhos e se apresentava com o rosto pintado de branco e uma roupa que misturava cenário e boneco.

“E o que ele teria a ver com a turma da Correa?” me perguntariam os mais afoitos. Teria e tem um pedacinho da memória pessoal que nossa amiga Rose nos relatou.

        “Conheci Juarez Machado no Foto Flash Studio, em Ipanema, na Visconde de Pirajá, 156; onde trabalhei em 1979 – tinha 18 anos. Eu e outra funcionária do estúdio Marivone (que se tornou uma grande amiga ao longo destes anos), tínhamos um escritório atrás da loja, onde os donos faziam seus contatos comerciais e nós executávamos serviços técnicos-fotográficos.

Vale dizer que Marivone e eu até hoje, mantemos contato e amizade! Falei hoje com ela e lembrei que ela vai fazer 75 anos em janeiro e eu farei 60, em 2021.

Mas voltemos ao nosso querido artista. Juarez Machado sempre foi muito simpático e agradável. Casado na época, com a Eliane Carvalho, tendo dois filhos com ela. Eliane era linda e delicada, ligada as artes também. Me recordo que os dois falavam muito baixo, o que me chamou a atenção na época. Eu pensava que eles falavam baixo por serem artistas e ricos (risos). Soube que ela em determinada época, aventurou-se no universo gastronômico e tornando-se “chef de cozinha”. Acho que foi nesta época que eles se separaram. Foi nessa época também, que me separei do Serginho “Pequeno”.

Juarez levava suas "artes", se assim podemos chamar, para reproduzi-las em slides e negativos. Eu fazia a foto do original, dentro dos cortes que ele pedia e revelava em negativos ou slides direto. Nossa! Eu ficava “doida” com as obras dele! Me lembro que fotografei e fiz slide e negativo do “cone” que aparecia na vinheta do Fantástico!

Aprendi muitas coisas sobre fotografia, estúdio de foto, fotografei em “codalite”, que não existe mais – era a foto em preto e branco sem outros tons e depois eu colocava cores nas letras, por exemplo. Aprendi aquela técnica para fazer slides médicos e artes com letras.

A arte do Juarez sempre foi uma mistura de slides com suas obras e slides “codalit” para letras, com explicações necessárias do slide da arte. Era tipo road show (apresentações de slides e negativos). Eu era boa nisso!

Ele gostava de entrar no estúdio, para explicar os cortes que queria que eu fizesse nas fotos; e enquanto isso, tomava um whisky e batia altos papos com todos nós!

        Esta foi uma grande recordação que o Zé me trouxe quando postou um vídeo do Juca Chaves e Juarez Machado.

Grandes lembranças e recordações maravilhosas!"

Assim, colhemos mais um depoimento de uma amiga, com quem mantemos contato permanente e a quem dispensamos nosso carinho. Foi muito legal, receber este depoimento dela!

Rose atualmente que está do outro lado do oceano, morando na Alemanha, na cidade de Rodgau, a 30km de Frankfurt, centro “nervoso” da Europa, nos brinda com este “presente”, mantendo viva nossa memória coletiva, reproduzida aqui em nosso Blog.

Um Feliz Natal e um Novo Ano próspero, com saúde e paz a todos!

 

Nota da Redação: 

Depois de várias viagens internacionais levando sua arte, em 1978, Juarez Machado fixou residência em Paris, onde montou mais um ateliê. Localizado na Rua das Abbesses, no bairro de Montmarte, onde morou com sua amiga e companheira Melina (recentemente falecida), e onde o artista é festejado em cada esquina.


Em 2014, Juarez inaugurou o Instituto Internacional Juarez Machado, localizado na antiga casa de seus pais, em Curitiba, onde reúne obras e lembranças da família e do próprio artista, como a famosa bicicleta com rodas quadradas. A casa tem amplo espaço para exposições e uma lojinha com criativas obras do artista.


Em 2015, para comemorar um ano da existência do Instituto, Juarez realizou uma exposição em Curitiba onde reuniu 200 peças para a mostra “Juarez Machado na Hora do Recreio”. O artista, que é reconhecido pelo leve surrealismo e por explorar suas obras como críticas sociais irreverentes, reuniu na exposição, objetos, esculturas, desenhos, fotografias, além das pinturas com as figuras femininas, quase sempre presentes em sua obra. “Eu trabalho muito com o deboche, o humor é uma forma crítica que provoca e diverte, resolvi fazer uma exposição para me divertir”, disse o artista.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Bar Peladão - “Buteco di Bebidas e Gororobas” - Festival alegre

    A pandemia nos trás algumas novidades, e uma delas é a decisão de nosso Confrade José Dellaney, ou simplesmente Della, em nos brindar com textos que contam suas observações sobre importantes paragens para seus drinks e degustações, e o primeiro ponto de encontro é o Bar Peladão.

