quarta-feira, 22 de setembro de 2021

Mas e o respeito agora?

O nosso último texto 11 de setembro de 2021, foi uma homenagem aos nossos amigos, aniversariantes do mês de setembro. Para sua composição pesquisamos as conversas do mês em curso nas nossas redes sociais e selecionamos duas que consideramos mais interessantes. A primeira foi a aventura de Puck e sua família diante do horror que passaram no dia 11 de setembro de 2001, nos EUA, quando o terrorismo fez milhares de vítimas nos ataques às Torres Gêmeas, um momento marcante em que o não somente os EUA foram atingidos, mas toda a sociedade que busca uma vida pacífica e sem extremismos.

O outro destaque foi para um desabafo de nosso amigo Betinho PQD que em poucas palavras fez um breve relato de sua vida e de sua preocupação com o futuro de suas filhas.

E também chamamos a atenção de que as conversas, tanto em nosso Grupo, quanto de outras turmas, o assunto política tem tido destaque até maior que nossas conversas sobre futebol, que sem sombra de dúvida sempre foi o mais motivador de nossos papos, regados ou não com um bom drink.

E relembramos o fato de que nossa turma, até por causa de nossa faixa etária, nunca deu muita atenção aos movimentos políticos, mas atualmente vivemos uma polaridade de intenções que invade as redes sociais e chega até mesmo a abalar amizades de longos anos quando as discussões se acaloram.

Apesar de não entrarmos em maiores detalhes sobre o tema, foi o suficiente para mexer com o pensamento de alguns amigos que entenderam estar numa outra direção ideológica, e nosso querido amigo Betinho Chahaira nos enviou um texto com sua visão do momento político atual.

Agradecemos a colaboração e mais uma vez convocamos nossos amigos e confrades para que participem de nossa tribuna, com a liberdade que esperamos possa continuar viva e atuante.

 

Mas e o respeito agora?

          O meu amor e apreço por meus amigos são inegociáveis!

           E quando alguns deles optaram por votar no Bolsonaro, eu discordei, mas respeitei

Quando falaram que era uma opção resultante de uma, pra mim, pseudo-polarização, discordei, mas respeitei.

            Talvez não o conhecessem bem, pensei, e quem sabe, as informações sobre sua bizarra atuação no Congresso, onde, em sete mandatos (28 anos) como um deputado federal troglodita e inexpressivo, sempre filiado a legendas do “Centrão”, que resultaram num total de 2 (dois) projetos insignificantes, num substancial aumento de patrimônio, juntamente com a literal inexistência de planejamento para o país e a sua intolerância com as regras democráticas, poderiam demover meus amados companheiros e companheiras de tamanha insensatez: tudo isso foi solenemente ignorado e eu discordei com veemência, mas respeitei com muita angústia.

            E logo começaram as mentiras, os “laranjas”, a exposição pela mídia responsável de sua “ficha corrida”, as “rachadinhas” (que significa desvio de dinheiro público), os depósitos do Queiróz, a Wal do Açaí, a disseminação do ódio pelos que não compartilham de seus “ideais”, o seu louvor pelos torturadores, a simpatia aos terraplanistas, aos supremacistas, aos fascistas, preconceituosos, homofóbicos e demais excrescências. E eu, ingênuo, tive esperança de que acordassem, mas isso não aconteceu. Nem quando vieram às flexibilizações nas vendas das armas com o aumento da violência a reboque, a exploração econômica e ambiental, as campanhas de desinformação e calúnias nas redes sociais e no WhatsApp, a reconciliação com os “se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão!” E veio a pandemia para exacerbar de vez seu negacionismo com um desastroso boicote às vacinas, o descaso mortal às medidas de distanciamento social e uso de máscaras, assim como o rebaixamento da vida em função de um equivocado e suicida projeto de priorizar a economia a espera de uma fatídica “imunidade de rebanho”, simultaneamente a uma criminosa propaganda de remédios comprovadamente ineficazes. E veio a CPI da Covid com as revelações das inúmeras negociatas envolvendo o Governo Federal. Vieram as prisões dos seus apoiadores extremistas, que, com insultos e ameaças de morte às Instituições, queriam rotular esses ataques à democracia, no intuito de confundir a opinião pública, ironicamente, como liberdade de expressão. E veio o desespero. E novamente fez brotar sua sanha autoritária ao demonstrar de vez sua única e verdadeira obsessão: O Golpe!

            Mas e agora, meus queridos?

            O meu respeito pela pessoa de vocês continua!

            Chegou a sua vez de respeitarem o Planeta, o meio ambiente, o futuro das pessoas que amam, o amor ao próximo, a diversidade, a Constituição, a vida!



segunda-feira, 13 de setembro de 2021

11 de setembro de 2021

Estamos no dia 11 de setembro de 2021 e reparamos que não tínhamos registro de uma relação de aniversariantes, mas graças às redes sociais conseguimos fazer uma lista preliminar que esperamos seja atualizada sempre que possível.

