sábado, 1 de novembro de 2008

Aos Amigos da RUA CORREA DUTRA

O Byra sugeriu que eu postasse aquele texto sobre a Correa Dutra, que foi distribuído uns dois ou tres anos atrás em um de nossos Encontros. Infelizmente a msg se perdeu junto com várias outras que estavam arquivadas no meu computador. Ele não resistiu e nos enviou um trabalho mais afinado, com novas observações, e com a esperança de que aos poucos a gente possa complementar com alguns destaques.

Muito bom Byra, e traga mais pérolas para nós.

"Hoje a reconhecemos como uma só, a nossa velha e acolhedora Rua CORREA DUTRA. Local onde passamos nossa infância, adolescência e juventude. Onde brincamos, crescemos e sedimentamos amizades que já duram quase meio século. Quando jovens, reconhecíamos duas Correas: a “Correa de Baixo”, parte da rua que ia do Catete à Praia do Flamengo (nosso carinhoso “Brejo”) e a “Correa de Cima”, que ia do Catete a Rua Bento Lisboa. Era a nossa forma de criar uma amigável ‘rixa’ motivadora para as disputas de futebol (Sede Velha x Vera Cruz), churrascos nas calçadas, batucadas e serenatas. Mas nunca houve uma rivalidade real, a ‘turma’ era uma só. E assim permanece até os dias de hoje.
Interessante é que em nosso subconsciente, sempre tratamos a nossa Correa como uma verdadeira ‘princesa’, sem saber que ela já possuíra esse título de nobreza em seus antigos nomes. Nossa praia era o ‘brejo’ e o local de encontro era em frente a nossa ‘princesa’. Involuntariamente desprezávamos Copacabana, permanecíamos fiéis a nossa princesa. Digo isso porque pesquisando sobre a gênese de nossa rua, colhi a informação de que ela teve vários nomes: “Rua do Valdetaro”, depois se chamou “Rua Bela Princesa”, ou “Rua da Princesa do Catete”.
Inclusive houve uma época de dissidência, em que a “Correa de cima” tornou-se, temporariamente, independente e trocou o nome para “Rua Nova de João da Cunha”. Na república, a “paz” foi restabelecida, e com a nova fusão, a união das ruas recebeu o nome definitivo, “Correa Dutra”.
Unificada, está localizada no bairro do Catete, segunda transversal de quem vem da Glória em direção ao Largo do Machado e seu nome homenageia o Dr. Francisco Correa Dutra, político municipal e médico militar, que, por volta de 1890, ajudou a combater uma epidemia de febre amarela na região de Campinas SP e sempre se preocupou com a população mais necessitada.
Existem placas na rua, que grafam "correia", como por exemplo, as placas na esquina com a Praia do Flamengo; de um lado, "Correa", de outro, "Correia" Dutra, algo que não nos confunde, pois nós a reconhecemos não pelas placas, mas pelas felizes lembranças.
Podemos nos vangloriar por termos sido vizinhos de moradores importantes: o Visconde de Abaeté (Sr. Antonio Paulino Limpo de Abreu, português de Lisboa e que tem rua com seu próprio título no Bairro de Vila Isabel, a rua onde fica o famoso bar e restaurante Petisco da Vila); Joaquim Nabuco, (Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo ele morava na esquina com a atual Praia do Flamengo); Batista Júnior (compositor, humorista e ventríloquo, pai de Linda, Dircinha e Odete Batista); Sergio Murilo (expoente da Jovem Guarda); Ed Maciel (músico e arranjador e Band leader como se costuma denominar os grandes líderes das bandas jazzistas, de uma orquestra que animava os grandes bailes nas noites cariocas); Gentil Correia (pintor de marinas e um dos primeiros expositores na Feira Hippie de Ipanema); Carlos Vereza (consagrado ator de teatro e novelas); Geraldo (baterista do conjunto O Terço);
Dennis Gray (coreografo e bailarino que durante 60 anos foi presença marcante no Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro), Geraldo Cavalcanti (carnavalesco das Escolas de Samba União da Ilha (1984) e Portela (1987)), entre outros que agora não recordo.
Durante 30 anos morou no número 73, apartamento 404, o cantor e compositor Anísio Silva, autor de canções inesquecíveis como "Tudo Foi Ilusão" e "Sonhando Contigo". Tornou-se conhecido como “O Rei do Bolero”, após a incrível façanha de ficar em primeiro lugar nas paradas de sucessos de todo o Brasil de 1959 até 1965; vendendo cerca de dois milhões de cópias por disco! Foi o primeiro brasileiro a ganhar o disco de ouro; Morreu dormindo em seu apartamento em 18 de fevereiro de 1989.
Nela, no antigo número 131 foi fundado o "Rancho" (espécie de bloco carnavalesco) mais famoso da história, o “Ameno Resedá”, que contava, entre os seus admiradores, com o escritor Coelho Neto e disputava folia com outros "Ranchos" como A Flor do Abacate. E por ela desfilaram diversos “cordões” e “blocos de cordas”, precursores dos atuais Blocos Carnavalescos.
O cronista João do Rio, em seu artigo “A ALMA ENCANTADORA DAS RUAS”, consegue, em poucas palavras, transmitir a nossa relação sentimental com esse lugar, tão rico em nossas lembranças: “Balzac dizia que as ruas de Paris nos dão impressões humanas. São assim as ruas de todas as cidades, com vida e destinos iguais aos do homem."

