sábado, 25 de maio de 2013

Você já fez uma DESCUPINIZAÇÃO?

V

c já fez uma DESCUPINIZAÇÃO? ou melhor, JÁ TEVE CORAGEM de fazer uma? É claro que é uma idéia "dela", da "patroa". Nós temos a certeza que "não é necessário" naquele momento. Mas elas insistem, confundem uma simples "broca" com o maldito cupim, só porque também gostam de madeira e deixam aquele rastro de serragenzinha, de fácil limpeza. E elas insistem. E diante da nossa "falta de tempo" em contratar o alienígea que cuida dessas paradas, elas ameaçam, choram e apontam para os malditos cupins, que na verdade são apenas broquinhas, um tanto esfomeadas, é verdade. E insistem tanto que acabam por contratar o maldito especialista. 
Na conversa é tudo esquematizado, e até esse momento você está fora, um mero espectador, embora tenha a certeza que é você quem vai sair "perdendo". 
Chega o grande dia, aliás, o dia anterior, aquele em que tem se preparar o ambiente, ou seja, TIRAR TUDO, DE TODOS OS ARMÁRIOS, e colocar aonde mesmo? É um detalhe que normalmente passa desapercebido pelas patroas do lar. 
Sexta-feira é a data. Ela, por acaso, foi ao dentista, e pede para que adiante com a retirada das roupas e das bagulhadas dos armários, e me lembro que já fazem mais de vinte anos de armário, com roupas, algumas esquecidas lá no fundo, além de "cositas mas" que passaram a ser ali "guardadas" para que um dia a gente pegue de volta. Para melhorar, minha Neném pede que fique com Marina, minha linda netinha, pois ela tinha compromissos sociais (sexta não é fácil) e iria chegar muito tarde. E como era esperado, também sobrou pra mim, ou terá sido tudo planejado? Sem opção, e com Nininha dormindo, iniciei minha tarefa. Como não abro mão da organização, trabalho por blocos, por áreas, para que possa depois retornar com mais facilidade. 
Matei as saudades de vários objetos que não via há anos. Do lado dela, muito papel, fruto de suas consultas e estudos, e um faqueiro, presente de casamento, no século passado, guardado ainda com vários talheres, principalmente aqueles diferentes e de pouco uso, e ali era um grande "ninho das brocas". Além desse, as famintas atacaram um armário menor, que tal como o faqueiro, não tinha sido tratado contra elas. Os outros ambientes, felizmente não estavam muito afetados, com exceção para a estante da sala, onde guardo meu "baú", minhas fotos. Sorte que também foi praticamente de um lado só, o dela, claro, com muito mais papel. 
Enquanto todos dormiam, euzinho, sozinho, cuidei de retirar tudo dos armários, e o único local livre era a sala, pois no outro quarto a vovó e a netinha dormiam tranquilamente, e meu filho, Raphael, não estava muito bem e dormiu cedo, na sala. Fui até 4 horas, quando resolvi parar. 
De um armário duplex, de 11 portas, além dos gavetões da cama e estante na lateral, consegui chegar na metade, e o cara chegaria às 9 da matina. Fazer o que? As fotos não mentem jamais (nem sempre). Estava difícil mas as 8h já estava em ação. Por sorte o cara chegou por volta das 10 e 45, e eu não tinha acabado. 
Claro que minha neta, as duas cachorrinhas, meu filho e ELA, a patroa, não podiam ficar naquele ambiente regado de veneno. Sobrou pra mim, aliás, já tinha sobrado. 
O homem chegou bombando, ansioso por atacar as broquinhas:
- vai terminando aí que vou tratando as portas...
E enquanto eu tirava roupa e mais roupa, bagulho e mais bagulhos, o valoroso exterminador ia furando a parte de cima das portas e caçando as bichinhas.
Por sorte, como já dito, o mal ficou mais concentrado na suite, foi ali que ele atacou com vontade:
- dou um ano de garantia e duvido que elas resistam...
E haja veneno. O quarto era uma piscina. Eu até notei um leve sorriso naquele semblante enquanto borrificava com mais vontade por dentro e por fora dos armários. A casa não é dele mesmo, e não é ele quem vai limpar depois mesmo.
E foi assim até ás 5 horas da tarde. Sem almoço, com aquele cheiro de "fumacê", com a sala entupida de "tudo", brindamos o fim da batalha com um belíssimo "copo de leite". O simpático herói se despede, mas promete voltar, depois da garantia de um ano, no entanto fui também rápido, nem daqui há vinte anos. 
Você já fez DESCUPINIZAÇÃO?