    Bar corriqueiro sem vastas frescuras, mas uma vitalidade “di buteco”, uma boa bodega. Situado em Piratininga –Niterói no bairro Bonsucesso, conhecido popularmente como “inferninho” que fica localizado no “pé do morro”, morro tem pé? Nessa circunvizinhança tem, mas fazer o que? Voltando ao “pé da colina” - em seu entorno existem pequenos comércios que pulsam, agitam o local. A comunidade que lá frequenta, a satisfação é bastante agenciada pelos comerciantes e seus pares. No botequim as guloseimas, os caldos, enfim a “gororoba”, é feita no dia e saem quentinho por volta do meio dia. É uma verdadeira comida “di buteco”. 

    Como já descrevia tia Zulmira” Padres, primos e pombos – os dois primeiros não servem para casar, os dois últimos só servem para sujar sua casa” (Stanislaw Ponte Preta). Nessa escrita titubeio o Peladão. Lugar divertido, um bar ajustado. Que não serve para casar, e nem sujar, entretanto ao mesmo tempo serve para beber as mais distintas bebidas, comer os mais variados petiscos e se divertir com as fuleiragem dos amantes dos drinks e suas historietas exageradas, desenhando os efeitos do festival, os blablablás regulamentares no “pé do morro” do Bar Peladâo. 


J. D.S.L.(DELLA) Outubro 2020




terça-feira, 4 de agosto de 2020

Tudo na vida tem pelo menos dois lados, até na pandemia

T

 udo na vida tem pelo menos dois lados, duas escolhas, dois caminhos, e o isolamento social provocado pela pandemia da COVID19 também tem seu lado interessante, muita gente passou a se interessar um pouco mais pela leitura, mesmo que pela internet, e quem lê mais, tende a também escrever mais.

Exemplo disso podemos observar nos diversos grupos de relacionamento, e os nossos não fogem à regra. E quando não escrevem, reproduzem, compartilham, dão opinião sobre o que foi lido, e assim também exercitam o ler e o escrever.

Dois de nossos amigos,  os maninhos Frango e Mário, quase no mesmo dia, compartilharam um texto de Rica Perrone ( "Você já foi a um Samba ?”  )  e Mário, um cara cada vez mais inspirado em suas colaborações, sugeriu sua publicação em nosso blog.

Ao ler o texto entendi perfeitamente o porquê da intenção de Mário, pois até parece que Rica Perrone, jornalista que adora o futebol e o samba, conhece bem a nossa turma.

Como o texto já viralizou pela grande rede, entendemos que ao postar seu texto estamos não somente fazendo uma homenagem a quem escreve fácil e divertido,  mas também guardando suas palavras que realmente nos tocaram de forma bastante positiva.

“Eu não me refiro a um pagode num bar com camisa polo e calça jeans. Me refiro ao samba. Talvez, como eu por boa parte da minha vida, você desconheça o que de fato chamam de “samba”.

Não é nem mesmo um ritmo definido. Confunde-se com pagode, samba enredo, até mpb é samba. Talvez porque samba não esteja no ritmo e nem na batida. Mas sim no ar.

Num samba você sorri pro inimigo. Se olhar pra mulher errada é capaz de abraçar o marido e se desculpar. Ninguém discute. Ninguém está puto. Tem algo que não sei colocar em palavras.

Tem senhoras de idade, crianças, gays, negros, brancos, pobres, ricos, e nenhuma possibilidade de separa-los só pelo olhar. Talvez o mais rico esteja de chinelo, o mais pobre no palco tocando pra você. Não se sabe.

O que se sabe é que samba é um pretexto. Tal qual o futebol e o churrasco, você não vai com uma finalidade prática. Ninguém vai ao samba pra ouvir samba apenas.

Vai porque quer paz. Alegria, a leveza de repetir as mesmas músicas toda semana, até mais de uma vez no mesmo samba, e ainda assim erguer os braços, fechar os olhos e se emocionar com ela.