Byra

13 comentários:

Anônimo disse...

O lado histórico da Corrêa Dutra e seus personagens ilustres.

Byrinha, belo resgate histórico, eu li algumas coisas a respeito da história da rua também e não me atinei em guardar o endereço do site onde traz outras informações além destas. Depois eu as localizo e as trago aqui. Permita-me, porém, acrescentar algumas, de vivência própria. O bloco carnavalesco que vc citou, foi fundado em 1907 e encerrou suas atividades em 1941.
Quando cheguei à Corrêa Dutra, em 1959, tinha dois anos. Morei no prédio nº 131 e já havia o prédio 129, vizinho de um terreno grande onde haviam alguns barracos onde moravam algumas famílias. Neste terreno (cercado por um muro branco e alto), lembro-me que havia ensaios de um bloco carnavalesco que não sei dizer de qual bloco era (vale a pena pesquisar). Não sei se era algum bloco da Tavares Bastos ou mesmo da Corrêa Dutra – mas com certeza não era o Ameno Resedá. Anos mais tarde, este terreno deu lugar ao prédio, onde mora até hoje, o clã dos Maciel.
No prédio onde morei até 1973, morava o Sérginho Castor, Marília (sua irmã), Zé Augusto, Dirceu Camargo (alto funcionário da TV Manche) e “seu” Peçanha, porteiro “faz-tudo” que tinha o emprego como chamariz para seus serviços extras de biscateiro; e o serviço rendia tão bem, que lhe permitiu comprar um carro.
Também morava, Roberto, amigo meu do Colégio Ateneu São Luís, localizado na Silveira Martins. E foi seu pai, Fernando, que um dia nos levou na casa do vizinho do apt. 704, que anos mais tarde fui saber quem era. Carlos Mariguela – comunista famoso que faz parte da história deste país, nos anos duros da repressão. Outra personalidade a morar em nossa rua que já acolhia uma gama de pessoas ilustres, independente de suas convicções políticas, artísticas, sexuais e culturais.
Com relação a grafia, além das duas que você citou, há também, Corrêia Dutra, que é do jeito que está na placa hoje, lá na esquina com o Catete e afixada no prédio da antiga loja A Renascença. Não sei por que, mas achei esta mais simpática; e concordo contigo, as felizes lembranças superam qualquer grafia que seja. Afinal quem deveria se preocupar com o nome do homenageado seriam seus descendentes, concordam!?

Abs.

Claudio Kibe

J Drinks disse...

Byra e Kibe

Além dos citados, podemos destacar que por nossa rua passaram outras pessoas não menos conhecidas, tais como o Serguei, amigo fiel do Sérgio Murilo (Broto Legal) e um ícone de nosso rock. Na casa dos setenta anos, se autodenomina "pansexual" e mora em Saquarema, vizinho do Boi e do Anderson.
Mora, ou morou, no 30, aquele conhecido Maestro, integrante da Banda do RC, que não saia de casa sem sua inseparável peruquinha. E entre os atores incluímos o José Dumont, que lá residiu ao chegar no Rio de Janeiro.
Não podemos deixar de destacar as personagens de nosso tempo, não menos famosos para nós, e um dos principais destaques é ninguém menos que o Barão, Felipe del Felipe, que nos áureos tempos foi um dos maiorais do Bicho. Para nós foi um grande amigo e protetor.
João Paulo Medina Barbos, ou simplemente Johnny, que foi e será sempre um mito para todos nós, suas histórias são incríveis e em breve faremos um destaque especial para essa figura que foi ímpar.
Maria Amélia, a menina que se transformou na puta mais querida da rua. Nelson Queimado, um bandidinho que foi logo queimado no aterro. A Maria Pé de Boi, da Correa de cima. O Renato Bebum, q não aguentou os drinks. Gigi, que hoje vende balinhas para as crianças, mas principalmente NÓS, que participamos de bons e maus momentos em nossa Correa Dutra.

