terça-feira, 26 de julho de 2022

1974 – A Festa!

 
Parte I

Apresentação à sociedade 

O ano de 1974 foi marcado por inúmeros acontecimentos no mundo, no Brasil, no Rio de Janeiro e principalmente na Correa Dutra; do mais significativo de todos temos a festa de 15 anos de nossa querida Izabel. Uma data simbólica e marcante para ela e sua família; em que ela seria “apresentada” a sociedade como a mais nova debutante da confraria “correana”.

Uma data tão esperada e comemorada no seio da família, que cumpriria todo um planejamento de uma festa, com o cerimonial que a data requeria. Pai e mãe se ocuparam de todos os detalhes: a reserva do salão de festa do Fluminense Football Club, contratação de buffet, DJ, trajes dos convidados de acordo com a circunstância, valsa e tudo o mais que uma festa de debutante exige. Assim foi a festa de 15 anos de Izabel Oliveira Vianna, a Bel.

Seu Roberto e D. Inês capricharam. A festa estava impecável. Tudo certinho, desde a organização da festa propriamente dita até a escolha dos pares masculinos que dançariam a valsa solene. É claro que seu Roberto, ficou com a seleção do time nesta parte. Não queria saber de “cabeludos” participando na festa de sua Belzinha e determinou que cortassem os cabelos. Imaginem, que em 1974, ter cabelo grande era um símbolo de juventude e modernidade. Uns tinham comprido pra baixo, encaracolados ou lisos; outros tinham comprido pra cima, no estilo black power, impecavelmente arrumados em formato de colméia. Um must ! Mas para atender a determinação do seu Roberto, na entrada, os que tinham os cabelos compridos deram um jeito de prender.

Vale notar pelas fotos que os ternos e blêizeres eram os mais vistosos possíveis. Os destaques foram marcados pelos paletós do Beto, do Milorge e do Jaime, primo da Izabel. Listas quadriculadas coloridas adornavam o corte clássico do blêizer. Meu Deus! Enfim, era moda né?

As fotos (que agora fazem parte do acervo do Departament
o de Documentação da Correa Dutra – DMC,) não registraram toda a rapaziada da Correa Dutra. Alguns foram, mas não temos tais registros fotográficos e outros não foram por motivos diversos; teve um que não foi convidado por ser considerado “mau elemento”. Que absurdo!!! Há controvérsias a respeito! Ausências sentidas, sabemos de algumas, Zé Drinks (nosso atual Presidente), Cláudio Kibe (nem ficou sabendo da festa), Mário e Frango (não houve menção dos dois nos relatos que ouvimos).

Da rapaziada, que temos registros, foram Marcos “Bibaca” (o primo por afeição), Amaro, Beto, Milorge, Maurício, Fernando “Tchona”, Manuel (Goodbafe), Maurinho, Maurício, Serginho Castor, Sérgio Moita, Shaolin (Orris), Eduardo Benatti, Byra, Zé Augusto (motorista particular do seu Roberto e personagem emblemático de nossa rua), Vieira, Robson Pirata e outros convidados de Izabel. Das meninas da Correa, não temos registros de alguma conhecida, todas as que aparecem nas fotos são amigas de Izabel.

Esta festa marcou nossa época. Talvez porque tenha sido a festa mais dentro da normalidade na qual participamos. Tudo em ordem, seguindo o cerimonial, com a valsa executada com os meninos e a aniversariante, o pai da noiva arriscando alguns passos que não era bem de seu costume; uma festa magnífica! Parentes e amigos deliciavam-se com tal esplendor, agora ao som das músicas da época. Izabelzinha estava apresentada a sociedade.

 

Parte II

Nos embalos de sábado à noite 


Como em todas as festas, mesmo as mais organizadas, temos as cenas de bastidores que, estas sim, normalmente têm assuntos bem interessantes de serem registrados em nossa história e consequentemente em nosso blog. E é aqui que a equipe de jornalismo de plantão de Drinks & Kibe entra, resgatando cenas dos bastidores da festa de Bel, que não poderiam jamais deixarem de ser contadas.

Um detalhe curioso que passou despercebido por alguns e que também não poderia ser deixado de fora desta festa merece ser contado.

