Praia do Flamengo em 1918 |
Em Dom Casmurro, conhecido romance de Machado de Assis, um dos personagens do triângulo amoroso, Escobar, possuía hábito pouco comum então. O amante de Capitu praticava natação, desafiando temerariamente as ondas da praia do Flamengo, as quais acabariam finalmente levando a melhor. A época em que se passa a ação não valorizava o que chamamos de esporte e atividade física, que só cairia no gosto popular décadas após.
O conhecido local, que testemunharia a nova fase, teve papel importante na fundação da cidade, tornando-se um dos principais cenários do combate entre as forças portuguesas e os franceses, que lá haviam estabelecido pequeno núcleo, auxiliados pelos índios tamoios. Com sua expulsão em 1567 inicia o período colonial, no qual a praia era ponto de desembarque, nada mais. Impensável entrar na água, muito menos por recreação ou esporte.
A ocupação e urbanização levou à construção progressiva de moradias, com entrada pela rua do Catete e fundos dando para o mar. Este era antes um estorvo, pois ressacas periodicamente destruíam a margem e o cais público, como em 1853, o que levou a obras de alargamento em 1869, e à reconstrução do cais em 1863 e 1878. Nesse período cresceu o interesse público pelos banhos de mar por razões terapêuticas, modismo importado da Europa. Surgiram no local dois estabelecimentos especializados: o High Life e o Banhos do Flamengo, este último entre as ruas Buarque de Macedo e Dois de Dezembro. Neles os banhistas podiam entrar na água protegidos por cordas, e, para os mais temerosos, eram oferecidos gabinetes para banhos de chuva, obviamente dependendo da boa vontade de São Pedro. O conforto incluía lavagem de roupa e bebidas alcoólicas, além de assinaturas mensais, conveniente para usuários assíduos.
O conhecido local, que testemunharia a nova fase, teve papel importante na fundação da cidade, tornando-se um dos principais cenários do combate entre as forças portuguesas e os franceses, que lá haviam estabelecido pequeno núcleo, auxiliados pelos índios tamoios. Com sua expulsão em 1567 inicia o período colonial, no qual a praia era ponto de desembarque, nada mais. Impensável entrar na água, muito menos por recreação ou esporte.
A ocupação e urbanização levou à construção progressiva de moradias, com entrada pela rua do Catete e fundos dando para o mar. Este era antes um estorvo, pois ressacas periodicamente destruíam a margem e o cais público, como em 1853, o que levou a obras de alargamento em 1869, e à reconstrução do cais em 1863 e 1878. Nesse período cresceu o interesse público pelos banhos de mar por razões terapêuticas, modismo importado da Europa. Surgiram no local dois estabelecimentos especializados: o High Life e o Banhos do Flamengo, este último entre as ruas Buarque de Macedo e Dois de Dezembro. Neles os banhistas podiam entrar na água protegidos por cordas, e, para os mais temerosos, eram oferecidos gabinetes para banhos de chuva, obviamente dependendo da boa vontade de São Pedro. O conforto incluía lavagem de roupa e bebidas alcoólicas, além de assinaturas mensais, conveniente para usuários assíduos.
A Avenida Beira-Mar, obra da administração Pereira Passos na prefeitura, afastou a margem algumas dezenas de metros, mas o curto espaço entre o paredão e a água foi suficiente para muitos banhistas, pois esta praia era sua melhor opção, principalmente pela proximidade. A criação do Aterro nos anos 60 recuou o mar muito mais, absorvendo a praia criada no começo do século passado. As novas gerações de banhistas, que precisam caminhar por mais tempo, são o novo capítulo de uma relação local e secular, remontando à chegada dos primeiros estrangeiros na antiga Uruçumirim dos tamoios e suas canoas.
Um comentário:
E agora, o KIbe no Rio de Janeiro vai poder fatiar seu tempo e tirar o maior proveito das águas salutaris de nosso querido Brejo.
Seja benvindo meu amigo.
Drinks
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