Anônimo disse...

boa-noite , meu nobre presidente.lendo ,o recente artigo no nosso blog , deparei-me com as referencias as meninas da correa.algumas eu falava , e outras não sei porque , me evitavam.agora ,noque se refere a MARIA GUADALUPE DA NÓBREGA DERZE , FOI MINHA ESPOSA.UMA MENINA DE DIA , E UMA GRANDE MULHER A NOITE (RS RS RS )...ALGUNS DIZEM , ATÉ HJ , QUE EU DEI EMCIMA DELA .MENTIRA!!!!!ELA QUE GOSTOU DO GAROTÃO , QUE FOI UM DOS PRIMEIROS A TRABALHAR.COM 19ANOS , COMEÇEI A TRABALHAR NA VARIG(SANTOS DUMONT), E COM 22ANOS ,CASAMOS.PRA MIM , FOI UMA VITÓRIA ,PORQUE EU JAMAIS NA MINHA VIDA PODERIA PENSAR QUE UMA GAROTA COMO VC MESMO DIZ , A + LINDA DO GRUPO FOI JUSTAMENTE GOSTAR DESTE BIG-DOG ....AGORA , VC , E O RESTANTE DA TURMA SABE......

Anônimo disse...

histórias...por diversas vezes , eu perdia a cabeça , com o assédio que davam emcima da GUADALUPE.uma vez ,sai na porrada , com tal de jorge , um louro , de olhos verdes. foi emfrente da casa do frango.me lembro muito bem , foi num domingo á noite.ela tinha me ligado ,para irmos ao cinema roxy em copa , e quando desci ,vi o cara colocando a mão nela .nem perguntei.fui logo empurrando , e ahi começou a pancadaria.ela até me ajudou , deu uns socos nele(rs rs )....depois foi outro que ainda mora no catete 214. a mesma coisa , só que na praia.cara ,mulher bonita , charmosa , é confusão na certa.

Anônimo disse...

certa vez , eu e o meu amigo zé augusto , fomos a uma boite no leblon.pois bem ,. estava cheio e falei pro zé.zé , COMO VAMOS FAZER PARA ARRUMAR UMAS GATINHAS. ELE SIMPLESMENTE ME DISSE .VAMOS PROCURAR UMA MESA , QUE TENHA ´SÓ MENINAS , + QUE TENHA UMA FEIA NO GRUPO. ACHEI ESTANHO A JOGADA, + SE TRATANDO DO ZÉ NÉ.RODOPIAMOS PELO SALÃO , E VIMOS UMA MESA CHEIA DE GATINHAS , E FOMOS CHEGANDO . O ZÉ NA ESPERTEZA DELE , VAI NA + FEIA .NÃO DEU OUTRA .ELA GOSTOU DA BABA DE QUIABO DO ZÉ, E FICAMOS JUNTOS NA MESA COM ELAS ,. CONVERSA VAI , CONVERSA VEM , MORAL DA HISTÓRIA?????EU PEGUEI UMA E FUI SAINDO , O ZÉ A MESMA COISA, E DEIXAMOS A FEIOSA , COM AS OUTRAS CHUPANDO DEDO... SE DEMOS BEM , NESTA NOITE DE VERÃO ... RS RS RS ...

Anônimo disse...

todos os ´sabados , eu saia com a JANICE e IRMÃ DELA A ROMILDA.ELA TINHA NA EPÓCA UM ALFA-ROMEO ITALINI (LEGÍTIMO_ CONVERSIVEL.IAMOS SEMPRE A BOITE EM SÃO CONRADO OU BARRA.NA EPOCA EU DAVA EMCIMA DELA ,+NÃO ROLAVA NADA , SÓ AMIZADE PURA E SINCERA..NUMA DESTAS SAIDAS ,PARAMOS EM SÃO CONRADO ,SAINDO DA BOITE PAPILLON , NO INTERCONTINENTAL, DE MANHA , E RESOLVI DO NADA DAR UM MERGULHO. FIQUEI COMO VIM AO MUNDO ...NAKED!!!!!!

Neusa disse...

