querido amigo Carlos “MANGA” Estevão Gomes, goleiro, mergulhador, garimpeiro, sindicalista (canhoto) e quase Prefeito de Lucena, um pequeno paraíso escondido nas belas praias de João Pessoa, Paraíba, Brasil.
03- RITA MARIANO
06- DELLANEY
08- Lucca (neto Byra)
09- Bruna (flha Manga)
10- ESTELA (Cachórros)
19- Marina (neta Drinks)
23- MANGA
27- Janaína (filha Goda)
E o mensalista:
E nosso papo inicia com a apresentação desse grande amigo de longas décadas, Carlos Estevão Gomes, ou simplesmente o MANGA, um cara que nasceu no bairro que se transformou no seu time de coração.
D&K: - Manga,
quem é você?
Tuta. Tenho uma irmã e duas sobrinhas e acho que minha primeira casa foi no 30, da Correa Dutra, onde conhecemos a família do Beto Chahaira, a Tia Carmélia, Seu Jamil e Magali, e daí a minha aproximação familiar com o Betinho.
D&k:
- Começamos bem, com uma historinha que eu acho que nem o Chahaira deve
lembrar. Vamos em frente.
Manga: -
Na época que morava na CD, eu e o Beto brincávamos e jogávamos bola em um
terreno que existia atrás do 30, o prédio onde morávamos. E como eu jogava mais
no gol, surgiu o apelido de Manga, que era a referência do Botafogo, e se
consolidou com as peladas no Buraco Quente e nos campos do Aterro.
D&K: - Jhonny
sempre foi um capítulo à parte, já contamos algumas de suas histórias mas tem ainda
muita coisa ainda pra ser contada.
Manga: - Lembro
também das noitadas embaixo da marquise da sauna. Junto com o Zé Negão
varávamos a noite e só íamos embora quando os caminhões da CCPL e Vigor
chegavam para descarregar na padaria Marcinha. Na moita, cada um pegava o seu leitinho
e se mandava para casa.
Manga: -
Lembro das meninas paulistas que apareceram na CD e foi uma festa sem fim, que
começou na casa do Zé (Drinks) e acabou na casa do Falcão, na Gávea. E não
podemos esquecer dos sambas na Portela (Mourisco), mesmo porque éramos exímios
puladores de muro. Do Xin, quando ganhou na Loteria e muito mais...
D&K: - E as peladas na Sede Velha?
Manga: - Tínhamos que ser sócios do Flamengo, pois na época, a sede velha do Flamengo era nosso único ponto de encontro com a bola, e esperávamos com ansiedade o Tião, funcionário do Flamengo que ia treinar a gente. Era uma festa onde Chico e Palito davam show também no tênis de mesa. E tinha a quadra de pelota, um jogo originário do atual squash, que jogávamos com as mãos.
D&K: - Você
começou no Sede Velha e depois foi para o Canarinho.
Manga: - Não há como esquecer minha participação no Sede Velha onde tinha grandes jogadores, e na época o Antero vivia uma grande fase, e acabei recebendo um convite para atuar no Canarinho da Santo Amaro, onde fiquei até 1968 em razão da fundação de um novo time, o GRESA. Mais tarde joguei no Anajurima.
D&K: - E foi também o goleiro do Capri naquele Campeonato de Salão...
Manga: -
Eu, e outros do Sede Velha, como o Brasil e o Pará. Foi um fato inesquecível. O
Rolando, Técnico do Capri me chamou para jogar no Sírio Libanês contra o time
do Edu, e no time dele tinha nada menos que o Zico, e me lembro que levei 5
gols.
D&K: -
Manga, vou te ajudar a recordar, pois eu (Drinks) estava lá, junto com o
Rolando e a torcida. O time do Capri tinha você no gol, Brasil e Pará na
defesa, o Pelezinho do Capri e outros que também jogavam bola, era um time bem
formado. Do outro lado, no time do Edu, um moleque franzino se destacava, era
seu irmão, o Zico, que era ensaboado e partia pra cima de qualquer marcador.
