terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Xupa MANGA... de goleiro a “quase Prefeito”

Agora é a vez dos PARABÉNS aos amigos de fevereiro, e para representar essa turma, nosso
querido amigo Carlos “MANGA” Estevão Gomes, goleiro, mergulhador, garimpeiro, sindicalista (canhoto) e quase Prefeito de Lucena, um pequeno paraíso escondido nas belas praias de João Pessoa, Paraíba, Brasil.

                

            02- BETINHO CHAHAHAHAHAHAIARA
            03- RITA MARIANO
            06- DELLANEY
            08- Lucca    (neto Byra) 
            08- Gabriel  (filho Bibaca)
            09- Raphael (filho Drinks)
            09- MONICA IMBROSI
            09- Bruna (flha Manga)
            10- ESTELA (Cachórros)
            19- Marina (neta Drinks)
            23- MANGA
            27- Janaína (filha Goda)
E o mensalista:
            11- PQDFDP


E nosso papo inicia com a apresentação desse grande amigo de longas décadas, Carlos Estevão Gomes, ou simplesmente o MANGA, um cara que nasceu no bairro que se transformou no seu time de coração.

D&K: - Manga, quem é você?

Manga: - Nasci em 23 de fevereiro de 1953, na Policlínica de Botafogo, filho do Sr. Gomes e de Dona
Tuta. Tenho uma irmã e duas sobrinhas e acho que minha primeira casa foi no 30, da Correa Dutra, onde conhecemos a família do Beto Chahaira, a Tia Carmélia, Seu Jamil e Magali, e daí a minha aproximação familiar com o Betinho.

Manga: - Meu pai era sócio do Hotel Vesúvio, na Rua Taylor, ambiente de fino trato e vivíamos razoavelmente bem. Depois nos mudamos para um prédio na Rui Barbosa e cursei o primário no colégio Alberto Barth, na Av. Osvaldo Cruz, mas como nem tudo são flores, meu pai foi preso por permitir prostituição no hotel, mas graças ao amigo e Senador, Amaral Peixoto, ele se livrou da cadeia e ainda ganhou um bom emprego federal no antigo DNOS.

D&k: - Começamos bem, com uma historinha que eu acho que nem o Chahaira deve lembrar. Vamos em frente.

Manga: - Na época que morava na CD, eu e o Beto brincávamos e jogávamos bola em um terreno que existia atrás do 30, o prédio onde morávamos. E como eu jogava mais no gol, surgiu o apelido de Manga, que era a referência do Botafogo, e se consolidou com as peladas no Buraco Quente e nos campos do Aterro.

Manga: - Morei também na Pedro Américo, na Tavares Bastos e na casa do Frango, que alugava uns quartos, e estudei na Boite Azul Educandário Ruy Barbosa, na Gago Coutinho, e dessa época temos muitas histórias pra contar, como os acampamentos em Junqueira e Guapimirim, quando viajámos nos velhos trens da Leopoldina. Das peladas de fim de ano no Buraco. E também não há como não lembrar das atrapalhadas do Jhonny, como quando fomos dar uma volta no Cadillac que ele tinha roubado e fugimos do posto sem pagar a conta e deixamos o frentista parado com a bomba ligada na mão jorrando gasolina. E também quando ele pegou emprestado o caminhão da Pepsi e fomos rodar pela cidade.

D&K: - Jhonny sempre foi um capítulo à parte, já contamos algumas de suas histórias mas tem ainda muita coisa ainda pra ser contada.

Manga: - Lembro também das noitadas embaixo da marquise da sauna. Junto com o Zé Negão varávamos a noite e só íamos embora quando os caminhões da CCPL e Vigor chegavam para descarregar na padaria Marcinha. Na moita, cada um pegava o seu leitinho e se mandava para casa.

D&K: - As historinhas estão começando ...

Manga: - Lembro das meninas paulistas que apareceram na CD e foi uma festa sem fim, que começou na casa do Zé (Drinks) e acabou na casa do Falcão, na Gávea. E não podemos esquecer dos sambas na Portela (Mourisco), mesmo porque éramos exímios puladores de muro. Do Xin, quando ganhou na Loteria e muito mais...