“Madureiraaaa…” e pronto, todo mundo sabe que é hora do “lalaia”. Todo mundo tem o “seu samba”, como Arlindo tem o “seu lugar”. E quando ele toca parece só seu.

Todos te entendem. É absolutamente comum ver alguém rodando de olhos fechados numa música e ninguém em volta repudia. Porque “a sua hora vai chegar”.

Cerveja gelada e de garrafa. Não tem espumante. No máximo uma caipirinha.

No samba o petista e o bolsominion cantam “insensato destino” juntos brindando. E juro, não é droga. Aliás, é disparado o ambiente festivo/musical onde vejo menos drogas.

Sambista não fala mal do rock, do sertanejo, do funk. Não compete. Junta.

Samba é ser brasileiro. Não gostar dele é renegar uma cultura e não um estilo musical. E mesmo se você não gostar da música, é impossível você não gostar DO samba.

Se o Brasil fosse um país sério o hino nacional seria tocado no cavaco, cantado pelo Xande de Pilares, com o Wander Pires anunciando que a hora é essa.

Teria paradinha pro refrão, brinde pro “filhos desse solo és mãe gentil”, e o Zeca de fundo dizendo “E essa terra é o que?” pra que o povo erguesse os copos de cerveja e cantassem “terra adorada! Entre outras mil és tu Brasil é pátria amada”.

“E os filhos?!”, diz a Beth! E o povo repete o refrão.

Que sonho. Aliás… “sonho meu... Sonho meu…”…”

Texto: Rica Perrone


sábado, 20 de junho de 2020

História de nossas histórias

 Tudo tem pelo menos dois pontos de vista, e até mesmo neste isolamento provocado pela pandemia da COVID19, existem situações interessantes. Uma delas são nossas conversas via as redes sociais. Ali se fala, ouve e escreve tudo e mais alguma coisa. São conversas de hoje, do passado e até mesmo do futuro. Como será depois da pandemia? É um questionamento presente em várias redes.

Em nossa rede de WhatsApp não é diferente, e de vez em quando surgem assuntos que favorecem um diálogo maior, com menos sacanagens, com dúvidas e até mesmo alguns esclarecimentos positivos.

E para que no futuro, nossos amigos que ainda se interessem pelas histórias de nossa história, resolvemos guardar um diálogo como exemplo de nosso ZAP, pois do jeito que é a velocidade na informática, com certeza daqui a pouco tempo outras ferramentas irão aparecer para monitorar nossas conversas.

Os trechos a seguir são de 19 de junho de 2020, e referem-se a uma conversa que tivemos com Raimundo, Serginho Pequeno, Cássio Pinga, Paulo Godá e Bibaca sobre nós e os anos 60/70, na época da Intervenção Militar de 1964, que veio a colocar o país num período que veio como um remédio para a democracia mas nos envenenou com o autoritarismo de uma ditadura.

