Nossa primeira lista de aniversariantes para setembro é composta dos seguintes nomes:

03 – Humberto & Helena  (DELLANEY)

05 – SIMONE

14 – RENATO RIVELINO

19 – Sandra ( DELLANEY)

20 – Sônia  (DRINKS )

21 – Juira

21 – JOEL

E claro, aquele que aniversaria TODOS OS MESES:

11 – PQDFDP

Mas setembro não é apenas para lembrar de nossos amigos, também nos faz recordar da grande tragédia de 11 de setembro de 2001, os ataques terroristas não somente contra os EUA, mas também contra a liberdade e a democracia. Coordenados pela organização islâmica Al-Qaeda, terroristas sequestraram quatro aviões comerciais, sendo que dois foram direcionados contra o World Trade Center, em Nova Yorque, um contra o Pentágono e o outro que caiu na Pensilvânia. Sem sobreviventes a bordo dos aviões, morreram quase três mil pessoas, de diversas nacionalidades.

E para nossa surpresa, recebemos em nossa rede o depoimento de quem viveu bem de perto esta tragédia. Nosso amigo Puck, hoje residente nos EUA, nos deixou a seguinte e emocionante mensagem:

-Hoje é 11/09, dia em que os EUA pararam e o mundo testemunhou uma tragédia (para muitos apenas mais uma) de cunho significativo. Eu me minha família participamos como expectadores mais próximos embora essa proximidade tenha sido meio sureal. Tínhamos levado nossa filha Maria para NY, um evento difícil para muitos pais nos EUA, quando os filhos saem de casa bem jovens para ir para faculdade; ela foi para a NYU, e nunca mais voltou de NY, mora lá ate hoje.

-No dia 11, assim que a tragédia começou, tentamos contactar ela. As redes de telefonia celular ficaram super utilizadas e só conseguimos falar com ela em torno das 18:00, pensando o tempo todo que deveríamos ir para lá. Ela nos disse que a pesar da comoção e de tudo de cabeça pra baixo, ela e amigos estavam bem e que não seria necessário ir apanha-la. Apos o primeiro avião, ela e amigos tinham subido ao telhado do prédio dormitório deles e acabaram vendo o segundo avião se chocar com a torre. Decidiram então que seria importante ir ate lá para ajudar, no caminho as torres começaram a desmoronar e por sorte ainda estavam distantes e não sofreram consequências. A NYU fica na altura da 7th mais ou menos perto das torres.

-Sendo pais, como muitos no grupo, continuamos telefonando de 30 em 30 minutos para ter certeza de que tudo estava bem. Em torno das 22:00 o tom de voz da Maria estava mudando: muita fumaça, muita poeira, exercito nas ruas, e a NYU dizendo que quem pudesse deveria voltar para casa. Eu e Monica pegamos o carro e dirigimos, a distancia é mais ou menos Rio-São Paulo. Ao passar na estrada 95 direção sul-norte, mais ou menos entre o aeroporto de NewaK e Manhattan, vimos a extensão da catástrofe; melhor, não vimos. Não era possível  ver Manhattan devido a fumaça densa e fogo. Todas as entradas estavam fechadas apenas a ponte GW estava aberta e com barreiras militares a cada 50 metros. Demoramos entre 1 e 2 horas para chegar no local de encontro, na 21st, pegamos a Maria e uma colega e só chegamos de volta em casa às 8:00 da quarta. Essa foto foi tirada no dia 15 e da para dar uma ideia do que vimos (ou não).

 

 -O Banco Mundial fica de um lado do rio Potomac (em DC) e o Pentágono fica na Virginia, do outro lado do rio. Porem, tal como minha filha em NY, eu e colegas subimos ao telhado de um dos prédios onde várias vezes tínhamos assistido fogos de artificio. A visão agora era de catástrofe no Pentágono, como em NY, fogo, poeira fumaça, e um transito parado com todos tentando voltar para casa e suas famílias.

-Finalmente, naquela época morávamos perto da CIA e a escola da Tereza, nossa caçula, fica imediatamente atrás da CIA. Monica não pensou duas vezes e quando o Pentágono foi atacado, foi na escola e tirou a Tereza a força; professores estavam tentando se entender e ela convidou amigos que dessem no nosso carro para virem também. Por sorte, o vôo 93 que ia ou para a Casa Branca ou CIA caiu na Pennsylvania por intervenção heróica dos passageiros.

