segunda-feira, 25 de abril de 2011

O dia em que Alcione chegou na Correa Dutra





Nossas noites de fim de semana sempre foram previsíveis. Podendo começar na quinta-feira, se houvesse um motivo mínimo, tal como um aniversário, o anúncio de um noivado, ou mesmo a reposição do estoque de cerveja no bar do Manolo.
É. Na verdade não precisávamos de um motivo assim, tããão forte para “começarmos os trabalhos”. Assuntos não faltavam. O conhecimento geral se instaurava com propriedade, através da fala dos entendidos em futebol, política, economia, mulher, sexo e tantos outros assuntos; fosse pela experiência comprovada, fosse pela teoria adquirida em algum almanaque do Biotômico Fontoura. Sabíamos tudo (como ainda hoje, achamos que sabemos) e as conversas fluíam, entremeadas entre uma gozação com quem chegava ou com quem saísse antes da hora. Esposas, namoradas, noivas e até mesmo mães, policiavam de forma velada, a nossa permanência nos botecos de nossas vidas.
A primeira cerveja gelada, esfumaçando, era o prenúncio de noites dignas de estarem presentes na memória de nosso blog. As conversas, como disse, eram tantas, mas falava-se também de música, de samba principalmente. Coisa de carioca.
Morar em uma rua que estava entre o morro e mar causava-nos um choque de influências culturais, muito interessante. Isto acontece no Rio de Janeiro, sim senhor. É forte, essa coisa do samba em nossas veias.
Tínhamos amigos no morro da Tavares Bastos que nos trouxeram esta influência mais presente, pois faziam parte de um grupo de samba, do qual não me lembro o nome. Além disso, tínhamos o bloco Embalo do Catete que arrastava multidões nos dias próximos ao carnaval.
E por esse motivo e tantos outros que mereceriam uma tese mais profunda, depois da terceira cerveja ou quarta, quinta, sei lá; alguém puxava (“puxava” não, pois segundo Jamelão – intérprete maior dos sambas enredos do Rio – “puxador” era como eram chamados os ladrões de carro, na época em ele era da polícia civil); então...quando alguém começava a cantar um samba, a epidemia se alastrava e todos eram contagiados. Difícil ficar impassível, diante da “febre” que fazia com que ao menos os pezinhos não marcassem o ritmo do da canção.
Certo dia, o “ensaio” já ia lá pelas 11:00h; quando de repente, eis que surge no ar, em alto e bom som, uma voz que ecoou por toda a esquina da Correa de cima. Quem era? Era uma voz que lembrava alguém conhecido, com um timbre rouco, mas que parecia um trovão afinado, cantando uma música que chamava a atenção - “Meu menino sem juízo”, tomou conta daquele momento. Foi aí que vimos, em pé, sobre um pequeno reboque da Light, ninguém mais do que nosso amigo Marcos “Frango”.
Pessoas apareceram na janela, alguns até aplaudiram, outros até pensaram que era Alcione cantando e nosso amigo fazia apenas a dublagem. Talento nato daquele menino/rapazote que desde então, já mostrava sinais de que Juca Melão um dia chegaria.
Sabe, meu menino sem juízo....” Era surpreendente! Não é que aquele negrinho já tinha público!? Os frequentadores dos botecos do prédio 166 bem como os porteiros dos demais prédios, se divertiam com a performance do cover de Alcione. Interpretação que até hoje lhe rende elogios, mas com apresentações mais intimistas em ambientes mais privados.
Não sei se seus parceiros atuais de banda (ou seria um grupo?), sabem deste detalhe biográfico do Juca Melão, mas sabemos nós, seus parceiros de juventude e amigos de sempre.
Felicidades meu amigo, nosso amigo, Juca Melão. A você e a Alcione, que lhe deu inspiração para soltar a voz e nos brindar com este samba, que nunca mais saiu de nossa memória.

Kibe

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Que festa! Que festa de arromba ...