terça-feira, 9 de junho de 2020

Quarentena na Cozinha


S
ão mais de 60 dias em casa. Saídas somente as essenciais, realmente necessárias, como por exemplo quando desço até a Cantina do meu Condomínio para atender algum chamado importante, e aproveitando a oportunidade, alguns minutos de prosa e uns goles de cerveja, por baixo da máscara, só para não ficar de bico seco.
Em casa já consigo ir do quarto para sala, para a cozinha, varanda e em todos os cantos de olhos vendados. Já vi algumas séries na TV, algumas em apenas um ou dois dias. A TV, nesta guerra política, está muito chata de ver e ouvir. A leitura foi substituída pelo smart, agora um inseparável objeto de uso pessoal, talvez até mais do que uma escova de dentes. Com ele vc lê, vê, assiste, escreve, paga, cobra, faz mil e uma coisas e nosso principal ladrão de tempo, vc nem percebe e morreu mais um dia.
Mas sempre arranjamos outras coisas para fazer, e a culinária é uma atividade que quem gosta não para nunca. Claro que nem todos vão para dentro da cozinha, preferem curtir o resultado final, mas em nossa turma, temos alguns confrades que se arriscam nas panelas.
No meu caso, o churrasco tem sido meu carro chefe de muitos anos, uma herança de meu pai que era um aficionado, e que fazia questão até de se vestir com alguns paramentos que trouxe lá dos pampas em suas viagens.  Também me aventuro nas panelas e frigideiras e agora, na quarentena, até doces e bolos já saíram do fogão e do forno, e até agora acho que não estou fazendo feio.
Mas temos outros admiradores da arte, como a trinca familiar Mário, Frango e Tamba, responsáveis por feijoadas e outras paneladas, além de seus tradicionais churrascos já bem conhecidos pela turma, que sempre cobra novas eventos.
E dentre outros, nosso amigo Bibaca é mais um que tem aproveitado a quarentena na cozinha. Cada dia um prato diferente, uma salada colorida, uma carne bem assada e temperada, e que agora está tentando entrar com cardápios mais  light  para reduzir seu consumo de calorias, e melhorar sua cinturinha.
Além de nós amadores, temos em nossas fileiras, dois profissionais da culinária, dois Claudios. Um é o Qualirinha, que além de criar e montar seus pratos não deixava de saboreá-los com certa intensidade e no auge de seus 200 kilos foi obrigado a uma pequena intervenção cirúrgica e hoje curte seus 120kg de muita alegria e drinks para ajudar a se manter em forma.
O outro é nosso companheiro de blog Luiz Claudio Kibe, apreciador de uma cozinha bem elaborada, com olhos nos pequenos detalhes  e que quando nos encontramos não podemos deixar de lembrar de nossa Paella, um marco em nossos encontros, simplesmente inesquecível e que temos esperança de um dia conseguir repetir.  Kibe se aperfeiçoou na arte culinária, abriu um restaurante em Brasília, que no momento está fechado por causa da pandemia, e assina uma página no Face onde comenta sobre cozinha com amigos de toda a parte do mundo  ( https://www.facebook.com/cozinhandocomamigosg ).
E num final de semana desses, nossa amiga Estelinha gostou das conversas sobre pratos que tínhamos feito decorrente de nossa quarentena na cozinha e resolvemos presentear não somente ela, mas nossos amigos e leitores com três receitas simples e que esperamos que todos apreciem. E não vamos parar por aí, esperamos que a própria Estela, assim como outros confrades possam também colaborar e nos repassarem algumas novas dicas e recitas, inclusive lá da Alemanha da Rose.
Começamos com uma PANQUECA cuja receita aprendi faz muito tempo com minha mãe, D. Ilka, que neste mês, dia 26, comemora seus 90 anos, desesperada por não poder sair de casa e com suas broncas e costumeiros palavrões nos dá uma certa alegria pois demonstra que ainda tem muita força para passar por essa onda e ainda curtir mais um bom tempo entre nós. Parabéns minha mãe.
Sua receita é simples e tradicional, e a chamo de TUDO 1.
1 ovo,
1 xícara de leite
1 xícara de farinha de trigo (usei a de aveia e ficou muito boa, o Kibe sugeriu a de semolinha, vamos testar)
1 colher de sopa (bem cheia) de manteiga (margarina ou óleo, sem preconceitos)
1 (boa) pitada de sal
50g de queijo ralado  (opcional)
Para fazer, costumo bater o ovo com um pouco do leite e a manteiga ( se derreter é melhor) e depois coloco no liquidificador com o resto do leite e adiciono a farinha e o sal.
Bate por um minutinho ( ou um pouco menos ) e o milagre acontece, a massa está pronta.
O melhor é fritar numa frigideira antiaderente, até parece que panqueca foi feita para isso.  Eu sempre passo um pouquinho de manteiga para deixar as panquecas mais coradinhas.
Adoro panquecas, e comecei cedo, ajudando minha mãe, pois eu conseguia faze-las mais finas, mais fáceis de rechear e ela agradecia muito a ajuda.
O recheio foi uma carne moída, refogada no bacon, cebola, alho e tomate, com pitadas de alecrim e o tempero final abafado com uma pitada de cominho em pó, uma especiaria daquelas que serve para muita coisa: melhora a digestão, reduz a formação de gases, combate a retenção de líquidos, reduz cólicas e dores abdominais, fortalece o sistema imunológico e afirmam com certeza, que é afrodisíaco. E pelo sim e pelo não, é um tempero frequente em meus pratos.
Para rechear é só ter um pouquinho de calma. Primeiro frite e reserve-as num prato à parte e em outro (um prato raso de preferência), ou numa tábua, coloque uma panqueca de cada vez, com cuidado para não partir e distribua numa das metades, uma boa colher da carne moída, costumo também colocar um pouco de queijo ralado por cima da carne, mas é uma questão de gosto. Em seguida enrole e comece a montá-las em uma travessa. Faz assim com todas as outras, mais ou menos umas 10 unidades. E depois de feitas e arrumadas, polvilhe com o queijo ralado, está pronto para servir.  Se demorar um pouco e esfriar, coloque a traversa no forno quente (180º) por alguns minutos (10 min) e sirva em seguida.
Você pode variar um pouco a receita e preparar a famosa PANCAKE AMERICANA, uma panquequa mais fofinha, geralmente com recheio de geleias. O americano adora isso e come uma encima da outra com o recheio derramado por cima de todas.
Basta acrescentar 3 colheres (de sopa) de açúcar e uma colher (também de sopa) de fermento químico. O processo é o mesmo só que elas devem ser fritas e tamanhos menores e mais altas (fofas). Também é muito bom e vale a pena experimentar.

