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Exemplo disso podemos observar nos diversos grupos de
relacionamento, e os nossos não fogem à regra. E quando não escrevem,
reproduzem, compartilham, dão opinião sobre o que foi lido, e assim também exercitam
o ler e o escrever.
Dois de nossos amigos, os maninhos Frango e Mário, quase no mesmo
dia, compartilharam um texto de Rica
Perrone ( "Você já foi a um Samba ?” ) e Mário,
um cara cada vez mais inspirado em suas colaborações, sugeriu sua publicação em
nosso blog.
Ao ler o texto entendi perfeitamente o porquê da intenção de
Mário, pois até parece que Rica Perrone, jornalista que adora o futebol e o samba, conhece bem
a nossa turma.
Como o texto já viralizou pela grande rede,
entendemos que ao postar seu texto estamos não somente fazendo uma homenagem a quem
escreve fácil e divertido, mas também
guardando suas palavras que realmente nos tocaram de forma bastante positiva.
“Eu não me refiro a um pagode num bar com
camisa polo e calça jeans. Me refiro ao samba. Talvez, como eu por boa parte da
minha vida, você desconheça o que de fato chamam de “samba”.
Não é nem mesmo um ritmo definido.
Confunde-se com pagode, samba enredo, até mpb é samba. Talvez porque samba não
esteja no ritmo e nem na batida. Mas sim no ar.
Num samba você sorri pro inimigo. Se olhar
pra mulher errada é capaz de abraçar o marido e se desculpar. Ninguém discute.
Ninguém está puto. Tem algo que não sei colocar em palavras.
Tem senhoras de idade, crianças, gays,
negros, brancos, pobres, ricos, e nenhuma possibilidade de separa-los só pelo
olhar. Talvez o mais rico esteja de chinelo, o mais pobre no palco tocando pra
você. Não se sabe.
O que se sabe é que samba é um pretexto. Tal
qual o futebol e o churrasco, você não vai com uma finalidade prática. Ninguém
vai ao samba pra ouvir samba apenas.
Vai porque quer paz. Alegria, a leveza de
repetir as mesmas músicas toda semana, até mais de uma vez no mesmo samba, e
ainda assim erguer os braços, fechar os olhos e se emocionar com ela.
“Madureiraaaa…” e pronto, todo mundo sabe
que é hora do “lalaia”. Todo mundo tem o “seu samba”, como Arlindo tem o “seu
lugar”. E quando ele toca parece só seu.
Todos te entendem. É absolutamente comum ver
alguém rodando de olhos fechados numa música e ninguém em volta repudia. Porque
“a sua hora vai chegar”.
Cerveja gelada e de garrafa. Não tem
espumante. No máximo uma caipirinha.
No samba o petista e o bolsominion cantam
“insensato destino” juntos brindando. E juro, não é droga. Aliás, é disparado o
ambiente festivo/musical onde vejo menos drogas.
Sambista não fala mal do rock, do sertanejo,
do funk. Não compete. Junta.
Samba é ser brasileiro. Não gostar dele é
renegar uma cultura e não um estilo musical. E mesmo se você não gostar da
música, é impossível você não gostar DO samba.
Se o Brasil fosse um país sério o hino
nacional seria tocado no cavaco, cantado pelo Xande de Pilares, com o Wander
Pires anunciando que a hora é essa.
Teria paradinha pro refrão, brinde pro
“filhos desse solo és mãe gentil”, e o Zeca de fundo dizendo “E essa terra é o
que?” pra que o povo erguesse os copos de cerveja e cantassem “terra adorada!
Entre outras mil és tu Brasil é pátria amada”.
“E os filhos?!”, diz a Beth! E o povo repete
o refrão.
Que sonho. Aliás… “sonho meu... Sonho meu…”…”
Texto: Rica Perrone