Parte I
Apresentação à sociedade
O ano de 1974 foi marcado
por inúmeros acontecimentos no mundo, no Brasil, no Rio de Janeiro e
principalmente na Correa Dutra; do mais significativo de todos temos a festa de
15 anos de nossa querida Izabel. Uma data simbólica e marcante para ela e sua
família; em que ela seria “apresentada” a sociedade como a mais nova debutante
da confraria “correana”.
Uma data tão esperada e
comemorada no seio da família, que cumpriria todo um planejamento de uma festa,
com o cerimonial que a data requeria. Pai e mãe se ocuparam de todos os
detalhes: a reserva do salão de festa do Fluminense Football Club, contratação
de buffet, DJ, trajes dos convidados de acordo com a circunstância, valsa e
tudo o mais que uma festa de debutante exige. Assim foi a festa de 15 anos de
Izabel Oliveira Vianna, a Bel.
Seu Roberto e D. Inês capricharam. A festa estava impecável. Tudo certinho, desde a organização da festa propriamente dita até a escolha dos pares masculinos que dançariam a valsa solene. É claro que seu Roberto, ficou com a seleção do time nesta parte. Não queria saber de “cabeludos” participando na festa de sua Belzinha e determinou que cortassem os cabelos. Imaginem, que em 1974, ter cabelo grande era um símbolo de juventude e modernidade. Uns tinham comprido pra baixo, encaracolados ou lisos; outros tinham comprido pra cima, no estilo black power, impecavelmente arrumados em formato de colméia. Um must ! Mas para atender a determinação do seu Roberto, na entrada, os que tinham os cabelos compridos deram um jeito de prender.
Vale notar pelas fotos que
os ternos e blêizeres eram os mais vistosos possíveis. Os destaques foram
marcados pelos paletós do Beto, do Milorge e do Jaime, primo da Izabel. Listas
quadriculadas coloridas adornavam o corte clássico do blêizer. Meu Deus! Enfim,
era moda né?
As fotos (que agora fazem
parte do acervo do Departament
o de Documentação da Correa Dutra – DMC,) não
registraram toda a rapaziada da Correa Dutra. Alguns foram, mas não temos tais
registros fotográficos e outros não foram por motivos diversos; teve um que não
foi convidado por ser considerado “mau elemento”. Que absurdo!!! Há
controvérsias a respeito! Ausências sentidas, sabemos de algumas, Zé Drinks
(nosso atual Presidente), Cláudio Kibe (nem ficou sabendo da festa), Mário e
Frango (não houve menção dos dois nos relatos que ouvimos).
Esta festa marcou nossa
época. Talvez porque tenha sido a festa mais dentro da normalidade na qual
participamos. Tudo em ordem, seguindo o cerimonial, com a valsa executada com
os meninos e a aniversariante, o pai da noiva arriscando alguns passos que não
era bem de seu costume; uma festa magnífica! Parentes e amigos deliciavam-se
com tal esplendor, agora ao som das músicas da época. Izabelzinha estava apresentada
a sociedade.
Parte II
Nos embalos de sábado à noite
Como em todas as festas,
mesmo as mais organizadas, temos as cenas de bastidores que, estas sim,
normalmente têm assuntos bem interessantes de serem registrados em nossa
história e consequentemente em nosso blog. E é aqui que a equipe de jornalismo
de plantão de Drinks & Kibe entra, resgatando cenas dos bastidores
da festa de Bel, que não poderiam jamais deixarem de ser contadas.
Um detalhe curioso que
passou despercebido por alguns e que também não poderia ser deixado de fora
desta festa merece ser contado.
Registro importantíssimo que
merece ser lembrado é que o DJ da noite, foi ninguém mais do que José Augusto
Bezerra de Lima – Zé Augusto. Botando pra rodar nas pick-ups, os maiores
sucessos da época; conforme propagavam na Rádio Mundial, Big Boy e Ademir,
nossos ídolos maiores das discotecas. Sucesso garantido!
desmanchando-se com o suor do contato com seu parceiro. Outras empinavam o bumbum, temendo encostar em algum casco de coca-cola que os meninos guardavam no bolso e que não tiveram tempo de consumir. Momento mágico, que por vezes unia casais para sempre, tornando-os namorados e depois maridos e esposas. Nossa história tem alguns exemplos.
Assim que a música lenta parava e entrava a black music de James Brown, Jackson Five, Abba, Michael Jackson, Donna Summer, The Tramps e outros tantos, era uma correria das meninas pro banheiro, a fim de retocarem maquiagem, cabelo, e sabe-se lá mais o que. Os meninos saiam discretamente, arrumando o casco de coca-cola e buscando algo para beber que refrescasse os ânimos latejantes. E quando eram servidos pelos garçons, lá estava seu Roberto, já bem alegrinho, distribuindo rapé pra todo mundo e dando sua inconfundível risadinha; isto sob o olhar de reprovação de D. Inês, mas com certa condescendência e bom humor. Afinal, eram anos de casamento e aquele dia era bem especial.
É claro que lá pelas
tantas, a formalidade deu lugar ao jeito de ser da galera; ou seja, paletós e
blêizeres jogados nas cadeiras, camisas abertas; as meninas já desciam de seus
saltos altos, libertando seus pezinhos para executarem suas dancinhas no salão.
E segue o baile!
Também foram percebidos que
alguns casais foram visitar os jardins do Fluminense para ver se algum “submarino”
aparecia perto da piscina, mas tudo sob controle e discrição, afinal o clube é
de família, claro!
Festa encerrada, convidados
despedindo-se, pratinhos de bolos sendo arrumados para os maridos que não
puderam ir ou mesmo pro café da manhã do dia seguinte. Tudo nos “conforme”,
seguindo a tradição e costumes da tradicional família brasileira. Ainda bem que
não tinham inventado os potinhos de Tupperware e ninguém se atreveu a levar um
potinho de Claybon pra trazer os salgadinhos. Festa chique é diferente!
Bom. Chegou a hora de arrumar os presentes, toalhas de mesa, louças, pratarias e outros enfeites de D. Inês no carro – a famosa Veraneio, instrumento de trabalho de Zé Augusto, de propriedade de seu Roberto e que era o carro da empresa nos estaleiros de Niterói. Modelo único e especial na Correa Dutra, com sua exuberante cor mista de marrom e fúcsia, o que lhe emprestava uma característica única!
Coube ao Zé levar a família
primeiro e depois vir buscar tais apetrechos. Ainda bem que nesta época não
havia blitz com bafômetro, pois as condições etílicas estavam sob o domínio do
“piloto-automático” da Veraneio; ou seja, direção pelo sentimento!
Dizem que a festa da Bel se
tornou inesquecível naquele ano por conta disto. Voltaram com os presentes e
apetrechos intactos, a Veraneio inteira e ninguém visitando a Delegacia.
No final deu tudo certo, com as bençãos do Senhor. Uma festa que ficou na lembrança dos que foram; e aos que não foram, fica aqui o registro, para que conheçam um pouco mais de nossas histórias de juventude.
Viva a Bel!
4 comentários:
Boa tarde meus queridos!!!lOrgulho de vcs!👍👏👍😍
Talvez não lembrem da minha pessoa 🤔
Sou a Nena da Correia de Baixo 47
👍❤️
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