Depois de uma grande tempestade, um rapazinho que estava a passar férias em casa do seu avô, chamou-o, da varanda, e disse:-Vovô, vem cá depressa! Explica-me porque motivo é que o tronco desta árvore tão frondosa e tão grande, que precisava de quatro homens para a abraçar, se partiu, caiu com o vento e com a chuva, e este bambu tão fraco continua de pé!-Olha, meu filho, este bambu permanece de pé porque teve a humildade de se curvar na hora da tempestade. Aquela grande árvore quis enfrentar o vento. O bambu ensina-nos sete verdades. Se tiveres a grandeza e a humildade dele, vais experimentar o triunfo da paz no teu coração.E o bom do velhinho prosseguiu a sua lição ao seu querido netinho interessado em aprender:
A primeira verdade que o bambu nos ensina, e a mais importante, é a humildade diante dos problemas, diante das dificuldades. Eu não me curvo diante do problema e da dificuldade, mas diante daquele que é o único princípio da paz, que é o Senhor.
A segunda verdade: O bambu cria raízes profundas. É muito difícil arrancar um bambu, pois o que ele tem para cima, tem também para baixo. Tu precisas de aprofundar, em cada dia, as tuas raízes em Deus, nas tuas orações.
A terceira verdade: Tu já viste um pé de bambu sozinho? Apenas quando é novo, mas antes de crescer ele permite que nasçam outros a seu lado. Sabe que vai precisar deles. Eles estão sempre bem agarrados uns aos outros, de tal forma que de longe parecem uma única árvore, parecem uma família… Às vezes tentamos arrancar um bambu lá da moita que eles formam. Tentamos cortar e não conseguimos. Os animais mais frágeis vivem em bandos para, desse modo, se protegerem dos predadores.
A quarta verdade que o bando de bambus nos ensina é não criar galhos. Como a sua meta é o alto e vive em moita, em comunidade, o bambu não quer criar galhos. Nós perdemos muito tempo na vida a tentar proteger os nossos galhos, coisas insignificantes a que damos um valor inestimável. Filho, para ganhar é preciso perder tudo aquilo que nos impede de subirmos suavemente.
A quinta verdade é que o bambu está cheio de “NÓS”, e não de “EUS”. Como ele é oco sabe que, se crescesse sem nós, seria mais fraco. Os nós são os problemas e as dificuldades que superamos, são as pessoas que nos ajudam, aqueles que estão próximos e acabam por ser uma força nos momentos difíceis. Não devemos pedir a Deus que nos afaste dos problemas e dos sofrimentos. Eles são os nossos melhores professores, se soubermos aprender com eles e simplesmente passar por eles.
A sexta verdade é que o bambu é oco, vazio de si mesmo. Enquanto não nos esvaziarmos de tudo aquilo que nos enche, que nos rouba o tempo, que nos tira a paz, que ocupa os nossos pensamentos, não seremos felizes. Ser oco significa estar pronto para ser ocupado pela Luz.
Por fim, a sétima verdade que o bambu nos dá é exatamente o título de um livro: “Ele só cresce para o alto“. Ele busca as coisas do Alto. Esse é o seu destino. Essa é a sua meta.Sejamos como o bambu: Ele verga mas… não quebra.
(Do livro “Buscando as coisas do Alto”)
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