V
ejam só que Festa de Arromba!
No outro dia, eu fui parar...

no concorrido mês de abril, do aniversário do Rei Roberto Carlos, fui parar no reino da família Neves, mais conhecidos como “Del”, em homenagem ao ilustre Vice-Presidente Marco “Frango Del Macumba” Neves, ou simplesmente Juca Melão para o meio artista.

Presentes no local,
o rádio e a televisão;
Cinema, mil jornais,

era jogo do Botafogo, time dos Neves e da maioria dos convidados, que mantinham a atenção despertada para os resultados da rodada, e que não foram os esperados,, principalmente por Amaro, o Ridículo, que chegou vestido a caráter e com a certeza da vitória, e Zé Franguinho, outro aniversariante do mês e também da turma da cachorrada. Não deu para o Botafogo e o Fluzão agradeceu...

muita gente, confusão...
Quase não consigo
Na entrada chegar,

o problema maior, foi matar as saudades da Tavares Bastos, sua ladeira, suas curvas, e “carregado” com o peso das latinhas...

pois a multidão
estava de amargar!
o amargo era da saudade, pois é difícil reunir e rever tantos amigos, e o pior, saber que alguns já estão com o “xizinho” na foto e longe de nós.
Hey! Hey! (Hey! Hey!)
Que onda!
Que festa de arromba!...

mas a festa era de arromba, como diríamos nos velhos tempos, nos dias de hoje, bomoava cada vez mais.

Logo que eu cheguei, (Bapára!)
notei Ronnie Cord
com um copo na mão.

não era o Ronnie, o primeiro que reconheci, e calro com o copo na mão, foi o Bedim, nosso amigo e confrade Dellaney que madrugou na área com Sandrinha e os gêmeos, Humberto e Helena.

Enquanto Prini Lorez
bancava o anfitrião,
apresentando a todo mundo

no lugar do Prini Lorez, Márinho Neves no comando da grelha.  Apresentava a galera, pilotava os espetos e curtia a satisfação do pessoal com seu molho vinagrete especial à base de coentro (essa o Mestre Kibe tem de saber). Por outro lado o aniversariante do dia ajudava na reposição dos drinks e a manter a água bem distante para não atrapalhar.


Meire Pavão...
Wanderléa ria
e Cleide desistia
de agarrar um doce
que do prato não saia!

não estavam as cantoras mas Dª Tereza e Patrícia Del se agarravam no churrasco do tio Mário, que auxiliado pelo maninho Tamba já estavam a todo vapor.


Hey! Hey! (Hey! Hey!)
Que onda!
Que festa de arromba!...

ambiente de primeira, familiar mas claro que não era perfeito, havia botafoguenses em excesso, até acho que deve ter interferido no público do jogo.  Cervejinha gelada, inclusive todas as que levei, pois mesmo contrário à recomendação médica para que não carregasse peso, fiz questão de ir ao sacrifício e levar inúmeras latinhas para nossa degustação.  Valeu, consegui chegar são e salvo e ainda saborear a carne e o molho do Mário, além dos drinks, claro.

Renato e seus Blue Caps
tocavam na piscina;
The Clevers no terraço;
Jet Black's no salão;
Os Bells de cabeleira
não podiam tocar,
enquanto a Rosemary
não parasse de dançar...

sem piscina, nem música ao vivo, a não ser uns pequenos repentes do vozeirão de Juca Melão que pela condição de homenageado e também um dos anfitriões da festa, não pode parar para cantar.  Ficou na dívida e vamos cobrar.

Mas!
Vejam quem chegou de repente:

de repente não parava de chegar gente. Anterão, Amaro, Luiz, Zé Franguinho, Cabeça e representante de nossas amigas, Leilinha era puro sorriso e simpatia. 




Roberto Carlos em seu novo carrão!
Enquanto Tony e Demétrius
fumavam no jardim,
Sérgio e Zé Ricardo
esbarravam em mim...

em pouco tempo o espaço diminui. O esbarrão era normal e ainda bem que poucos fumavam, aliás, pouquíssimos, mas em compensação já não havia lugar para colocar tantas latinhas.  Uma beleza.