A receita seguinte é de nosso Chef Kibe. Uma recita típica do Brasil, mas com a formalidade e aquele toque refinado de quem entende do assunto.
Creme de abóbora com carne-seca, calabresa e requeijão cremoso.
Porção pra 6 pessoas
½ abóbora kabocha
1 kg de carne-seca (pode ser charque ou carne de sol)
1 linguiça calabresa
3 colheres de requeijão cremoso
1 cebola grande
3 dentes de alho fatiados
2 tomates maduros picados sem sementes
1 colher de sopa de cebolinha
½ xícara de polpa de tomate
Pimenta do reino a gosto
Sal a gosto
Fazendo.
Corte a carne-seca em cubos e dessalgue-a de um dia pro outro, trocando a água várias vezes.
Coloque a carne-seca com água até cobri-la em uma panela de pressão e deixe cozinhando em fogo baixo, por aproximadamente 30 minutos, depois de ferver.
Escorra a água e reserve. Em uma frigideira pré-aquecida, doure a cebola e o alho; acrescente a carne-seca e a calabresa fazendo um bom refogado. Junte o tomate em cubos, a polpa de tomate e os demais ingredientes (sal e pimenta-do-reino).
Descasque a abóbora e corte-a em cubos e cozinhe até ficar bem macia, desmanchando. Em seguida, escorra a água e misture a abóbora à carne-seca. Acrescente o requeijão, mexendo até formar um creme homogêneo. Corrija o sal, se necessário.
Sirva acompanhado de arroz e uma boa farofinha com banana-da-terra.
Bom apetite!

E fechamos essa edição com as dicas de nosso sommelier Marcos Bibaca, que em breve vai nos presentear com um texto comentando sobre os vinhos de nossa terra.
Está receita eu aprendi com um chef de cozinha e proprietário do restaurante Mediterrâneo, quando eu trabalhava na Heublein. Ele mergulhava e trazia uns peixes frescos pra fazer no almoço.
Um dia ele me convidou pra almoçar com ele, se chamava Angelo, italiano com uma cultura gastronômica toda do mediterrâneo, por isso o nome de restaurante homenageando sua terra.
Eu não conhecia nada de salada, a não conhecia outra a não ser alface, tomate e agrião. Essa ele preparou na minha frente, usou alface crespa, americana, rúcula  e almeirão, depois ele cortou os tomates sem semente, cebolas partidas ao meio, bem fininhas. Acrescentou azeitonas verdes e pretas sem caroços, colocou salmão triturado (desfiado), rasgou as folhas com as mãos, jogou tudo numa vasilha, preparou um molho a base de azeite, shoyu, vinagre, mostarda, meio limão e meia laranja seleta espremidos, e misturou tudo na vasilha com 2 espátulas grandes. Arrumou tudo num prato e decorou com ovos cozidos.
Ficou ótimo nunca tinha comido uma salada tão intensa, isso acompanhado por belo vinho branco resling italiano bem frutado. Depois saboreamos o peixe que ele fez no forno.  Um pargo recheado com farofa de alcaparras na manteiga. Deixa eu ir comer que me deu até fome. Espero que tenha atendido as perspectivas.
Claro que atendeu, Bibaca, e pelo horário que fechamos o texto, também estou indo fazer uma boquinha. Voltamos em breve.

domingo, 17 de maio de 2020

O Furúnculo (serial killer)

