domingo, 18 de abril de 2021

A Primeira de Robson Huebra, o nosso Pirata

Robson é um grande camarada, amigo de rua, de drinks e bares, e amigo também de palco, quando nos aventuramos na montagem de uma peça que ainda estava em cartaz no antigo Teatro Manchete, com muito sucesso no Rio, Pippin, com Marília Pera e Marco Nanini, e apresentações de Quadrilha em Festas Juninas, quando até conquistamos prêmios pelas nossas performances.

O desafio foi com um grupo maravilhoso de teatro amador, que infelizmente não durou muito tempo. Mas os poucos atos e danças que passamos juntos foram momentos inesquecíveis em nossas vidas, e mais ainda para o meu amigo Pirata, pois com seu olho de águia pescou uma das atrizes mais simpáticas do elenco, Tania Lorenzo, que interpretava uma também muito simpática Vovó, e como assim a chamamos até o dia de hoje.

Robson, que se apresenta como “apenas um rapaz latino americano sem parentes importantes” e Tania Vovó se casaram, tiveram filhos, já criados e independentes, e atualmente curtem a vida na também muito simpática Barra de São João, no litoral praiano da Costa do Sol, no mais do que simpático, nosso Rio de Janeiro.

E como se aperfeiçoou no campo da Filosofia, se tornou um cara bem articulado e não poderia faltar em nossas crônicas, mas que esta seja apenas a Primeira de Robson Huebra, o nosso querido, e simpático, Pirata.   

Bem...como Drinks havia solicitado uma crônica e depois de acompanhar nosso grupo, como caçula, para conhecer um pouco os companheiros, hoje acho que sai... Chove lá fora e o ambiente parece serrano. Folhas caidas, frio, chuva fina e quase ninguém na rua. Lá vou eu em busca do pão nosso de cada dia. Caminho sozinho, eu e minha máscara. Penso. Se penso, logo existo, né? Pois é, assim caminhamos pela vida. Fazendo coisas simples e filosofando sempre. Pois nesse pequeno trajeto, entre minha casa e a padaria, observo a cidade e filósofo; aonde será que perdemos aquilo que viemos procurar? Aí precisamos refletir sobre o que seria uma perda. Seria algo que supomos ter? Ou apenas uma privação? Pois podemos não ser os donos e apenas ser algo que necessitamos. E necessitamos de tantas coisas, não é mesmo? Necessitamos de dinheiro, de roupas, calçados, remédios, de água, comida, enfim... coisas essas que fazem a via girar. Além disso, meus queridos amigos leitores, necessitamos de flores, da terra, do céu e do mar. Mas, necessitamos fundamentalmente de pessoas. A ausência do semelhante é o fim. Abstraímos, criamos ilusões e muitas vezes a perseguimos de forma equivocada. E se cometemos erros de procura, talvez, estejamos criando falsas ilusões. Ainda estou a caminhar em direção ao pão que um dia foi trigo e enfim entendo meu pensamento. É que o desejo de uma vida tranquila me trouxe para o interior e nossas ilusões eram outras. Ar puro, mar limpo, ruas de terra, gente simples e cortês, a sensação de que o tempo não passava, o barquinho voltando cheio de peixes lá na boca da barra, e o pescador amigo nos oferecendo um. O papo longo na rua sem pressa por voltar. Enfim... tudo isso reside em mim, assim como a Correa Dutra existiu. E reencontrar os "velhos" amigos é reviver os papos no bar da esquina, o nosso Clube da Esquina. As peladas na rua com a bola muitas vezes indo parar dentro do boteco do seu Fernando ( acho que era esse o nome do gajo). Horas e mais horas de conversas mil, num rodízio de amigos. E de vez em quando uma volta no 571/circular. Assim, desperto de minha reflexão e percebo que não conheço a vendedora que me atende, recebo o troco da caixa que não me conhece, esbarro num semelhante desconhecido e volto para casa com a sensação de que continuarei procurando por algo que já não me pertence mais. Em tempo, nem Bolsonaro, tampouco Lula pertencem a esse grupo. Pensem nisso.




7 comentários:

Amaro disse...

Parabéns Montilla. Abraços e vida longa para todos nós!!!

Manga disse...

Falou tudo parabéns

Vieira disse...

Bom dia Correanos, em especial ao grande Pau Liso, parabéns pela crônica, que ao ler me remeti a +/- 50 anos atrás, e viajei num passado realmente fantástico, que raríssimos grupos conseguiram aproveitar na infância /adolescência, e se manter até os dias de hoje, sempre ressaltando o incansável Zé Drinks nosso presidente já eternizado.
Não gostaria de mencionar política nesse texto, mas apenas uma ressalva para o Pau Liso, quem não é Petralhas no grupo com certeza poderá mudar seu candidato por exemplo em 2022, sem problemas.
Agora quem é Petralhas, esses tem que aguardar as ORDENS seja de quem for, lá do Partido das Trevas para se curvar perante ais ditadores Comunistas.
Um forte abraço Pau Liso.

Amaro disse...

Montilla, o poeta andarilho , é pau no lombo dos Vermelhos, que fuderam o País nos últimos anos.... Fato comprovado, se é que me entende....

Bibaca disse...

Com Vieira e Amaridio falaram, está se volta o poeta dos loucos. Parabéns pau liso, meu vizinho do 166, amigo leal, tempos de viola e músicas acompanha se várias doses de pisco no seu ap com o falecido amigo também e mestre Ronaldo. Viajei na maionese e voltei, valeu apena esse mergulho rápido e poético que vc nos fez refletir. Um bj no seu coração.😘👍🙏🙏👏👏👏🍻

Robson Huebra disse...

Fico aqui imaginando o próximo encontro presencial, pois virtual vem acontecendo por aqui, né ? Acho que só ano que vem ...será? Forte abraço...oss!

Vieira disse...

Pau Liso, meu amigo, está lembrado disso aqui? Depois vc manda pra gente essa musiquinha:

Cabralia
Linda praia de Porto Seguro
Ela é muito mais do que um refúgio...

Tá lembrado disso aí? Manda a gravação...