Lá fora um corre corre
dos brotos do lugar:
Era o Ed Wilson
que acabava de chegar!

não era o Ed Wilson, na verdade era a nova geração que não parava no lugar.  Novos craques na bola e no coração dos amigos.  Que nossa união sirva de exemplo para todos eles e que consigam fazer com que nossa Confraria não pare em nossos pés.


Hey! Hey! (Hey! Hey!)
Que onda!
Que festa de arromba!...

e a festa de arromba não parava de bombar.  

Hey! Hey! (Hey! Hey!)
Renato e seus Blus Caps
tocavam na piscina;
The Clevers no terraço;
Jet Black's no salão;
Os Bells de cabeleira
não podiam tocar,
enquanto a Rosemary
não parasse de dançar...
Mas!
Vejam quem chegou de repente:

era Jorge Cachórros, que talvez pela idade mais avançada, também não veio com muito peso.  No entanto sobrava qualidade em sua contribuição. Em especial, destaque para uma mineirinha de Salinas, que de imediato substituiu a aguardente disponível.  O mais novo futuro vovô se desculpou pela ausência de Estela, que ajudava nos preparativos finais para o nascimento do netinho (ou netinha?).  Parabéns especial para os novos vovôs e que não se esqueçam do convite para o xixi do neném.

Roberto Carlos em seu novo carrão!
Enquanto Tony e Demétrius
fumavam no jardim,

nem fumo nem jardim, mas no terraço Dr. Antero fez questão para que tirássemos, eu e ele, uma foto em conjunto com dois senhores de idade pouco mais avançada.  Emocionado, dizia ele que aqueles dois seriam nós amanhã, e principalmente porque um deles fazia uso de uma belíssima bengala.  Acho que ele queria me sacanear, porém o mais importante era a visão de que nossa amizade ainda vai seguir por um longo período.  Com ou sem bengala esperamos um dia tirar outra foto, sentados à mesa, no sabor dos drinks e com os mais novos em nossa volta.  Vamos aguardar e torcer.

Sérgio e Zé Ricardo
esbarravam em mim...
Lá fora um corre corre
dos brotos do lugar:
Era o Ed Wilson
que acabava de chegar
Hey! Hey! (Hey! Hey!)
Que onda!
Que festa de arromba!...

realmente valeu a pena.  A pinga acabou e é meu sinal de despedida.  Antes, os parabéns e o bolo dos aniversariantes.  Sou suspeito para falar pois adoro bolo de aniversário e aquele estava especial. E mais especial foi o coro de alegria comandado por Frango, Mário e Amaro, que só mudou o tom na hora do hino do Botafogo que parecia soar meio triste nas vozes pouco  amarguradas de nossos amigos. 










Hey! Hey! (Hey! Hey!)
Que festa!  Que festa de arromba ...



terça-feira, 12 de abril de 2011

o PRESENTE de ABRIL



O
utro dia o Kibe postou que estava com vontade de escrever e nos enviou uma mensagem simples e bonita, aliás como é de seu costume, que foi suficiente para ilustrar o blog. Hoje a vontade bateu em mim. Depois de ler alguns email, destacamos duas mensagens. A primeira é do próprio Kibe, que dá as boas vindas ao retorno de Cecé.  Para a maioria pode passar despercebido mas na verdade é de grande importância, pois traduz de forma literal o objetivo que temos buscado ao longo desses quase 3 anos que estamos juntos por aqui:

"Uma das coisas que a gente (eu e o Zé) sempre respeitamos, é o tempo de cada um. Participar desta lista e do Blog, é uma opção de estar mais próximo dos amigos da juventude - sempre que quiser e/ou precisar.
Estaremos aqui, tenha certeza. Aguardando as manifestações de todos....e principalmente das eternas meninas de nossas vidas."

A outra mensagem veio exatamente das meninas. Em destaque para a menina Rose, que nos enviou cópia de sua palestra cujo tema principal é o amor e que termina com duas frases de grande significado, sendo uma delas, um texto não menos rico de sabedoria, enviado por nossa outra amiga, a menina Cecé:

"Usemos o nosso "Livre-Arbítrio" para saber se queremos estar com o BEM ou com o "MAUZINHO" e que nosso amanhã não seja repleto de arrependimentos!!!
Aqui vai uma frase da Cecé que me comoveu muito.... "Alterno o humor, mas a essência, e alegria de viver,  são  mais forte. A luta e grande, mas o tempo e um grande amigo."" 

