Antes de nosso texto, os PARABÉNS para a turma do mês de maio:
02 - ULISSES PEIXE
02 - Gabriel (ZÉ FRANGUINHO)
03 - VERONICA (ANTERO)
04 - XIQUINHO
04 - L Madruga (genro DELLA)
07 - Amanda (BYRA)
07 - ANA FRAGA (ex PQD)
10 - GEORGETE VIDOR
11 - MARCOS BIBACA
11 - ANDRÉ FEIJÃO
11 - Rodrigo (filhote GODA)
15 - DRINKS
18 - VIEIRA SVIEIROVSKY
20 - MARÍLIA
20 - SERGIO CASTOR
21 – LUIZ LOKA
27 - ROBERTO AZULÃO
e claro,
11 - PQDFDP (sempre)
Dia 14 de maio de 2023, segundo domingo de maio, o Dia das Mães, um dia muito especial para todos nós, pois afinal, sem elas não existiríamos, e só isso já seria o suficiente para que fossem homenageadas, e não apenas por um dia, mas por todos os dias de nossas vidas, e nada melhor do que um almoço neste dia, e na casa de uma mãezona com os filhos e netos, e o primeiro passo, claro, é a escolha do cardápio, tem que ser um prato rápido, que atenda aos gostos mais exigentes das crianças e que agrade aos adultos, sabendo que a salada não é bem vista e o arroz com feijão é uma comida diária e por isso fora de opção, mesmo com total aprovação dos anjinhos.
Lá em casa, por exemplo, seriam 6 adultos, 6 crianças, na faixa dos 3
aos 10 anos, e uma pré-adolescente, como a jovem de 13 anos se autointitula, e
minha sugestão era a mais simples, o padrão do almoço de um domingo com a
família, o tradicional macarrão com carne assada, todos gostam e ninguém
reclama, mas a mamãe-Chef não concorda, queria um prato mais sofisticado, que
certamente agradaria mais aos adultos, e para as crianças, um complemento que poderia
ser um prato mais simples.
Dentre algumas opções, ficou acertado que seria um prato com camarão, um
bobó, e para as crianças, um filé de peixe empanado e frito, além de umas batatinhas
assadasque é semp re bom.
E como é o Dia das Mamães, a cozinha ficaria com o papai que já bola
seu esquema para cozinhar e amassar a mandioca, descascar o camarão, fazer o
arroz e o peixe, e assar as batatinhas. E tudo tem que estar pronto até no
máximo às 13h daquele próximo domingo, parecia até coisa de reality show.
É certo que para isso, tudo deveria ser comprado com antecedência, para que não
ocorresse qualquer atraso. E assim foi feito, ou quase.
Compras antecipadas para quinta-feira, com bastante tempo para as faltas eventuais, o que sempre acontece nesses dias. No meio do supermercado toca o
telefone, é a filha que deseja saber se está tudo bem e a mamãe, toda feliz, sem conversar com ninguém, faz a postagem do cardápio: casquinha de siri, pastel de camarão, bobó de camarão,
arroz, e o peixe frito com batatinhas assadas para a criançada, e uma sobremesa
especial, a famosa torta alemã, uma unanimidade na família, e eu comigo, será que
ela não esqueceu de mais nada para este almoço de família?
Sábado, logo de manhã, a mamãe entende que as compras não foram suficientes,
que os 2 kg de mandioca não atenderiam aos 6 adultos, assim como o camarão que
já tinha comprado, e iria precisar também de mais carne de siri. Como ela é a
Chef, fui rapidamente ao supermercado e comprei mais 2 kg de mandioca, e já
imaginava em que panela iria preparar um bobó para meia dúzia de pessoas, com
4kg de mandioca e 2 de camarão, mas como ordens são ordens, fui em seguida para
o Mercado dos Peixes buscar mais camarão e carne de siri, numa véspera de um dia especial
e claro, o Mercado cheio e os preços mais altos. Fiz a pesquisa de sempre,
comprei o camarão e o siri, e voltei rápido para casa pois era dia de jogo e
iria para o Maracanã assistir o Fluzão.
Ao voltar, feliz com a vitória do meu time, fui direto para a cozinha,
sabia que tinha muito para fazer e não atrasar o almoço da mamãe, e a cena que
vi parecia de um filme dos Trapalhões, a pia cheia de louças, fogão com panelas
grandes e pequenas, e massa de torta no chão e nas paredes, só não reparei como
estava o teto.
A massa da casquinha de siri estava pronta para ser enformada e a
torta, em tamanho duplo, e com uma cara ótima por sinal, também preparada para
ser guardada na geladeira, mas onde? Como? Tinha que arrumar um espaço,
principalmente para a torta que não poderia ficar fora de jeito algum.
Na bancada 4kg de mandioca para descascar, cozinhar e amassar. O camarão
tinha uma parte congelada e outra já sem casca. O peixe tinha que preparar,
assim como o recheio para os pastéis. A mamãe estava cansada, mas por outro
lado se mostrava bastante feliz pela oportunidade de juntar a galera num almoço
simples em nossa casa, que apesar do espaço pequeno para tanta gente, no
Condomínio tem um play que eles adoram e isso nos dá mais espaço e
tranquilidade para trabalhar.
