Crescemos assistindo a Globo

 Somos da geração que viu nascer, sem qualquer exagero ,  uma das grandes invenções da humanidade, a TELEVISÃO , e claro, suas programações,  que nos prendem na frente da telinha e até mesmo mudam nossos hábitos. Jornalismo, novelas, filmes, humorísticos, tudo que acontece no mundo passa na nossa frente, e a cada dia chega mais rápido, ao vivo e à cores.

Nosso parceiro Kibe, homem da mídia e da comunicação, compartilhou em nossa rede social um texto bastante interessant
e onde deixa claro a sua opinião em relação ao momento meio conturbado que passa a maior emissora de TV do Brasil, e uma das maiores do mundo, a Rede Globo de Televisão.   

Meus queridos amigos e amigas!

Acho impressionante como uma emissora de TV fez e ainda faz parte da vida de tantos brasileiros. Capaz de ditar modas, de nos influenciar em usos e costumes, de impregnar nossas mentes com temas musicais – tema do Airton Senna aos domingos; com jargões – “Boa noite!” dito ao final do Jornal Nacional; e expressões que ficarão para sempre – “Bem, amigos da Rede Globo!”, dita pelo Galvão Bueno a tantos e tantos anos.

Crescemos assistindo a Globo e é inegável o quanto nos acostumamos com sua programação. Certamente, em nossa juventude, nos deixamos influenciar por suas novelas, vibramos com os jogos da seleção – exibidos com exclusividade, e depois com os clássicos cariocas, rimos com os Trapalhões, assistimos o Fantástico, ao final do domingo na casa da namorada e tantos  e tantos outros programas. Dificilmente vamos encontrar outra influência televisiva mais forte do que a da Globo, pelo menos no Rio de Janeiro. Em Sampa, o
SBT teve sua marca, mas não fez tanto sucesso quanto a Globo. E se olharmos pro Brasil e interior, veremos que até as gírias cariocas foram introduzidas no linguajar interiorano. É fato!

Nos acostumamos com jovens repórteres iniciando carreira e fomos acompanhando sua imagem ao longo de tantos anos. Alguns, nos eram bem “íntimos”, sabíamos nome, estado civil, ficávamos felizes quando sabíamos que eram casados, tinham filhos, vida normal, ficávamos tristes quando morriam; enfim, passaram a fazer parte da família.

De uns tempos para cá, vejo um tanto de pessoas “revoltadas” com a Globo. Querendo o fim da emissora, consideram todos os jornalistas que lá trabalham, comunistas; que a emissora só existe porque o governo anterior tinha interesses em comum – e esquecem que a concessão foi dada à época do regime militar. Sabem que a emissora tem uma dívida milionária, como se outras grandes empresas não tivessem e fosse ela a única devedora no mundo empresarial.

Torcer por seu fim, não me parece ser a solução – apesar de nem saber qual é a questão maior – uma vez que no governo do PT este sentimento também existia. Tremo só de pensar na quantidade de canais que existem no Rio de Janeiro, de baixíssima qualidade técnica, cultural, jornalística – e ainda tem os canais religiosos que hipnotizam boa parte da comunidade carente. Realmente a Globo não é concorrente destes e eles nem se preocupam com isso, pois o lixo cultural não se aproxima do que é de boa qualidade e o que importa é vender – seja lá o que for.

Não quero enaltecer toda a programação da Globo, pois tem muita porcaria e bota porcaria nisso; mas uma coisa que eu sempre batalhei, foi educar meus  filhos em relação a qualidade de conteúdos que eles consumissem, quais programas e novelas deveriam ou poderiam assistir; mesmo que por vezes eles assistissem um ou outro em casa de avós e amigos e amigas. Depois de adolescentes, não tinha como evitar, mas deixei minha lição em vida. Mesmo assistindo porcarias não se tornaram homossexuais ou tiveram algum tipo de desvio de caráter.

Não pensem que as TVs streamings só trazem maravilhas, cuidem-se e cuidem de seus netos – pois alguns seriados juvenis induzem ao suicídio. Acreditem!

Atualmente parece haver uma comoção nacional ao sabermos que alguns jornalistas que trabalham na emissora há mais de 40 anos, estão sendo demitidos. A Globo, carrasca, está “jogando na rua”, profissionais que dedicaram suas vidas à emissora. Que maldade!

Daí eu pergunto. Quantos dos senhores, trabalharam em algum emprego mais de 40 anos? Quantos dos senhores e senhoras foram substituídos em seus cargos, por pessoas mais jovens? Nas outras emissoras, não existe este tipo de mudança no cast?

Não torço para que a Globo feche e nem que ela fique no ar. Não é questão de torcida. Não é time! Trata-se de eu ter o direito de escolher o que eu quero assistir, de questionar uma opinião e poder ser contrário a ela;  de não aceitar o que é imposto pela mídia, seja ela de qual tendência política for;  e por fim, de eu poder apertar o botão OFF do controle, quando o assunto não me interessar.

Bom fim de semana a todos!