E para aproveitar o clima, vamos dar os PARABÉNS aos aniversariantes de ABRIL.  Como presente, um filme pouco conhecido de nosso inesquecível Ayrton Senna, que além de tri-campeão mundial (1988, 1990 e 1991), e considerado em 2009, por pesquisa realizada entre mais de 200 pilotos ativos e inativos, como "o melhor piloto de Fórmula 1 de todos os tempos", foi também um verdadeiro herói.  E para conhecerem um pouco mais de seu grande feito, não deixem de assistir ao filme, ele por si só diz mais do que qualquer palavra. Aproveitem.

Mas não deixem de dar os PARABÉNS para nossos amigos:

Dia 10 - Miltinho Rangel
Dia 10 - Sérgio "Ébrio Pontes Galão" Falcão
Dia 11 - Armando "Tamba" Neves
Dia 12/2011 - Isabelle "Peixe (1ª netinha)"
Dia 14 - Dr. Ari (Dellaney e turma)
Dia 17 - Marco "Frango Del - Juca Melão" Neves
Dia 18 - Fábio Gondim Palazzo
Dia 22 - "Zé Franguinho" Alexandre
Dia 29 - Patrícia (Frango)
Dia 29 - Pedro "Kibe"


sábado, 9 de abril de 2011

A saga de Jonnhy continua

Pelo jeito não podemos esperar. A saga de Jonnhy (ou será Jhonny?) desperta interesse e até curiosidade, tanto dos mais jovens quanto daqueles que tiveram pouco ou nenhum contato com essa quase lenda de nossa turma. Vamos aproveitar os comentários de Byra e PQD para enriquecermos nosso blog.


Capítulo III: as luvas de Arnoud   (Byra)

Ao sair da padaria Marcinha, ainda com os pães embrulhados nas mãos, assisti a um estranho diálogo entre o Jonnhy e um outro conhecido morador da rua, de nome Arnoud, sobre a última ‘novidade’ do mercado de automóveis: segredos contra roubos e furtos. A algaravia se passava em frente ao sapateiro ao lado da porta da casa do Arnoud. Resumindo os fatos: Arnoud, apaixonado por carros e dono de um belo carro ‘esporte’ (que não me lembro a marca), havia colocado em seu carro, dispositivos de alarme, novidade à época, que faziam tocar uma sirene se o carro fosse balançado ou sofresse qualquer tentativa de arrombamento. Cheio de si, Arnoud, indiretamente, provocava o Johnny contando sobre o seu novo brinquedinho. Jonnhy a tudo escutava atentamente, e alertava ao Arnoud para que ficasse menos eufórico, pois poderia se decepcionar com a sua dispendiosa aquisição, afinal existe sempre riscos, nada é cem por cento seguro.... A discussão despertava a curiosidade daqueles que iam chegando e ficando. Logo a ‘roda’ – como sempre – crescia e as opiniões estavam divididas. Ainda lembro uma frase do Dudu, morador do prédio em frente ao do Dellaney, que tinha um carro antigo e bem conservado: “Arnoud, desisti de lutar contra a maré.... quando vou dormir, deixo a chave na ignição, facilito a vida de todo nós, o Jonnhy, sai com o carro, passeia e depois o estaciona, de novo, em frente ao meu prédio”.... Arnoud, ria das piadas, mas fazia questão de dizer em bom tom: “Comigo, não. Tomo os meus cuidados, ninguém nunca pegou o meu carro e agora então....”. Durante a semana toda, o novo ‘alarme’ foi o assunto da pauta. A turma, lógico, partiu prá cima do Jonnhy desafiando o seu orgulho. “Agora eu quero ver...” ; “Dançou, Jonnhy....”; ”Acabaram-se os seus dias de glória...” . Isso foi a semana toda. Jonnhy, quieto, arquitetando e Arnoud, curtindo os seus “dez minutos” de celebridade.