-Hoje são 20 anos. Nunca estive numa guerra embora tenha alguma intimidade com isso pois meu pai lutou na WWII, do lado alemão e embora não gostasse, me contava passagens aqui e ali. Mas o que vi com minha família e os sentimentos nossos e de muitos em nosso redor era de desespero e de choque, coisa que vemos de vez em quando em filmes. É real, é forte, e não dá para esquecer jamais.

Mas nos poucos dias do mês da Independência do Brasil, a política se mostrou também mais efervescente. Para a comemoração do dia 7, o Presidente Bolsonaro convocou os brasileiros a irem para a rua saudarem a liberdade e a democracia, e deixou claro a sua indignação com o comportamento do STF, o que levou seus aliados a promoverem não somente uma grande demonstração de apoio ao chamado, mas também levaram mensagens contra o STF e seus Ministros, o que foi considerado  como antidemocrático  por seus opositores, e claro, pelos próprio STF.

Tal situação é uma clara demonstração da polarização política que atravessa  nosso país. De um lado a direita, onde se concentram os apoiadores do Presidente, e do outro lado, os considerados de esquerda, que são contra  e desejam retirá-lo do poder a qualquer custo.

Nossa turma também não poderia ser diferente, e temos entre nós estes dois grupos bem distintos, sendo que alguns de nossos amigos já buscam uma terceira força para sair dessas opções tão restritas.

Interessante é que hoje a política concorre com vários outros assuntos, como o próprio futebol, por exemplo, que sempre foi, e ainda é, dos mais importantes assuntos entre todos nós.

Quando jovens não fomos muito politizados, nossa preferência era pelo futebol, lutas, carnaval, festinhas, namoros, faculdades, e mesmo os primeiros drinks, e talvez pela própria idade na época, raros foram aqueles que se aventuraram em manifestações populares e que hoje carregam apenas lembranças sem maiores desdobramentos. É verdade que nas últimas duas décadas já tivemos alguns candidatos à vida política e até mesmo um Deputado Estadual eleito no Rio de Janeiro, mas pelo que sabemos, continuamos discutindo muito mais do que efetivamente participando.

E no meio dessas conversas iniciais de setembro, destacamos alguns trechos interessantes, como os comentários do próprio Puck, sobre a sua visão da política. Ele afirma que está “tentando se reconectar com a política brasileira por meio de notícias e das conversas do grupo” e que “no caso da política americana se sente mais à vontade pois entende que possui  uma opinião formada, e que espera ser de base sólida”, e tenta participar de forma mais ativa nas conversas sobre o momento político.

Num outro dia deste setembro que se mostra bem variado, recebemos um trecho onde nosso amigo  Betinho PQD se mostra angustiado com o momento atual e faz o seguinte desabafo:

-Apesar de... na minha juventude... eu ter vivido por um bom tempo na maconha... na bebida... no sexo e Rock&Roll... eu acordei graças a Deus. Pensando unicamente em minhas filhas, terminei meus estudos... trabalhei por 42 anos na minha área, em média 12 horas por dia, e só tirei um período de férias. Não fui nenhum profissional brilhante ou gênio... fazia o meu feijão com arroz com sucesso em empresas médias e grandes. Será que minhas filhas terão estas oportunidades? E meus netos? No fim da vida isso está me angustiando. Tenho 6 filhas. Em ordem de nascimento tenho... uma Pedagoga... uma Advogada com doutorado,  há 2 anos trabalhando no TJRJ... duas (as gêmeas) não quiseram estudar e vivem desempregadas... uma formada em Recursos Humanos  (trabalhando em holding de ensino) e uma engenharia civil. Aquelas que se graduaram, estudaram em entidades particulares, respeitadas, por não acreditarem no modelo publico e porque tive condições de pagar.

E nem chegamos na metade do mês, outros assuntos já se fizeram presentes, como  as vitórias do Flamengo, a ascensão do Botafogo, o caminho torto do Fluminense e o desespero do Vasco, que não consegue se firmar em campo. São resenhas constantes, permanentes e que certamente nunca faltarão em nossos registros, assim como quando nos referimos aos antigos Campeonatos no Aterro e nossos grandes rivais da época, como o Capri, por exemplo, que foi objeto de um texto do jornalista Sérgio Pugliese, no seu blog  – Museu da Pelada  http://www.museudapelada.com/heroisdocapri#.YT1OASNE1IQ.  Agradecemos ao Manga e ao Tuta pelas boas lembranças. 

E não poderíamos fechar este PARABÉNS aos aniversariantes de Setembro,  sem uma pequena referência à culinária que muito se aflorou nesta pandemia e continua com destaque especial para nosso Chef Kibe, que nos enviou mais uma provocação ao nosso paladar e que também merece o registro para aqueles que se aventurarem na receita, que vem da água do mar para nos dar água na boca. Que venham outras e até breve.