sexta-feira, 12 de novembro de 2021

BIBACA NA BARRA DA TIJUCA


Mais uma historinha para nossas memórias. E quem conta é Marcos José de Abreu Gonçalves, mais conhecido como Bibaca, ou simplesmente Biba.

Por motivo de trabalho, Bibaca mudou para Vitória, no Espírito Santo, em 1986. Empreendedor,  foi sócio em um pub tipicamente inglês e numa pizzaria. Atualmente se dedica à família e no momento se encontra entre nós, no Rio de Janeiro, já se preparando para retornar para casa.

Sua história é uma lembrança de sua juventude, que lhe veio quando pegou uma carona com sua irmã para rever a Barra da Tijuca, depois de muitos anos sem lá voltar.

“Boa noite !!!! Hj fui com minha irmã a Barra da Tijuca, atender um paciente dela (ela é fisioterapeuta), aproveitei a carona pra ver como está aquilo que conheci anos atrás só como praia, que transformação, vários condomínios gigantescos uma outra Barra. Quando estávamos pra voltar pedi pra ela se podíamos passar pela orla até chegar em casa, queria matar a saudade de alguns bairros, principalmente Leblon e Ipanema que fizeram por bom tempo meu quintal de trabalho por mais de 5 anos, no qual eu atendia os bares e restaurantes. No caminho vi antigos e novos, a nostalgia me veio logo a cabeça, Álvaro's Bar, Manolos, Cirrose (Vinícius eTom Jobim eram os donos), New York City ( depois Carinhoso), e por aí vai. Se me alongar a lista e imensa. Mais o turbilhão de emoções tava apenas começando, foi quando passei pela rua José Linhares e me deparei com Academia Shotokan de Karatê, onde meu mestre e amigo (já falecido), Ronaldo Carlos, me levou pra fazer meu exame de faixa marrom para faixa preta. Foi num sábado, da nossa Academia, além de mim, tinha Manfrini  e Vanderlei (os 2 já eram faixas pretas e iriam fazer pra 2°dan), e mais  uns 30 alunos. Eu e mais 4 na faixa marrom e o restante já faixas pretas pra mudar de Dan. A bancada examinadora era a nata do karatê, os grandes mestres, Inoke, Sagara, Tanaka, Hugo Arrigone, Paulão e Ronaldo sendo o responsável de puxar o exame. Estava muito quente, eu derretia dentro do kimono, o exame constava em 3 partes, Kihon,(deslocamento com chutes, socos e base),  Kata (apresentação) e Kumite (luta. Tudo corria bem até chegar o momento da luta, pois eu imaginava que ia lutar com um outro faixa marrom, porém Ronaldo me colocou pra lutar com Vanderlei(falecido), ele era um dos melhores em luta, forte, alto e chutava muito, mas consegui encarar de igual pra igual, ao ponto da banca examinadora elogiar nossa performance, mesmo com alguns hematomas e dores no corpo resisti até o final, mas o mais inusitado vem agora, depois de concluirmos o exame fomos comemorar num bar em frente na Ataulfo de Paiva, o Bip Bip, com muitos chopps e tira gostos até tarde, porém alguém deu a ideia de irmos para um restaurante que ficava no canal que divide Leblon de Ipanema, restaurante alemão chamado Alpino, aí que começou minha derrota, depois de muitos steinhaeger num cálice mergulhado na tulipa de chopp (submarino), fiquei bebum e apaguei literalmente na mesa do restaurante, ai a galera aproveitou pra tirar sarro comigo, pagaram a conta e foram se esconder atrás dos carros, do outro lado da rua, e pediram pro gerente me acordar e entregar a conta como se ninguém tivesse pago. Acordado, me deparei com aquela imensa conta, eu sem dinheiro, sem documentos, falei que não ia pagar porra nenhuma, já nervoso falei que ia embora, aí começou a juntar garçom em minha volta, não pensei 2 vezes passei a mão numa cadeira e já ia partir pra dentro de todo mundo quando a galera veio gritando para parar que já tava tudo pago e era só uma pegadinha. Ufa, que alívio. Isso tudo com direito a foto minha dormindo na mesa.

Bibaca, mais uma vez agradecemos sua colaboração. Suas lembranças agora também são nossas, e que sirva de estímulo para que cheguem novas lembranças, novas histórias.

Bjundas correanas.