Tudo ia bem, até que no fim de semana, ao acordar, Arnoud encontrou o seu ‘possante’ estacionado, à frente de sua porta, “NA CONTRA MÃO” da rua...... Não deu tempo de ‘manobrar’. Sua ‘indignação’ com os seus caros, poderosos e invencíveis alarmes foi tamanha, que não conseguiu reagir. Como alguém que sofre um forte impacto emocional, ele somente repetia murmurando pra si: “Jonnhy..... seu filho da p...... Jonnhy”..... A notícia se espalhou rápido, a turma foi chegando e a ‘roda’ se formando. O riso era inevitável frente ao estado de catalepsia do Arnoud. Só faltava o Jonnhy. Passado o choque, Arnoud na pressa de abrir o carro para verificar se estava faltando algo, esqueceu de ‘desligar’ o alarme, que disparou causando um festival de gargalhadas da turma e provocando raiva no inconformado e agora vermelhão Arnoud. Mas, nada é tão ruim que não possa piorar, ao desligar o alarme, Jonnhy já havia se misturado ao grupo e, cinicamente, perguntava “o que havia acontecido?” . Só faltavam as asas no anjo Medina.

Após uma rápida busca, Arnoud, que já estava concluindo que nada faltava, ao conferir o porta-luvas se deu conta que suas luvas preferidas haviam desaparecido... e antes que a sua pressão voltasse a subir, com o risco de enfartar, Jonnhy o consolou: “Calma,Arnoud, são aquelas luvas de couro, importadas, brancas, dedos de fora..... sorte sua.... tenho um par igualzinho lá em casa e posso te vender, estão quase novas.... mas, na falta das tuas......?!?” - (Cai o pano).

CONCLUSÃO: Esse caso ficou famoso na “Correia de Baixo” porque o Arnoud, que era um cara do bem, após o acesso de raiva rendeu-se à genialidade do Jonnhy, levou o fato como ‘trote’, não deu queixa à Polícia e partiu para o acordo: para não mais se repetir essa embaraçosa situação, nem ele ter que partir para uma solução mais radical, como a proposta pelo Dudu, ele COMPROU as suas luvas (reza a lenda, que mais de uma vez.....rsrsrs) e seu possante nunca mais foi incomodado.

Capítulo IV: Dr João Paulo, Chefe da Pediatria   (PQD)

Oi pessoal...Esta aconteceu comigo, se me contassem eu não acreditaria.

A mãe de minhas últimas 4 filhas teve as duas primeiras na maternidade da Praça XV. Após o parto nós voltamos lá p´ra fazer as "revisões" do parto. Chegamos lá, de tarde, na sala para o 1o. procedimento de uma série de 5. Entramos na sala e encontramos 6 mães, uma doutora e 3 enfermeiras. Ficamos na fila de espera. De repente entra uma bela mulata com seu filho nos braços e, imaginem, o pai... "João Paulo Medina". Quando eu o vi fui logo falando "Jhonny.....". De pronto êle fez "aquele sinal de sujeira". Eu de pronto parei. Vcs não vão acreditar... A doutora e as enfermeiras ficaram todas alegres com a chegada de nosso amigo e falaram:
- "Oi Dr. João Paulo. Como vão as férias??? Tudo bem??? Quando o Sr. volta??? Estamos com saudades...".

De queixo caído, mas na minha, fiquei lá no meu cantinho com minha mulher. Êle falou com as colegas de trabalho!?!?!?!? Se dirigiu p´ra mim, me deu um abraço e me convidou p´ra ir p´ro corredor, fora da sala... Conversamos trivialidades e eu não toquei no assunto. Êle era o chefe da Pediatria da Maternidade da praça XV.

Acreditem... Essa foi comigo... NUNCA MAIS RETORNEI AO HOSPITAL EM QUESTÃO... Ainda tenho mais duas que presenciei. Fica p´ra próxima.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Falso coronel ... da Correa Dutra

Falso coronel conta como enganou a cúpula de segurança do Rio

Carlos Sampaio disse que bastou dizer que era major para as pessoas acreditarem. Ele planejava o policiamento e comandou operações nas ruas.