D&K: - E as peladas na Sede Velha?


Manga: - Tínhamos que ser sócios do Flamengo, pois na época, a sede velha do Flamengo era nosso único ponto de encontro com a bola, e esperávamos com ansiedade o Tião, funcionário do Flamengo que ia treinar a gente. Era uma festa onde Chico e Palito davam show também no tênis de mesa. E tinha a quadra de pelota, um jogo originário do atual squash, que jogávamos com as mãos.

D&K: - Você começou no Sede Velha e depois foi para o Canarinho.

Manga: - Não há como esquecer minha participação no Sede Velha onde tinha grandes jogadores, e na época o Antero vivia uma grande fase, e acabei recebendo um convite para atuar no Canarinho da Santo Amaro, onde fiquei até 1968 em razão da fundação de um novo time, o GRESA. Mais tarde joguei no Anajurima.

D&K: - E foi também o goleiro do Capri naquele Campeonato de Salão...

Manga: - Eu, e outros do Sede Velha, como o Brasil e o Pará. Foi um fato inesquecível. O Rolando, Técnico do Capri me chamou para jogar no Sírio Libanês contra o time do Edu, e no time dele tinha nada menos que o Zico, e me lembro que levei 5 gols.

D&K: - Manga, vou te ajudar a recordar, pois eu (Drinks) estava lá, junto com o Rolando e a torcida. O time do Capri tinha você no gol, Brasil e Pará na defesa, o Pelezinho do Capri e outros que também jogavam bola, era um time bem formado. Do outro lado, no time do Edu, um moleque franzino se destacava, era seu irmão, o Zico, que era ensaboado e partia pra cima de qualquer marcador. Numa jogada de efeito, o Brasil foi driblado e saiu o primeiro gol do Zico. Rolando viu que não ia dar para o Brasil e mandou o Pará colar no Zico. O Pará jogava bem, mas para ele até o pescoço era canela e isso não intimidou aquele moleque arisco que passou direto por ele e marcou outro gol. O Brasil chamou o Pará e disse que os dois iam ficar de olho no moleque, se passar por um o outro pega. Também não deu certo, Zico recebeu a bola, avançou pelo meio, Brasil e Pará foram encima, e com um drible de corpo passou entre os dois que se chocaram, e chutou para marcar um golaço. O Capri não conseguiu fazer mais nada e perdeu por 5 a 0, com show do Galinho. Infelizmente naquele dia eu não estava com a máquina para tirar umas fotos.

Manga: - Em 1968 comecei a trabalhar como office boy na ETIA, uma empresa localizada na Rua Debret, no auge da ditadura militar, até ir para o serviço militar no Exército, onde servi no Quartel do Leme. Depois da minha baixa fui trabalhar no término da construção da Ponte Rio-Niterói. Naquela época treinava boxe numa Academia na Rua do Riachuelo, e fui trabalhar em outras pequenas empresas.

D&K: - E como começou sua história de mergulhador?

Manga: - Resolvi fazer um curso de Mergulho na Empresa TECNOSUB e comecei minhas atividades em 1976, sendo que em 1980 fui para um garimpo de diamantes em Niquelândia, no rio Traíras, em Goiás.

D&K: - Caramba, você rodou por aí muito mais do que imaginávamos. Precisamos saber de mais.


Manga: - Depois disso fiz prova para Inspetor de NDT Submarino, pela PETROBRAS, e passei a operar em inspeção submersa de estruturas de plataforma, onde cheguei à Supervisão, atuando em Fortaleza, Aracaju, São Luiz, Vitória, Macaé, no Porto do Rio Grande, Santos e São Sebastião. Infelizmente, em 1986, na greve dos mergulhadores, apesar de estar em um cargo de Chefia, me neguei a furar a greve e como resultado, fui mandado embora e fiquei sem atuar na área por retaliação dos empresários. Fui então para o garimpo, em Juruena, no Mato Grosso, e quando a poeira baixou, voltei e trabalhei em diversas obras pequenas e por último no emissário de Ipanema, onde me acidentei, e em razão do acidente fui proibido de mergulhar devido a uma torção cervical, e me aposentei.

