sexta-feira, 20 de novembro de 2015

JE SUIS FEMINISTAS!!!

E nosso espaço tem o privilégio de mais uma contribuição "democrática", bem verdade q publicado um pouco antes do devido "ok".
Seu pai, nosso querido Chahahahahaira (adoro escrever assim) já nos brindou com um texto, tb obtido de modo "democrático" de seu blog, ( http://betochahaira.blogspot.com.br/2015/11/agoraequesaoelas_80.html?m=1) e agora é a vez de nossa linda Letícia, uma artista até na hora de escolher seu clube de coração, pous tal como o pai, tem que viver de "caras e bocas" para vibrar com seu Botafogo.

E agora vamos conhecer a letra de Letícia Chahahahahaira.

"Não confunda liberdade com libertinagem, mocinha”!
Qual “enrustida” Geni nunca foi apedrejada por essa pérola da moralidade travestida de verdade do bom senso e bons costumes?
A verdade é que, esse “bom senso” do senso comum nunca nos comoveu.
Criolo, o rapper, canta que se alguém lhe dirige a palavra, dizendo: “Muda essa roupa! Corta esse cabelo”! – só resta responder- “O quê?! Vai todo mundo se fuder”!
Meu sonho é receber um convite para uma “festa da vida” com a seguinte indicação (só para manter o modelo da démodé tradição que cisma em nos “orientar” e uniformizar):
- Traje: fica a seu critério – qual se sentir mais a vontade para aproveitar e não ter que se despir da sua personalidade por mera formalidade.
- Cabelo: com o humor que ele estiver no dia, não perca tempo com isso, só se você se sentir melhor, é claro! (cumplicidade feminina, pessoal, sabemos que é verídico).
- Acompanhante: Se estiver afim... a sua própria companhia pode ser a mais libertadora.
- Como se portar: Oi? Brincadeirinha. Só pra saber se estava lendo tudo.
E hoje, vendo algumas letras de Chico Buarque, descobri que meu subconsciente sempre foi feminista, mesmo antes de alguma noção do que isso representa, num ato falho, cantei minha vida toda: “A Rita levou meu sorriso, no sorriso dela meu assunto, levou junto com ela O QUE LHE É DE DIREITO...” sim, o direito é dela! A Rita é uma feminista (além do bom gosto de ter levado o disco de Noel, logicamente).
Sem hipocrisia! Algumas vezes me questiono sobre certos radicalismos de alguns direcionamentos feministas (Feminista de araque? Julgue-me), o ranço provinciano e limitado da opressão construída historicamente, acredite, “está no meio de nós”, entretanto, esse levante feminista que está posto, é tão útil quanto necessário para vislumbrar uma passagem de uma Era, que “já não era sem tempo”, convenhamos. E deixo aqui minha simplista sugestão de reflexão para quando for acometida por esse leviano e preconceituoso pensamento:
Fomos reprimidas, sem direito ao sufrágio, subtraídas, subjugadas, “sub” isso, “sub” aquilo, durante o maior período da história humana que não nos humanizavam, que não nos valorizavam, simplesmente, não nos equalizavam com o gênero masculino. Passado? Sabemos que não. Cotidianamente temos que sublinhar e provar que somos boas o suficiente para pertencermos a tal lugar, e, chega! - como diz o samba: “lugar de mulher é onde ela quiser”.
Prenderam-nos,  nos proibiram,  nos rotularam, e pra sair desse enquadramento, “só rasgando”, pois as leis estão aí, a democracia, a igualdade, a liberdade, existe legalmente e aparentemente e se tem uma coisa que feminista não suporta é manter aparência, por isso essa revolução, por isso, não só essa voz tamanha e sim esse grito (o silêncio imposto por séculos, ensurdece, sabiam?! Precisamos nos ouvir!).
Século XXI e não sou obrigada a ouvir:
- “Nossa, por que você se esconde e não usa uma maquiagem pra dar uma realçada? ”
- “Nossa, você faz boxe? Mudou de lado, é? ”
- “Você vive sozinha, né?! Por que não arruma um namorado para ter uma companhia? ”
- “Vixe, 27 anos, solteira... olha Letícia, sem pressão, mas até você arrumar um namorado, até você casar com esse namorado e resolver aí sim ter filhos... pense bem. Vamos congelar esses óvulos! Melhor, né?!”
É... Eu sei, a indignação de vocês lendo essas perguntas (pasmem, reais!!!), é a minha resposta.
Manuel Bandeira poetizou por mim, por todas nós:
“Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto, expediente,
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. Diretor. (...)
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
– Não quero mais saber do lirismo que não é libertação”.
Não queremos agradar ninguém, nem desagradar. Queremos o direito de nos expressar, de decidir sentir o espírito materno ou não; de ocupar espaços outrora predominantemente masculinos, pela possibilidade, pelo merecimento, pela vontade genuína, queremos nos amar como somos e desejamos que nos ame somente quem nos aceite como somos, não aceitamos mais pré-requisitos que nos classifiquem como melhores ou piores mulheres. Nós somos, estamos ocupando e nos assumindo como mulheres de direito. Igualdade. Compreendam. Tentem. Ou aceitem que dói menos. Não tem mais volta. Agora é que são elas."