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No Rio de Janeiro, o Flamengo, para desespero do seu
tradicional Vice, Vasco da Gama, ganha
seu 33º título, com gol aos 46 minutos do segundo tempo, em impedimento, mas
como disse o goleiro Felipe, do Flamengo, “roubado é mais gostoso”, e será mesmo?
No futebol acontecem muitas “coisas estranhas” e nós,
torcedores, se pararmos para pensar, avaliar com frieza, dificilmente
voltaríamos aos estádios.
Exemplo maior das bagunças e viradas, o Campeonato
Brasileiro, ou Copa João Havelange, que
inicia dentro de poucos dias, já foi disputado com diversos nomes e formatos,
e na maioria das vezes com consequencias de ações mal resolvidas.
Com a evolução do futebol na América do Sul, o Uruguai,
campeão olímpico de futebol em 1924 e 1928, conhecido então como a Celeste
Olímpica, sediou e conquistou a primeira Copa do Mundo realizada pela FIFA em
1930, e pouco tempo depois o Brasil, sempre presente nos Mundiais, não demorou
para mostrar a aptidão para o esporte que se transformou nessa paixão nacional.
Devido ao seu tamanho continental e à dificuldade de
locomoção na época, assim como a concentração do futebol no Rio de Janeiro,
então Distrito Federal, e São Paulo, a
disputa mais valorizada era entre esses dois centros que praticamente
representavam a nata dos jogadores e a base para a Seleção brasileira.

E desse fundo do poço, o Brasil começou seu renascimento
para o futebol. Os clubes começaram a
participar de torneios internacionais e em 1951 e 1952, Palmeiras e Fluminense,
respectivamente se consagram como Campeões do Torneio Internacional de Clubes
Campeões – Copa Rio, primeira competição de futebol de abrangência
intercontinental. Torneio organizado pela
CBD, com autorização da FIFA, que o mundo do futebol reconhecia como os primeiros Campeões Mundiais de Futebol.
Futebol em ascenção, com dois clubes Campeões Mundiais, o Brasil parou nas quartas de finais diante da poderosa Hungria, que
perdeu a final para a Alemanha depois de 4 anos invicta nos gramados. A
primeira grande zebra nas Copas do Mundo.
E após a conquista do primeiro título de Campeão Mundial
em 1958, o Brasil precisava oficializar um clube que representasse o país nos
torneios internacionais. Em 1959, a CBD criou
a Taça Brasil para definir oficialmente o Campeão Brasileiro, título conquistado
pelo Esporte Clube Bahia.
E como não poderia deixar de ser, mal começou a
“organização do futebol”, algumas situações refletiriam o que viria nos anos
seguintes. A Taça Brasil, que deveria ser a competição oficial para a CBD, disputada
de 1959 a 1968, não citava os Campeões em seus Boletins, o que veio acontecer
somente com a unificação dos títulos em 2010.
Para melhorar a desorganização, em 1967, surgiu o Torneio Roberto Gomes Pedrosa – Taça de Prata, ou simplesmente Robertão, disputado até 1970, e que segundo a própria CBD, considerado como o torneio nacional precursor do Campeonato Brasileiro que iniciaria oficialmente em 1971.
Para melhorar a desorganização, em 1967, surgiu o Torneio Roberto Gomes Pedrosa – Taça de Prata, ou simplesmente Robertão, disputado até 1970, e que segundo a própria CBD, considerado como o torneio nacional precursor do Campeonato Brasileiro que iniciaria oficialmente em 1971.
Ou seja, o Palmeiras, em 1967, foi Campeão da Taça Rio e
do Robertão, enquanto em 1968, o Brasil teve dois Campeões Brasileiros, Botafogo
pela Taça Rio, e Santos, no Robertão. Em 1971, o Clube Atlético Mineiro foi o primeiro Campeão Brasileiro após a extinção do Robertão.
E desde essa data muita coisa aconteceu no Campeonato
Brasileiro.
1979 - o INTERNACIONAL-RS foi Campeão num torneio com 94 clubes e ainda por
cima INVICTO, algo não imaginável para os dias de hoje.
1981 - o BOTAFOGO ganhava do SÃO PAULO por 2x0, quando os seguranças do time
paulista entraram em campo, pressionaram e ameaçaram o Juiz. O BOTAFOGO perdeu por 3x2 (existem “coisas que só
acontecem com o BOTAFOGO”).
1983 - SANTOS,
“convidado” pela CBF, entra pela janela na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro
da época, a Taça de Ouro, e termina como Vice-campeão.
1986 - seria disputado
inicialmente com 80 clubes, sendo classificados para a fase final 32 clubes. No
entanto, o VASCO, não classificado, “entrou com
PROCESSO na Justiça Comum para anular uma decisão do STJD”, que havia concedido
2 pontos para o JOINVILE devido à presença de
caso comprovado de doping em partida que terminou empatada com o SERGIPE. Como a PORTUGUESA
seria também rebaixada devido a perda de pontos em caso de venda de ingressos, uma
pressão dos clubes paulistas fizeram com que a CBF mudasse o Regulamento
mantendo os 36 clubes para a disputa da fase final, ganha pelo SÃO PAULO.


1993 - GRÊMIO,
nono colocado na Série B, não subiria para a Série A, em 1994, no entanto a CBF não
resiste aos apelos e aumenta o Campeonato, "vira a mesa", não rebaixa nenhum time e passa dos 20 para 32 clubes numa única
1ª Divisão. Não houve disputa de 2ª Divisão neste ano.
1995 - novamente o BOTAFOGO, que com
um gol de Túlio Maravilha em escandaloso impedimento torna-se Campeão
Brasileiro, numa polemica decisão contra o SANTOS.
1996 - ano do ESCÂNDALO do APITO.
Apesar de um esquema de suborno na arbitragem e favorecimento comprovado ao CORINTHIANS e ATLÉTICO
PARANAENSE Não houve rebaixamento e apenas o ATLÉTICO PARANAENSE foi punido com a perda de 5 pontos para o Campeonato Brasileiro de 1997.
1999 - o mais “enrolado” dos
Campeonatos. O SÃO PAULO perde 4 pontos por ter incluído um jogador (Sandro Hiroshi)
de forma irregular em partidas contra o BOTAFOGO
(vitória de 6x1) e INTERNACIONAL (2x2). Com esta
decisão, o BOTAFOGO escapa do rebaixamento para
a 1ª Divisão de 2000. No jogo PARANÁ e VASCO, em São
Januário, um terceiro jogador do VASCO é
expulso, o então Vice-presidente Eurico Miranda invade o campo e retira seu
time de campo. O resultado da partida, empate de 1x1 foi mantido pela CBF.

2002 - o FLAMENGO jogou 3 partidas com o
jogador Wendel registrado em 3 clubes. De acordo com o Regulamento, o FLAMENGO deveria
perder 15 pontos e fatalmente seria rebaixado para a 2ª Divisão do ano
seguinte, mas a CBF não denunciou o clube.
2013 - Na última rodada o FLAMENGO escala um jogador em situação irregular e não é rebaixado devido à escalação também irregular de um jogador da PORTUGUESA que é então rebaixada para a Segunda Divisão em 2014. Com essa combinação de resultados, o FLUMINENSE, Campeão
Brasileiro de 2012, também escapa do rebaixamento.
E agora, vamos para o Campeonato Brasileiro de 2014, isto é, se PORTUGUESA e ICASA deixarem, claro.