Passeio gastronômico pelos bairros de nossa vida - II

Hoje, iremos ao Largo do Machado. Cenário vivo em nossas lembranças, que marcaram nosso cotidiano.Uma praça que ainda hoje possui alguns restaurantes, novos por sinal, que talvez não tenham o mesmo charme dos de outrora. Mas esta opinião fica por conta de cada freguês.

Pois bem, além do Lamas, que já falamos, outros restaurantes e lanchonetes marcaram nossa época. Tinha o Spaguettlândia, uma casa de massas que ficava ao lado do Cinema São Luiz, de onde o aroma da mussarela derretida de suas pizzas, com a beiradinha queimada, seduzia a todos que também por ali passavam. O espaguete com molho à bolonhesa era um dos pratos mais pedidos. Babavam todos.

Na galeria Condor, há quase 40 anos, funciona a lanchonete do “primo”, cujo nome original é Rotisseria Sírio-Libanesa, mas que ninguém lembra. Talvez seja, onde comi a esfirra mais gostosa até hoje. Massa fininha, carne moída bem temperada, com um leve toque de zatar (tempero sírio que encontramos nas Casas Pedro, em qualquer de suas filiais no Saara). O kafta, com um tempero que leva até canela, pode vir acompanhado de “meio” arroz com lentilha, encoberto por rodelinhas de cebola fritas e crocantes, e molho de carne cortada em cubinhos. O hamus, a coalhada seca, o babagamuch (pasta de berinjela), são degustados com pão sírio, cebolinhas brancas, cortadas em cubinhos, cobertas com um generoso punhado de salsinha (para aliviar o hálito dos cristãos e mulçumanos), um bom copo grande de mate gelado refresca o calor. Não poderia jamais me esquecer do kibe (por razões óbvias), que no início só tinha o de carne - o recheio é inigualável). Agora tem kibe de verdura, requeijão, e outros que não me interessam, por terem perdido a originalidade, apesar de entender que é importante atender a diversidade de gostos de seus inúmeros freguêses. 

Outro lugar que teve seus dias de glória foi a Churrascaria Minuano, na rua Gago Coutinho. Muito freqüentada nos idos de 70, hoje em dia perdeu freguesia para ooutros restaurantes que servem churrasco rodízio. Ainda tenho uma canequinha de vinho, em miniatura, cortesia da época em que os restaurantes davam “lembrancinhas” aos seus freguêses. A Churrascaria Majórica, resiste heroicamente, na rua Senador Vergueiro, já um pouco distante do Largo do Machado.

Há também, a Adega do Machado, próximo ao Colégio Amaro Cavalcanti, com seu tradicional bolinho de bacalhau e o vinho de barril, de sabor característico mas não menos original ao que se encontra nestas tradicionais adegas cariocas.