domingo, 28 de dezembro de 2014

Natal sem WhatsApp



U
ns dias antes do Natal e meu telefone começou a apresentar problemas. Ligava e desligava quando queria e o pior, nada de Internet. Bastava entrar no WhatsApp, ou no Face,  que o aparelho desligava e religava, ou melhor tentava religar.  Por incrível que pareça estava usando o telefone como um “simples telefone”.
Faltavam alguns presentes, ou melhor, quase todos, e caminhava pelo Shopping em busca de idéias quando resolvi fazer um chaveiro com foto, muito maneiro, e claro que a foto era uma das mil e tantas que estavam no meu telefone.
Busquei na galeria e achei a foto que queria, agora era só aguardar para que fosse copiada e o presente estaria pronto.  O que eu não esperava é que o bendito aparelho iria novamente se desligar e desta vez para não mais voltar.
Segundo informações da operadora, somente em abril estaria em condições de trocar o aparelho como normalmente faço, ou seja, “sem custo”.  E como sempre desejamos um de ponta, o melhor seria esperar e arranjar um “quebragalho”.  O problema é que na hora de escolher os “quebragalhos”, sempre o “mínimo necessário” vai pouco além do “atender o telefone” e não tem como ficar sem uma mensagem ou o danado do WhatsApp, e aí o preço do “quebragalho” vai um pouco além do desejado.
Passou o dia, veio o Natal, e dei por mim que estava quase nu, sem telefone, sem msg e sem o WhatsApp. E o pior, sem os números dos telefones que estavam no meu velho aparelho e eu sem aquela famosa caderneta que atualmente quase ninguém usa.
Consegui falar com meu pai, minha mãe e meu irmão, e só. Não sabia quem tinha ligado e não conseguia ligar para os amigos como sempre faço. E me dei conta do que é passar um Natal sem telefone, sem as redes sociais e sem as conversas e piadas do WhatsApp. Foi realmente um Natal “diferente” onde pude curtir mais o papo, os drinks, as comidas, e ver o Bom Velhinho mais uma vez distribuir os presentes com a ajuda de Nininha.
Diferente? Ou como nos velhos tempos? Olhando em volta, diversos aparelhos prontos para entrar em ação, ou melhor, já em uso como máquinas de retratos e claro, nos WhatsApp de um ou outro que não resistia à tentação.
E logo logo tudo volta ao normal, 7 entre os 10 presentes já estavam de armas em punho. O papo telefonico entra a todo vapor e em cada canto uma msg, uma foto, uma piada enviada ou  recebida. Eu, meio perdido, apenas brincava, bebia e comia, sem telefone, sem msg, sem WhatsApp, situação que já me fez pensar em como estamos realmente diferentes, distantes mesmo quando tão pertos.   
Hoje voltei ao “normal”, já estou com meu novo “smartphone”, de ponta, com tudo que tem direito e principalmente com acesso às redes, fotos com mais qualidade, som maneiro, rádio, msg e claro, o WhatsApp, que não poderia faltar, e por incrí

vel que pareça, também utilizado como telefone. Mas para o próximo ano juro que já estou pensando em mais um "Natal sem WatsApp".