D&K: ­- E como a política entrou em você?

MANGA: - Minha vida política mais efetiva, começa em 1978, na fundação da APAS, uma Associação de Mergulhadores Profissionais, com sede na Urca, e em 1982, já como Sindicato, o SINTASA, fizemos a primeira greve julgada legal no Brasil, na época do Regime Militar. Posteriormente tivemos mais uma greve, que originou minha demissão e me fez entrar na lista negra dos empresários. Depois disso conheci uma dirigente da CUT, Sonia Lacerda, que sempre me convidava para as atividades do PT. Naquela época tinha como colega de profissão o mergulhador e jornalista Amaury Queiroz, e juntos frequentávamos o Bar do Sindicato dos Jornalistas na Evaristo da Veiga, onde conheci João Saldanha, um ser humano com inteligência única e histórias memoráveis. Este convívio aflorou de vez minha veia socialista. A briga pela regulamentação de minha profissão sempre foi o meu objetivo, mas infelizmente até hoje é empurrado pela barriga no Congresso Nacional. Vida que se segue, só fui me filiar no PT em 2000, quando trabalhei nas campanhas de Lula e Dilma. Hoje sou Presidente do PT em Lucena, sem nunca ter recebido ou exigido cargos nos governos petistas e sem receber nenhuma verba para manter o Diretório do PT no Município. Saí candidato à Prefeito a pedido da Direção Regional, apenas para manter viva a sigla partidária, até porque não tínhamos nenhum candidato à Vereador, e por ser na época da pandemia, e devido à minha idade, não fui liberado para fazer campanha de rua.

D&K: - E mesmo com essa vida de aventuras, ainda sobrou tempo para construir uma grande e bela família.

Manga: - Fui casado uma vez e divorciado. Tenho 5 filhos: Bruna, Rodrigo, Bruno e as gêmeas Rebeca e Bianca. São 11 netos: os gêmeos Arthur e Ami, Sofia e Sara, Alefh ,Yuri e Alena, Isis, Elisa e Emanuelle.  

Manga: - E depois de alguns relacionamentos, acho que acertei, estou três anos juntos com Sonia, minha cara metade, e moro no paraíso chamado de Lucena, um Município que pertence à Região Metropolitana de João Pessoa e Cabedelo, e é onde pretendo ficar até meus últimos dias.





E para fechar, o Lápis Dorminhoco de Betinho Chahahahaiara, também aniversariante de fevereiro, deixa uma mensagem cheia de prosa para o amigo-irmão.

Amigo ou irmão, eis a questão! 


Falar do Manga?

Sou seu suspeito predileto!

Ou teria ele algum desafeto?

Se tem, perdeu, porque não o conheceu.

Ou porque não gosta de quem é sincero.

Verdade!

Saudade!

Eu no Paraná, ele na Paraíba.

Tão juntos e separados!

Será que foi a água que bebemos?

Possivelmente foi a cerveja gelada, essa danada!

O Sol escaldante das peladas no buraco quente, onde na tradicional disputa nos finais de ano as dondocas eram a gente!

O primeiro porre de vinho?

Eu e o Tevinho.

Duas crianças e infindáveis lembranças...

Do futebol, do botão, da cumplicidade e da curiosidade, das armadilhas das malandragens, das ingênuas alegrias e pretensas sacanagens.

Da gloriosa paixão pelo nosso Fogão!

Suspeito que ele foi culpado, por este torcedor desesperado!

Mas me ensinou também que mente, quem é botafogo e diz que não é “doente”!

Coisas do Flamengo, coisas do Catete!

Somos cria da Correa Dutra, privilégio de poucos, agonia de muitos, mas orgulho de todos!

E o Manga é a nossa cara, é a nossa alma, nossas contradições, nossas paixões, nossa indignação, nossa incógnita...

É meu amigo ou meu irmão?

Um doce desafio pro meu coração!

É fácil te admirar, difícil é não te amar!

Manga é parte da nossa história!

Sem censura, sem filtro e sem corte!

Ô Sorte!!!!

E sorte a nossa de poder contar com vocês em nosso time. 

Que venha o próximo.