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Papo de botequim, com Sergio Pugliese


E
m janeiro do ano passado, conhecermos o blog de Segio Pugliese e desde então acompanhamos suas cronicas sobre peladas e drinks, uma combinação que muito nos agrada.
No último dia 27 de abril, recebemos uma msg do jornalista com os seguintes dizeres: 
- “ Fala! Hoje citei o blog Drinks & Kibe, na coluna com o Alfredinho, do Bip Bip. Abração! “
Claro que fomos imediatamente para o blog (   http://oglobo.globo.com/blogs/pelada/?periodo=&palavra=Alfredinho ), e não somente pelo fato de estarmos sendo citados, mas também que a conversa era com o dono do Bip Bip, um barzinho, ou melhor, um botequim de Copacabana, onde nos idos de 70 era ponto obrigatório de parada para iniciar nossas noitadas.
Lá tomamos, digo, bebemos muitos drinks e sempre servidos apenas pelo dono, que não deve ser o Alfredinho, atual titular, mas pelo texto, tudo indica que manteve a tradição de trabalhar sozinho, mesmo porque o local é realmente pequeno e duas pessoas atrás do balcão já seria muito.
E como foi nos dado a liberdade de cola-copia de suas palavras, destacamos a seguir alguns trechos de seu blog que tenho certeza será de agrado geral.
O início do texto é com uma frase de grande efeito, que logo é muito bem explicada:
Campos de pelada e botequins são almas gêmeas. Populares, democráticos, palcos de prazer e frustrações, títulos e rebaixamentos. Normalmente maltratados, esburacados e sujos não cogitam plástica, afinal quanto pior, melhor! Bem resolvidos, complementam-se harmoniosamente: um desgasta a rapaziada e o outro abastece o corpo e a alma.”
E após a referência de que “o Bip Bip, em Copacabana, era reduto de boêmios e dos melhores músicos do pedaço” e que Alfredinho, vivia “cercado de fotos dos bambas Aldir Blanc, Roberto Ribeiro, Nelson Sargento e Carlos Cachaça”.
Logo a seguir comenta que os compositores Paulinho do Cavaco e Luis Pimentel pediram os botequins de volta em forma de uma canção: “...o porre, a paquera, conversa fiada. E a dor de corno que virou piada. Nos meus botequins a vida era engraçada....o ovo colorido enfeitando o balcão. A cerveja gelada tirando o juízo. E os sonhos cobrindo a serragem do chão. E no alto São Jorge matando o dragão...”.
Em seguida, provavelmente alguns drinks depois, passamos a conhecfer um pouco mais do Bip Bip da era de Alfredinho:
“Em 1984, assumiu o Bip Bip, fundado em 1968. É o quarto dono. Era um antigo sonho reunir amigos em resenhas futebolísticas e musicais. Carismático, transformou um espaço de 18 metros quadrados em atração turística internacional. Não tem garçons. Os próprios clientes pegam suas latinhas de cerveja no freezer e cortam o queijo no balcão, o oposto da canção de Paulinho Cavaco e Pimentel sobre a invasão dos botecos de grife: “...é point da moda, não sai dos jornais, cheio de frescuras e artistas globais....”. 
- O Bip Bip é a casa de todos – resumiu, Alfredinho.
E termina o papo de botequim com uma breve referência ao nosso blog:
“Ian Sena estava feliz como pinto no lixo, soltinho como nas quatro linhas. E filosofou citando um pensamento do teólogo Leonardo Boff: “Boteco é um estado de espírito. É uma metáfora da comensalidade sonhada por Jesus, lugar onde todos podem sentar à mesa e celebrar o convívio fraterno e fazer do comer, uma comunhão”. A frase retratava fielmente o momento vivido pela rapaziada. Ian também lembrou do boleiro José Neto, cria do Aterro, e seu blog Drinks & Kibe, no mesmo conceito, bar e bola. Já era tarde. Daphne, namorada de Ian, ligou cobrando presença. Ainda tinha o terceiro tempo! Hora da foto! Alfredinho abraçou a bola e fez cara de sério: “Deixa com o craque!”. Paulinho do Cavaco e Pimentel ajeitaram as golas. Click! Ian partiu quicando a redonda enquanto Alfredinho apontava a geladeira para um turista italiano que ainda não sabia como a banda tocava por ali.