quinta-feira, 2 de maio de 2013

Papo de botequim, com Sergio Pugliese


E
m janeiro do ano passado, conhecermos o blog de Segio Pugliese e desde então acompanhamos suas cronicas sobre peladas e drinks, uma combinação que muito nos agrada.
No último dia 27 de abril, recebemos uma msg do jornalista com os seguintes dizeres: 
- “ Fala! Hoje citei o blog Drinks & Kibe, na coluna com o Alfredinho, do Bip Bip. Abração! “
Claro que fomos imediatamente para o blog (   http://oglobo.globo.com/blogs/pelada/?periodo=&palavra=Alfredinho ), e não somente pelo fato de estarmos sendo citados, mas também que a conversa era com o dono do Bip Bip, um barzinho, ou melhor, um botequim de Copacabana, onde nos idos de 70 era ponto obrigatório de parada para iniciar nossas noitadas.
Lá tomamos, digo, bebemos muitos drinks e sempre servidos apenas pelo dono, que não deve ser o Alfredinho, atual titular, mas pelo texto, tudo indica que manteve a tradição de trabalhar sozinho, mesmo porque o local é realmente pequeno e duas pessoas atrás do balcão já seria muito.
E como foi nos dado a liberdade de cola-copia de suas palavras, destacamos a seguir alguns trechos de seu blog que tenho certeza será de agrado geral.
O início do texto é com uma frase de grande efeito, que logo é muito bem explicada:
Campos de pelada e botequins são almas gêmeas. Populares, democráticos, palcos de prazer e frustrações, títulos e rebaixamentos. Normalmente maltratados, esburacados e sujos não cogitam plástica, afinal quanto pior, melhor! Bem resolvidos, complementam-se harmoniosamente: um desgasta a rapaziada e o outro abastece o corpo e a alma.”
E após a referência de que “o Bip Bip, em Copacabana, era reduto de boêmios e dos melhores músicos do pedaço” e que Alfredinho, vivia “cercado de fotos dos bambas Aldir Blanc, Roberto Ribeiro, Nelson Sargento e Carlos Cachaça”.
Logo a seguir comenta que os compositores Paulinho do Cavaco e Luis Pimentel pediram os botequins de volta em forma de uma canção: “...o porre, a paquera, conversa fiada. E a dor de corno que virou piada. Nos meus botequins a vida era engraçada....o ovo colorido enfeitando o balcão. A cerveja gelada tirando o juízo. E os sonhos cobrindo a serragem do chão. E no alto São Jorge matando o dragão...”.
Em seguida, provavelmente alguns drinks depois, passamos a conhecfer um pouco mais do Bip Bip da era de Alfredinho:
“Em 1984, assumiu o Bip Bip, fundado em 1968. É o quarto dono. Era um antigo sonho reunir amigos em resenhas futebolísticas e musicais. Carismático, transformou um espaço de 18 metros quadrados em atração turística internacional. Não tem garçons. Os próprios clientes pegam suas latinhas de cerveja no freezer e cortam o queijo no balcão, o oposto da canção de Paulinho Cavaco e Pimentel sobre a invasão dos botecos de grife: “...é point da moda, não sai dos jornais, cheio de frescuras e artistas globais....”. 
- O Bip Bip é a casa de todos – resumiu, Alfredinho.
E termina o papo de botequim com uma breve referência ao nosso blog:
“Ian Sena estava feliz como pinto no lixo, soltinho como nas quatro linhas. E filosofou citando um pensamento do teólogo Leonardo Boff: “Boteco é um estado de espírito. É uma metáfora da comensalidade sonhada por Jesus, lugar onde todos podem sentar à mesa e celebrar o convívio fraterno e fazer do comer, uma comunhão”. A frase retratava fielmente o momento vivido pela rapaziada. Ian também lembrou do boleiro José Neto, cria do Aterro, e seu blog Drinks & Kibe, no mesmo conceito, bar e bola. Já era tarde. Daphne, namorada de Ian, ligou cobrando presença. Ainda tinha o terceiro tempo! Hora da foto! Alfredinho abraçou a bola e fez cara de sério: “Deixa com o craque!”. Paulinho do Cavaco e Pimentel ajeitaram as golas. Click! Ian partiu quicando a redonda enquanto Alfredinho apontava a geladeira para um turista italiano que ainda não sabia como a banda tocava por ali.

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