Não tem como deixarmos de comentar o caso, mas com um outro personagem bem conhecido de nossa turma. Quem não se lembra do Capitão Medina, aquele que num salto em queda livre, seu paraquedas  não abriu e como conseqüência apenas uma pequena corcunda.  O mesmo, que na figura do médico Dr. João Paulo, e para espanto do então colega Dr. Antero Lima, dava plantão no Hospital Souza Aguiar.  O mecânico formado na Volkswagem, que ficava de plantão para “consertar” os carros parados nas enchentes. O garoto que brincava de faroeste com revolver de verdade na cintura. O anti-herói, que para nós era simplesmente “o Johnny”.
Sua vida foi curta, com histórias tão incríveis que algumas se confundem com a própria realidade.  Mesmo para os mais próximos, algumas de suas ações beiram o fantástico.
Já o apresentamos em nosso blog (http://drinksekibe.blogspot.com/2008/11/meu-nome-jonnhy.html ) e ficamos de escrever mais sobre sua trajetória que, com toda a certeza, é tema para vários capítulos e até mesmo para um bom filme de ação.
A história do falso Coronel Carlos Sampaio, que durante anos enganou a cúpula de segurança do Rio de Janeiro, e segundo ele, apenas para realizar um sonho de infância, nos faz leva ao Capítulo II das lembranças de nosso pequeno “grande Johnny”.


Capítulo  II – O Capitão Medina

Jonnhy era filho de militar,  criado e mimado pela avó, Dª Iracema, desde a morte de seu pai. Inteligente, dominava a vovó que o protegia contra tudo e todos.  Tentava esconder a frustração em não ter sido militar com histórias que beiravam o absurdo, no entanto contadas com incrível realismo.  Era a forma de sensibilizar os ouvintes e como conseqüência obter algum proveito.  O verdadeiro e bom malandro de nossa turma.
Não se furtava de vestir uma farda se necessário, e assim o fez para se apresentar no Externato Angelorum, na Glória, em plena década de 70, e convencer as freiras batistinas a promover seu primeiro Festival de Música.
O grupo era formado pelo próprio Jonnhy, que somente tirou a farda no dia do Festival, Clérton, o Xin, Roberto Azulão, Drinks, Rogério, Zé Kley, André e outros.  Na verdade muita gente ajudou na montagem, pois o mais importante era fazer o espetáculo e ficar perto das meninas do colégio.  Nem se falava em dinheiro, uma das razões das freiras abrirem a porta para o Festival. 
Era o primeiro evento do Grupo, que não por acaso foi também o único. Ninguém tinha experiência e para variar, Jonnhy era o porta-voz, o encarregado, o técnico de eletrônica, além de fazer as mixagens e atuar como DJ.  Cabia a nós, principalmente, as tarefas de arrumar material e montagem, tudo previsto por Jonnhy, claro.
O planejamento era feito nas famosas e fumacentas reuniões no 30. Sempre que possível, com a ausência de Dª Iracema, a casa de Jonnhy era invadida e muita coisa rolava.
Tínhamos uma aparelhagem que era um verdadeiro quebra-cabeça eletrônico.  Junção de vários aparelhos domésticos, alguns com mais potência que Jonnhy, o Técnico, desmontava, soldava, remontava, e o pior, fazia funcionar.
Mas o primeiro grande problema apareceu logo.  A iluminação do palco.  A única coisa que sabíamos era que tinha que ter luz suficiente para iluminar os artistas.  Mas seria pior se não estivéssemos com um Técnico de Iluminação.  Não poderia ser outro, Jonnhy, com aquela cara limpa explanava sobre o assunto, apontava os lugares e não havia quem duvidasse de seus propósitos, muito menos nós.
Definido que precisávamos de muita luz, restava “comprar” o material e aí a coisa pegava, não havia dinheiro.  Roda para um lado, para o outro, e ao entrarmos na Correa Dutra alguém deu uma idéia original. Um grande prédio na esquina com a praia, recém inaugurado, era iluminado por luzes bem fortes vindas de diversos holofotes espalhados em seu contorno, perfeitos para nosso trabalho.  Alguma dúvida no ar?  Na calada da noite, o prédio ficou às escuras e nós já tínhamos material para um grande espetáculo.
E por incrível que pareça, com alguns tropeços e o palco iluminado, o Festival de Música do Externato Angelorum foi um sucesso.  O Capitão João Paulo se despediu das freiras , mas da farda não, pois a guardou junto com seus outros uniformes de campanha e aventuras.  Ainda bem que o Beltrame não apareceu por lá para pedir informações.

