quarta-feira, 9 de março de 2011

8 de março - Dia Internacional das Mulheres (com Martinho da Vila)



Hoje, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, e sempre me pergunto se faz necessário uma data específica para as mulheres.

O que faz a mulher ser tão importante para merecer um dia especial? Antes que alguém me agrida, eu mesmo respondo. Na verdade, o dia delas são todos os dias. Não que os homens não mereçam tal consideração, mas a história nos ensina que desde os mais antigos traços da humanidade, ou mesmo os ensinamentos religiosos, o homem se colocava superior à mulher, ao ponto de estarmos em pleno século XXI e existirem ainda no mundo diversos núcleos sociais com regime patriarcal e machista.

Mas com superação elas conquistam cada vez mais espaço e lugares de destaque na sociedade. São atuantes, buscam a independência e se contarmos o complemento do lar e da família, diria que elas praticamente nunca têm folga.

Não faz muito tempo eram vistas com desconfiança para exercer funções antes desempenhadas apenas pelos homens. Trabalhavam, e algumas ainda trabalham, por salários menores para a mesma tarefa feita pelo homem. As piadas eram mais constantes embora hoje estejam mais preparadas para evitar o assédio. E como não bastasse, entre as próprias mulheres a discriminação já foi bem mais forte, pois as mais antigas temiam perder o espaço já conquistado, seja pela competência ou pelas características físicas das mais jovens que chegavam. Talvez por isso que, em geral, a mulher prefere dividir o trabalho com o homem.

Essa luta das mulheres é histórica e começou a tomar corpo no final do século XIX. Tanto nos EUA quanto na Europa as meninas se uniriam para derrubar várias barreiras, a maioria com punho machista. Nos EUA, em 28 de fevereiro, o Partido Socialista da América comemora aquele que é considerado o primeiro Dia Internacional da Mulher, realizado em homenagem à greve das costureiras de Nova Iorque contra as más condições de trabalho da indústria do vestuário. No ano seguinte, em Copenhague, capital da Dinamarca, na primeira conferência internacional de mulheres, a feminista alemã Clara Zetkin vê aprovada sua proposta para a criação de um dia Internacional da Mulher, celebrado no ano seguinte, no dia 19 de março, em diversos países da Europa.

E como as notícias voam, principalmente quando é do interesse delas, uma parte do movimento feminista americano tenta conjugar os acontecimentos na Europa com a morte de mais de uma centena de costureiras ocorrida no mesmo mês de março, dia 25, no grande incêndio da fábrica da Triangle Shirtwaist, em Nova Iorque, e tentam estabelecer esta data como a origem do Dia Internacional das mulheres.

A celebração no dia 8 de março, adotada pela ONU em 1977, foi uma homenagem as mulheres russas que lutaram por melhores condições de vida e trabalho e contra a entrada do seu país na Primeira Guerra Mundial e também contra a discriminação e a violência das muitas mulheres que ainda são submetidas em todo o mundo.

No entanto percebemos pequenas diferenças entre a “feminista” e a mulher “feminina”. A primeira é a lutadora histórica, que de certa forma se masculiniza para alcançar e até ultrapassar o homem. A mulher feminina não chega a ser uma oposição à feminista, diria que é apenas a forma de mulher que o homem deseja ver, seja ela fraca ou forte, magra ou gorda, baixa, alta, bela ou feia. É da natureza da mulher, e para aquela que consegue aliar uma e outra não existem barreiras intransponíveis.

Nossa Confraria é formada por uma maioria masculina mas as mulheres que nos povoam, principalmente as que estão mais próximas, seja na vida particular, ou pela freqüência nas trocas de mensagens, são todas vitoriosas. Combinam muito bem a força feminista com a leveza e a sensualidade da mulher feminina.

E sendo assim, um grande parabéns para a mulher, não somente para a mulher representada no Dia Internacional da Mulher, mas também para a mulher mãe, a mulher vovó, a mulher amante, a companheira de e para todos os dias e todas as horas. E como diria Martinho da Vila...

Já tive mulheres
De todas as cores
De várias idades
De muitos amores
Com umas até
Certo tempo fiquei
Prá outras apenas
Um pouco me dei...

Já tive mulheres
Do tipo atrevida
Do tipo acanhada
Do tipo vivida
Casada carente
Solteira feliz
Já tive donzela
E até meretriz...
...


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