Falso coronel conta como enganou a cúpula de segurança do Rio
Carlos Sampaio disse que bastou dizer que era major para as pessoas acreditarem. Ele planejava o policiamento e comandou operações nas ruas.
Não tem como deixarmos de comentar o caso, mas com um outro personagem bem conhecido de nossa turma. Quem não se lembra do Capitão Medina, aquele que num salto em queda livre, seu paraquedas não abriu e como conseqüência apenas uma pequena corcunda. O mesmo, que na figura do médico Dr. João Paulo, e para espanto do então colega Dr. Antero Lima, dava plantão no Hospital Souza Aguiar. O mecânico formado na Volkswagem, que ficava de plantão para “consertar” os carros parados nas enchentes. O garoto que brincava de faroeste com revolver de verdade na cintura. O anti-herói, que para nós era simplesmente “o Johnny”.
Sua vida foi curta, com histórias tão incríveis que algumas se confundem com a própria realidade. Mesmo para os mais próximos, algumas de suas ações beiram o fantástico.
Já o apresentamos em nosso blog (http://drinksekibe.blogspot.com/2008/11/meu-nome-jonnhy.html ) e ficamos de escrever mais sobre sua trajetória que, com toda a certeza, é tema para vários capítulos e até mesmo para um bom filme de ação.
A história do falso Coronel Carlos Sampaio, que durante anos enganou a cúpula de segurança do Rio de Janeiro, e segundo ele, apenas para realizar um sonho de infância, nos faz leva ao Capítulo II das lembranças de nosso pequeno “grande Johnny”.
Capítulo II – O Capitão Medina
Jonnhy era filho de militar, criado e mimado pela avó, Dª Iracema, desde a morte de seu pai. Inteligente, dominava a vovó que o protegia contra tudo e todos. Tentava esconder a frustração em não ter sido militar com histórias que beiravam o absurdo, no entanto contadas com incrível realismo. Era a forma de sensibilizar os ouvintes e como conseqüência obter algum proveito. O verdadeiro e bom malandro de nossa turma.
Não se furtava de vestir uma farda se necessário, e assim o fez para se apresentar no Externato Angelorum, na Glória, em plena década de 70, e convencer as freiras batistinas a promover seu primeiro Festival de Música.
O grupo era formado pelo próprio Jonnhy, que somente tirou a farda no dia do Festival, Clérton, o Xin, Roberto Azulão, Drinks, Rogério, Zé Kley, André e outros. Na verdade muita gente ajudou na montagem, pois o mais importante era fazer o espetáculo e ficar perto das meninas do colégio. Nem se falava em dinheiro, uma das razões das freiras abrirem a porta para o Festival.
Era o primeiro evento do Grupo, que não por acaso foi também o único. Ninguém tinha experiência e para variar, Jonnhy era o porta-voz, o encarregado, o técnico de eletrônica, além de fazer as mixagens e atuar como DJ. Cabia a nós, principalmente, as tarefas de arrumar material e montagem, tudo previsto por Jonnhy, claro.
O planejamento era feito nas famosas e fumacentas reuniões no 30. Sempre que possível, com a ausência de Dª Iracema, a casa de Jonnhy era invadida e muita coisa rolava.
Tínhamos uma aparelhagem que era um verdadeiro quebra-cabeça eletrônico. Junção de vários aparelhos domésticos, alguns com mais potência que Jonnhy, o Técnico, desmontava, soldava, remontava, e o pior, fazia funcionar.
Mas o primeiro grande problema apareceu logo. A iluminação do palco. A única coisa que sabíamos era que tinha que ter luz suficiente para iluminar os artistas. Mas seria pior se não estivéssemos com um Técnico de Iluminação. Não poderia ser outro, Jonnhy, com aquela cara limpa explanava sobre o assunto, apontava os lugares e não havia quem duvidasse de seus propósitos, muito menos nós.
Definido que precisávamos de muita luz, restava “comprar” o material e aí a coisa pegava, não havia dinheiro. Roda para um lado, para o outro, e ao entrarmos na Correa Dutra alguém deu uma idéia original. Um grande prédio na esquina com a praia, recém inaugurado, era iluminado por luzes bem fortes vindas de diversos holofotes espalhados em seu contorno, perfeitos para nosso trabalho. Alguma dúvida no ar? Na calada da noite, o prédio ficou às escuras e nós já tínhamos material para um grande espetáculo.
E por incrível que pareça, com alguns tropeços e o palco iluminado, o Festival de Música do Externato Angelorum foi um sucesso. O Capitão João Paulo se despediu das freiras , mas da farda não, pois a guardou junto com seus outros uniformes de campanha e aventuras. Ainda bem que o Beltrame não apareceu por lá para pedir informações.
2 comentários:
Oi pessoal...
Esta aconteceu comigo, se me contassem eu não acreditaria.
A mãe de minhas últimas 4 filhas teve as duas primeiras na maternidade da Praça XV.
Após o parto nós voltamos lá p´ra fazer as "revisões" do parto.
Chegamos lá, de tarde, na sala para o 1o. procedimento de uma série de 5. Entramos na sala e encontramos 6 mães, uma doutora e 3 enfermeiras.
Ficamos na fila de espera.
De repente entra uma bela mulata com seu filho nos braços e, imaginem, o pai... "João Paulo Medina".
Quando eu o vi fui logo falando "Jhonny.....". De pronto êle fez "aquele sinal de sujeira".
Eu de pronto parei.
Vcs não vão acreditar... A doutora e as enfermeiras ficaram todas alegres com a chegada de nosso amigo e falaram:
"Oi Dr. João Paulo. Como vão as férias??? Tudo bem??? Quando o Sr. volta??? Estamos com saudades...".
De queixo caído, mas na minha, fiquei lá no meu cantinho com minha mulher.
Êle falou com as colegas de trabalho!?!?!?!? Se dirigiu p´ra mim, me deu um abraço e me convidou p´ra ir p´ro corredor, fora da sala... Conversamos trivialidades e eu não toquei no assunto. Êle era o chefe da Pediatria da Maternidade da praça XV. Acreditem... Essa foi comigo...
NUNCA MAIS RETORNEI AO HOSPITAL EM QUESTÃO...
Ainda tenho mais duas que presenciei. Fica p´ra próxima.
Beijão em todos.
PQD
Como escrevemos, o Dr. João Paulo merece vários capítulos em nosso Blog e sua história, assim como o Capítulo escrito pelo Byra, é claro q vão ficar registrados além do comentário.
Quanto as outras histórias mande direto para mim pois assim a preparemos para ir direto para o blog.
bjundas
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