Em breve, mais um Capítulo da saga de João Paulo Medina Barbosa, o Jonnhy da Correa Dutra.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tropicália - um caldeirão cultural


    Vale o registro de que nosso irmãozinho Ricardo de Moraes, participa da produção deste livro. Um marco na história da MPB. Um beijo, irmãozinho e bons ventos literários!
 
 
    Fruto de mais de 30 anos de pesquisa, “Tropicália: um caldeirão cultural” é mais do que um livro. A obra, que será lançada no dia 6 de abril, na livraria Saraiva do Ouvidor, é uma coletânea de depoimentos de diversos personagens que viveram os bastidores de um dos maiores movimentos culturais do país. Enquanto os holofotes sempre se concentraram nos baianos Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Zé, entre outros, considerados os líderes do movimento, outras figuras significativas tiveram participação efetiva e apresentam na obra outro olhar sobre tudo o que aconteceu, como por exemplo, Jards Macalé, que afirma ter havido um grande mal entendido.
     
    No livro, Macalé afirma ainda que ele e muitos de seus parceiros da época foram rotulados como não-comerciais. “Eu gravo pouco porque determinadas pessoas das gravadoras até hoje acham que nós, os ditos malditos, não somos comerciais. Eu, Jorge Mautner, Luís Melodia e Sérgio Sampaio somos considerados malditos Eu não acho nada disso. Qualquer faixa de nossos discos pode fazer sucesso. Basta ligar o rádio e comparar. Há coisas boas, mas a grande maioria é uma porcaria”, desabafa, acrescentando que a Tropicália não foi um movimento, mas um a discussão estética e cultural.

     A obra contém ainda declarações inusitadas como o do diretor e ator José Celso Martinez: “Eu senti que tinha de me desligar de uma série de coisas, tinha que sair da cidade, cortar os vínculos com a família. Tinha que matar a família, a instituição família, os papéis, pai, mãe, irmão e propriedade”, diz fazendo referência ao desligamento de todos os padrões em que vivia para poder seguir a vida artística e ao Tropicalismo.
 
     De acordo com Rogério Duprat, que também contém depoimento na obra, quando conheceu Gilberto Gil, ele percebeu que também estava interessado em mudar de linguagem, pois também havia sido cantor de banquinho no programa semanal da Elis Regina, O Fino da Bossa, na TV Record. “O Gil cantou muito lá. Sempre foi bom violonista. Caetano não era tão bom músico. Era mais conhecido como letrista”, lembra. Duprat recorda ainda, que bem antes disso tudo, ele era o único entre os tropicalistas que dizia, já naquela época, que a arte acabou no sentido de que tudo virou arte!

     No ano de seu 43º aniversário, a Tropicália é brindada por essa obra que promete remexer com crenças e mitos sustentados até os dias de hoje. De autoria do pesquisador e músico Getúlio Mac Cord, o livro a ser lançado pela Editora Ferreira, traz mais de 40 entrevistas, somando mais de 50 horas de conversas, gravadas em mais de 55 viagens e quase 5 mil shows. Segundo o autor, o Tropicalismo, embora tenha sempre sido associado à política, foi em sua essência um Movimento cultural a altura da Semana de 22 e do movimento antropofágico de Oswald de Andrade. “Havia sim uma insatisfação com a ditadura e os horrores dos militares na época. Mas a Tropicália ultrapassou essa questão. Foi além. Tratou de repensar a nossa cultura, uma reflexão cultural 40 anos depois da semana de 22”, afirma Mac Cord.