Numa jogada de efeito, o Brasil foi driblado e saiu o primeiro gol do Zico.
Rolando viu que não ia dar para o Brasil e mandou o Pará colar no Zico. O Pará
jogava bem, mas para ele até o pescoço era canela e isso não intimidou aquele
moleque arisco que passou direto por ele e marcou outro gol. O Brasil chamou o
Pará e disse que os dois iam ficar de olho no moleque, se passar por um o outro
pega. Também não deu certo, Zico recebeu a bola, avançou pelo meio, Brasil e
Pará foram encima, e com um drible de corpo passou entre os dois que se chocaram,
e chutou para marcar um golaço. O Capri não conseguiu fazer mais nada e perdeu
por 5 a 0, com show do Galinho. Infelizmente naquele dia eu não estava com a
máquina para tirar umas fotos.
Manga: -
Em 1968 comecei a trabalhar como office boy na ETIA, uma empresa
localizada na Rua Debret, no auge da ditadura militar, até ir para o serviço
militar no Exército, onde servi no Quartel do Leme. Depois da minha baixa fui
trabalhar no término da construção da Ponte Rio-Niterói. Naquela época treinava
boxe numa Academia na Rua do Riachuelo, e fui trabalhar em outras pequenas
empresas.
D&K: - E como a política entrou em você?
Manga: - Fui casado uma vez e divorciado. Tenho 5 filhos: Bruna, Rodrigo, Bruno e as gêmeas Rebeca e Bianca. São 11 netos: os gêmeos Arthur e Ami, Sofia e Sara, Alefh ,Yuri e Alena, Isis, Elisa e Emanuelle.
Manga: - E depois de alguns relacionamentos, acho que acertei, estou três anos juntos com Sonia, minha cara metade, e moro no paraíso chamado de Lucena, um Município que pertence à Região Metropolitana de João Pessoa e Cabedelo, e é onde pretendo ficar até meus últimos dias.
E para fechar, o Lápis Dorminhoco de Betinho Chahahahaiara, também aniversariante de fevereiro, deixa uma mensagem cheia de prosa para o amigo-irmão.
Amigo ou irmão, eis a questão!
Falar do Manga?
Sou seu suspeito predileto!
Ou teria ele algum desafeto?
Se tem, perdeu, porque não o
conheceu.
Ou porque não gosta de quem é
sincero.
Verdade!
Saudade!
Eu no Paraná, ele na Paraíba.
Tão juntos e separados!
Será que foi a água que bebemos?
Possivelmente foi a cerveja gelada,
essa danada!
O Sol escaldante das peladas no
buraco quente, onde na tradicional disputa nos finais de ano as dondocas eram a
gente!
O primeiro porre de vinho?
Eu e o Tevinho.
Duas crianças e infindáveis
lembranças...
Do futebol, do botão, da cumplicidade
e da curiosidade, das armadilhas das malandragens, das ingênuas alegrias e
pretensas sacanagens.
Da gloriosa paixão pelo nosso Fogão!
Suspeito que ele foi culpado, por
este torcedor desesperado!
Mas me ensinou também que mente, quem
é botafogo e diz que não é “doente”!
Coisas do Flamengo, coisas do Catete!
Somos cria da Correa Dutra,
privilégio de poucos, agonia de muitos, mas orgulho de todos!
E o Manga é a nossa cara, é a nossa
alma, nossas contradições, nossas paixões, nossa indignação, nossa incógnita...
É meu amigo ou meu irmão?
Um doce desafio pro meu coração!
É fácil te admirar, difícil é não te
amar!
Manga é parte da nossa história!
Sem censura, sem filtro e sem corte!
Ô Sorte!!!!
E sorte a nossa de poder contar com vocês em nosso time.
Que venha o próximo.