Um dos efeitos colaterais da quarentena é a mudança de comportamento, pois somente o fato de você não poder sair, não poder sentar num barzinho com os amigos, uma terapia que algumas pessoas não entendem, principalmente as esposas, pois na visão delas, não tem nada lá que não pudesse ser feito ou dito em casa, e sabemos que não é bem assim, mas isso é um outro problema, pois sentimos que alguns de nossos amigos passaram a buscar outras ocupações. Eu montei um quebra-cabeça de mil peças, retomando um hábito de mais de 30 anos atrás e nosso amigo Dellaney, ou Zé Bedin para os mais íntimos, assim como Mário Neves, nosso Comendador, resolveram atender nossa sugestão e nos presentearam com alguns textos.
Mário, ainda acanhado, mas já se fez presente mais de uma vez, mas Della fez sua estreia com uma crônica em que comenta sua luta implacável de uma série de furúnculos que o atingiu nos últimos meses, um verdadeiro ataque viral de um serial killer que segundo ele foi derrotado, e que espera, em definitivo. 
Vamos nessa, ao ataque... para o campo de batalha .... como nos velhos tempos o Bedin costumava enfrentar seus inimigos.


C
omo se não bastasse o tal de coronavírus, que  gerou  tanto a harmonia e união para combate-lo, como também um foco de  terror entre governistas e oposição, vem em meu tão querido e amado corpo, uma antiga bactéria, bem  conhecida do meio acadêmico, a temida  Staphylococcus Aureus, a mais perigosa de todas as bactérias estafilocócicas mais comuns. 

E que bactéria!  Pela experiência,já sabia que ela é normalmente encontrada na pele e nas fossas nasais de pessoas saudáveis, e que dependendo da imunidade do indivíduo, pode provocar doenças, que vão desde uma simples infecção cutânea até situações mais graves, como pneumonias, doenças cardíacas e mesmo ósseas. 

E vim a  descobrir que desde muito tempo a danada da estafilocócica se encontrava alojada quietinha  em meus órgãos, sistemas, divisões e tecidos, mas sem fazer alarde, sem me incomodar, só na espreita para um dia me aterrorizar. Na verdade eu tinha uma boa imunidade, talvez pela ingestão dos drinks ao longo da vida, e com isso ficava bem protegido dos possíveis ataques da temível Aureus.

E num momento de fraqueza, o inimigo passou pelas minhas trincheiras e me atacou na forma de um grande furúnculo, mas não apenas um, veio outro e mais outro, uma verdadeira agonia (uma serial killer), que começou pela perna, subiu para a nádega direita, a do fígado, foi para a face direita, bem na bochecha, passou para o outro lado e finalmente chegou na cabeça, pouco acima da orelha esquerda. Vieram com disposição, três juntinhos em um só local, e quando passava cotonete para limpar, sentia que a ponta com algodão entrava todinha, um lugar que só não foi mais chato que o espinhão na bunda, que me atrapalhava sentar.

Iniciei um tratamento comum para infecções na pele. Primeiro com pomadas antibióticas, depois passei para os comprimidos, e claro não faltavam as sugestões dos mais entendidos, que recomendavam xaropes, banhos, rezas e raízes, e enquanto isso eu aguardava os resultados dos exames  na esperança de que os bichinhos se acalmassem.

No entanto, após esse sofrimento (com a serial killer) dar a impressão que não passaria, meus amigos eram unânimes na recomendação pela famosa  benzilpenicilina benzatina, a famosa Benzetacil, a penicilina mais conhecida de nossa juventude, quando três doses de 1.200.000Ul, era a receita básica para derrubar qualquer gonococo resultado de nossas aventuras. Só tinha um probleminha, doía demais, e deve doer até hoje, e a recomendação era sempre tomar nas nádegas, apesar que tinha maluco que arriscava no braço, e até hoje se arrepende disso, não é Drinks e Kleton?

O que fazer? Estava insatisfeito com a reação de meus anticorpos, e resolvi  partir para o campo da batalha, para a "guerra". 

- Agora chega, ou eu ou você.  E saí sedento na captura da bandida Staphylococcus Aureus  e conquistar minha cura, eu a via como se fosse a verdadeira causa da "COVID 19". 

- Staphylococcus Aureus, sua bactéria de merda, sua hora chegou, venha, estou  armado  com meus antibióticos, e já conhecemos suas táticas.  Atacar ..... 

Enfim, entretanto e todavia, depois de umas doses de meus aliados, conseguimos vencer a guerra.

- ... para seu governo,  seu reinado em meu corpo microbiano acabou, vamos voltar ao equilíbrio de nossas forças. E só para lembrar, a “VID 19” ainda está viva e na ativa. 

Della, flor, natureza amor!  
Para o povo e pelo povo!