Sempre preocupada com a quantidade, pois prefere que sobre mais do que
falte, a torta foi feita no tamanho enorme, as casquinhas, que é uma iguaria
mais apreciada pelos adultos, tinha pelo menos umas 5 ou 6 para cada um, no
entanto o maior problema era o bobó, pois a matriarca não chegava a uma
conclusão sobre a quantidade a ser feita, não tinha certeza se os 4kg de mandioca
seriam suficientes, e mesmo quanto aos 2kg de camarão ela estava com dúvidas.
Quase 22h de sábado e lá estava eu descascando a mandioca e colocando
na panela de pressão para um cozimento mais rápido. Enquanto isso ia separando
as cascas de camarão para fazer o caldo e dar sabor ao bobó e aos pastéis e
claro, uma cervejinha para ajudar no trabalho. Pelas 2h da matina, deixei tudo
no esquema e fui tomar um banho para relaxar e dormir.
Domingo, o grande dia, levantei cedo e retornei para a cozinha. A mamãe
terminara de arrumar as casquinhas, e o recheio dos pastéis quase pronto, um
bom adianto. Mas o tempo passa muito rápido, principalmente na manhã, e logo o
telefone toca, é o pessoal chegando e aquele aviso de que as crianças almoçam
cedo, e só falta preparar o bobó, que a mamãe ainda tinha dúvida se seria
suficiente, empanar e fritar os peixinhos, colocar as casquinhas no forno, e fechar
e fritar os pastéis, e o relógio não parava, assim como o telefone, o que
significava que aquele tempo hábil já não era tão hábil assim.
A prioridade era o bobó, os 2 primeiros quilos de mandioca ficaram
prontos e já ocupavam quase todo o panelão que nós temos e que ocupa praticamente
duas bocas do fogão. Tempero, camarão, tudo no esquema e por pouco não
transborda, sem condições de colocar mais nada, e imaginava como 6 pessoas
iriam comer aquela quantidade de bobó, e sem perguntar para a Chef, congelei o
resto da mandioca e comecei a fazer o arroz e preparar o peixe.
Olho o relógio e já são quase 11h, momento que a campainha toca e chega
a primeira turma. Minha filha vem direto para a cozinha e antes de me dar um
beijo, como eu já esperava, pergunta se a comida tá pronta, pois o
Gabriel come cedo e logo constata que o arroz não está pronto, assim como os
pastéis e ainda bem, nem perguntou pelo peixe. Disse que estava tudo no esquema
e que não atrasaria. Neste momento chega Raphael, com minha nora, que traz mais uma
torta para o almoço, e seus quatro anjinhos, e antes de novas perguntas, as
mamães pegaram a molecada e foram para o play, um alívio momentâneo para a
cozinha.
E com o jeitinho da mamãe, minha filha olha a quantidade de arroz e
acha que é pouco, e para não discutir, aumento a quantidade, e mesmo assim permanece sua dúvida se atenderia aquela gente toda. Com as casquinhas no forno, começo
a empanar e fritar os peixes e também a preparar os pastéis.
De repente uma correria, minha filha entra apressada para dar um banho na
minha netinha que tinha feito um cocozinho no escorrega e nem precisa comentar
sobre as consequências.
Para acalmar o ambiente, as casquinhas começaram a ser distribuídas e
claro, foram aprovadas por todos, inclusive por algumas das crianças. A Chef
entra na cozinha e naquele momento cai a ficha quanto a quantidade de bobó, diz
ela que acha que vai sobrar, sem saber que quase a metade da mandioca estava no
freezer, mas alertada pela filha, fica em dúvida quanto ao arroz, neste momento
eu me concentro para não responder, olho as casquinhas no forno, verifico o
óleo na panela, fecho os pastéis para fritar, empano os peixes e solicito com delicadeza que saia da cozinha e termine de arrumar a mesa.
Sai a mãe, entra a filha:
- Papai, fez mais arroz?
Não dei uma resposta para não criar problema, tomei um gole de cerveja,
que não pode faltar na culinária, disse que sim, e pedi para que ela também saísse da
cozinha. Imaginei aquela figura da empregada segurando uma vassoura em uma mão,
um rodo na outra, um balde na perna e o patrão entregando a ela um espanador, e
ela pergunta onde ele quer que enfie.
Alguns minutos depois, as crianças prontas para serem atendidas, arroz na mesa, peixe frito e alguns pastéis, para acalmar os adultos. E logo em seguida o bobó na mesa. As mamães felizes, principalmente a Chef, o almoço foi um sucesso, coroado com as tortas alemã e de morango. E na cozinha, com cara de um filme de trapalhões, várias casquinhas prontas, uma porção de recheio para os pastéis, e um panelão de bobó, que parecia não ter sido tocado, mesmo depois que todos almoçaram e alguns até repetiram, e por incrível que pareça, mesmo todos levando marmitas generosas de bobó e pedaços de tortas, ainda sobrou bobó e arroz por mais alguns dias em casa.
Passado o almoço, por volta das 22h da noite, foi possível fechar a cozinha e ir descansar, e o mais importante, foi um feliz Dia das Mães, que esperamos repetir, mas nas casas das outras mamães, de preferência.