Bel levou uma prima que, digamos assim, não tinha o mesmo esplendor de beleza que as demais damas de honra possuíam e por isso, ninguém se atreveu a ser seu par – a rapaziada era muito exigente com o padrão de beleza e zelo por sua imagem. Ô povo besta! Assim, houve um pacto entre eles, que ela seria gentilmente “reservada” para algum amigo da Bel. O que foi feito com maestria e felicidade geral da nação.

Registro importantíssimo que merece ser lembrado é que o DJ da noite, foi ninguém mais do que José Augusto Bezerra de Lima – Zé Augusto. Botando pra rodar nas pick-ups, os maiores sucessos da época; conforme propagavam na Rádio Mundial, Big Boy e Ademir, nossos ídolos maiores das discotecas. Sucesso garantido!

Na hora das músicas, os casais se apertavam no salão executando as mais diversas coreografias, demonstrando seus talentos, às vezes um tanto quanto exóticos. Mas o bom mesmo foi na hora da música lenta, em que o salão ficou parecendo que era enorme, tal foi a concentração de casais coladinhos formando uma massa humana uníssona. O movimento quase que parado, era embalado por músicas românticas dos Bee Gees, Elton John, Carpenters, Al Green, Marvin Garvey, B.J. Thomas e outros mais.

Seu Roberto ficava de olho, para ver se não havia algo que pudesse passar dos limites da decência. As meninas percebiam seus cabelos arrumados e alisados na touca,

desmanchando-se com o suor do contato com seu parceiro. Outras empinavam o bumbum, temendo encostar em algum casco de coca-cola que os meninos guardavam no bolso e que não tiveram tempo de consumir. Momento mágico, que por vezes unia casais para sempre, tornando-os namorados e depois maridos e esposas. Nossa história tem alguns exemplos.


Assim que a música lenta parava e entrava a black music de James Brown, Jackson Five, Abba, Michael Jackson, Donna Summer, The Tramps e outros tantos, era uma correria das meninas pro banheiro, a fim de retocarem maquiagem, cabelo, e sabe-se lá mais o que. Os meninos saiam discretamente, arrumando o casco de coca-cola e buscando algo para beber que refrescasse os ânimos latejantes. E quando eram servidos pelos garçons, lá estava seu Roberto, já bem alegrinho, distribuindo rapé pra todo mundo e dando sua inconfundível risadinha; isto sob o olhar de reprovação de D. Inês, mas com certa condescendência e bom humor. Afinal, eram anos de casamento e aquele dia era bem especial.

É claro que lá pelas tantas, a formalidade deu lugar ao jeito de ser da galera; ou seja, paletós e blêizeres jogados nas cadeiras, camisas abertas; as meninas já desciam de seus saltos altos, libertando seus pezinhos para executarem suas dancinhas no salão. E segue o baile!

Também foram percebidos que alguns casais foram visitar os jardins do Fluminense para ver se algum “submarino” aparecia perto da piscina, mas tudo sob controle e discrição, afinal o clube é de família, claro!

Festa encerrada, convidados despedindo-se, pratinhos de bolos sendo arrumados para os maridos que não puderam ir ou mesmo pro café da manhã do dia seguinte. Tudo nos “conforme”, seguindo a tradição e costumes da tradicional família brasileira. Ainda bem que não tinham inventado os potinhos de Tupperware e ninguém se atreveu a levar um potinho de Claybon pra trazer os salgadinhos. Festa chique é diferente!


Bom. Chegou a hora de arrumar os presentes, toalhas de mesa, louças, pratarias e outros enfeites de D. Inês no carro – a famosa Veraneio, instrumento de trabalho de Zé Augusto, de propriedade de seu Roberto e que era o carro da empresa nos estaleiros de Niterói. Modelo único e especial na Correa Dutra, com sua exuberante cor mista de marrom e fúcsia, o que lhe emprestava uma característica única!

Coube ao Zé levar a família primeiro e depois vir buscar tais apetrechos. Ainda bem que nesta época não havia blitz com bafômetro, pois as condições etílicas estavam sob o domínio do “piloto-automático” da Veraneio; ou seja, direção pelo sentimento!

Ao retornar ao Fluminense, Zé voltou com a Veraneio, que agora parecia um camburão, trazendo vários “elementos” que se dispuseram a voltar para buscar os tais apetrechos. Todos já totalmente encharcados, pois o Bibaca sendo primo da dona da festa, é claro que o garçon sempre estava por perto dele e dos que estavam ao seu redor. Maurinho, Vieira e outros voltaram ao cenário do clube tricolor. Um bando para executar um serviço simples em um outro momento, mas que devido às circunstâncias, tornou-se a continuação da festa na bucólica Álvaro Chaves. Bibaca com sua gravata de cetim verde-alface, amarrada na testa, como se tivesse saído do filme nos “Embalos de sábado à noite”, 
parecia o João Trásvolta, dançando sobre a capota da Veraneio marrom e fúcsia, ovacionado pela horda insana que aplaudia. Ainda bem que deu tempo de guardar os apetrechos na Veraneio e sair antes que a “joaninha” da PM chegasse.

Dizem que a festa da Bel se tornou inesquecível naquele ano por conta disto. Voltaram com os presentes e apetrechos intactos, a Veraneio inteira e ninguém visitando a Delegacia.

No final deu tudo certo, com as bençãos do Senhor. Uma festa que ficou na lembrança dos que foram; e aos que não foram, fica aqui o registro, para que conheçam um pouco mais de nossas histórias de juventude.

Viva a Bel!

domingo, 17 de julho de 2022

Decreto 171/22, de 15 de julho de 2022 - 22º Encontro

 


     
Decreto 171/22, de 15/07/2022

 

sobre o 22º Encontro

 

O PRESIDENTE da CONFRARIA DA CORREA DUTRA E ARREDORES ( CCDA ), no uso da atribuição que lhe confere o art. 1º, caput, inciso VI, alínea a, § 3º, da CONSTITUIÇÃO CONFRÁRIA, 

DECRETA

 Art. 1º A confirmação do 22º ENCONTRO da Confraria da Correa Dutra e Arredores – CCDA, para 26 de novembro de 2022, com início às 18hs e 04 minutos.

Art. 2º O local escolhido é o Catete Grill, atualmente com a imagem de Feedback Steackhouse, localizado na Rua do Catete, nº 239, RJ (tel. 21 2285-3442) e também conhecido como TTK Grill.

Art. 3º O objetivo do 22º ENCONTRO é dar continuidade aos diversos assuntos do passado, presente e futuro, assim como degustar os drinks disponíveis no local.

Art. 4º Fica estabelecido a simbólica e irrisória quantia de R$30,00 (trinta reais) como contribuição para os magníficos brindes a serem distribuídos neste 22º ENCONTRO, que deverá ser depositada em conta a ser divulgada em nossas redes sociais.

            § 1º Os pedidos de isenção deverão ser encaminhados com a seguinte documentação, sendo todos os documentos com cópias e firmas reconhecidas:

a)      Atestado de Pobreza do proponente (5 vias autenticadas)  relativo aos 10 últimos anos, assinado com 3(três) testemunhas não parentais;

b)      10 fotografias de frente 3x4cm, sendo 2 de cada ano

c)      Identidade e CPF, que podem ser substituídos pelo CU (Certificado Único)

d)     Certificado de Reservista

e)      Título de Eleitor

f)       5 últimos contra-cheques para os que ainda possuem atividade remunerada

g)      Para os torcedores da Colina, fotografias do Eurico Miranda na cadeia

h)      Para a Cahorrada, lenço com as lágrimas dos seus choros no período

i)        Para a Mulambada, certificado do Título Brasileiro de 1987

j)        Para os Tricolores – isenção.

Art. 5º Por aprovação UNÂNIME de todos os Delegados presentes, ficam prorrogados os mandatos do Presidente J Drinks  e do Vice-Presidente da Confraria, Frango Del, até o prazo a ser definido em próxima Reunião de Diretoria.

Art. 6º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação e revogam-se todas as disposições ao contrário.

 

Rio de Janeiro, Correa Dutra, 15 de julho de 2022;

62º de Relacionamento e Amizade e 22º de Encontros.