Imensamente feliz de encontrar algo sobre a minha querida "Correa Dutra" desde inicio dos anos 40 ate os 50/60 vivi no 133 B, meu pai abriu um salão de cabelereiro na frente de nossa casa. Sr Correia e Dna Aletina. Tenho histórias fantásticas de antigos moradores, alguns bem conhecidos. Gostaria muito de encontrar uma amiga de infância que morava no lado par da Rua o primeiro nome era Melitana, estudou no Santa Rosa de Lima e se formou em advocacia, se alguém tiver noticias por favor me avise.
Entre 1940 e 1955 o terreno grande perto do 129 tinha uma bela casa aos fundos onde uma familia de SP morava e tinha uma fabrica de peneiras, o pai Elbio era excelente pintor de marinas. Lembro da sede velha do Flamengo. E dos 2 rendevous o fino no # 147 e o popular no #145. Qualquer noticias de pessoas dos anos 40/50/60 por favor Neusa no email n_appler@yahoo.com

Drinks e Kibe disse...

Neusa

Ficamos realmente felizes com seu recado e esperamos que vc possa encontrar sua amiga de infancia, Melitana, que particularmente, eu não conheço, mas fica o recado se alguém de nossa turma se lembrar, nos avisar.
Nosso grupo, na maior parte, são "jovens" das décadas de 50/60 e pelo q entendemos, vc é de uma geração anterior, o que nos deixa mais contentes ainda, pois amplia nossa amizade e com certeza gostaríamos muito de ler suas histórias.
Continue com a gente. Mande seu texto para drinksneto@yahoo.com.br que o postaremos com o maior prazer.

Um bjo de Drinks & Kibe e de todos da Confraria de Amigos da Correa Dutra, que desde já a tem como partícipe.


Drinks&Kibe

Anônimo disse...

Sou José Carlos de Oliveira Fernandes e morei durante 23 anos na Corrêa Dutra, 73, apt 703, ou seja, desde que nasci em 1963 até 1986, quando me mudei para a vizinha Ferreira Viana (de Cartola), 36, apt 201, onde morei até 1992, quando vim morar na pequena e pacata Senador Firmino, da Zona da Mata de Minas Gerais, há 32 km de Ubá, terra natal do ator Mauro Mendonça e do eterno músico, radialista Ary Barroso. Como tenho muita saudade da minha eterna Corrêa Dutra (ainda sonho que moro no apartamento 703) procurei um site da rua ou do bairro. Ainda me lembro de uma espécie de mercado da esquina da Corrêa Dutra com o Catete, gostaria muito de ter uma foto deste mercado-quitanda, ou sei lá o que era antes de ser demolido para as obras do metrô. Da pequena loja de esportes ao lado do Banco do Brasil, onde comprei a camisa número 6 da seleção brasileira naquela época vestida por Marinho Chagas, que me fez torcedor do Botafogo. Vejo também que vocês esqueceram de citar entre as figuras importantes da rua o comediante Carlos Leite, que morava no prédio em frente ao 73. Me enviem e-mails sobre eventos que vocês venham a fazer (jornalusinadeeventos@yahoo.com.br). Ainda costumo ir ao Rio rever familiares.
Obs.: Não me lembro do Anísio Silva morando no apt 404.

Drinks e Kibe disse...

José Carlos

Ficamos realmente felizes quando encontramos mais um companheiro de nossa rua. Tenho a certeza que por muitas vezes passamos perto um do outro, assim como outros de nossa turma, inclusive alguns que moraram no 73.
Se vc navegar um pouco em nosso blog, e nos nossos álbuns de fotografia, poderá, quem sabe, reconhecer a mim, José Drinks, meu irmão Byra, bem conhecido naquela época, Dellaney e Antero, que se não me engano moraram no 73, ou no edifício vizinho, e outros mais.
Seja benvindo e esperamos trocar mais idéias. Se quiser, mande algumas fotos para enriquecer nossos álbuns.
Quanto aos eventos, nos reunimos pelo menos uma vez por ano, normalmente no final do ano e vc já está convidado para o próximo. Leia no blog como foi o evento.

Um abração, e mais uma vez, seja benvindo à Confraria dos Amigois da Correa Dutra e Arredores - 50 anos de Amizade.

José Drinks

bezerra disse...

ola Zé Drinks,sou o CUICA lembra? ,q morava no casarão nº 27 q foi derrubado,hoje tem um hotel contruido,hoje moro em Macaé ha 20 anos e por acaso encontrei este blog,meu email é ( ivaldir-jesus@hotmail.com )de vez en cuando entro en contato com Carlinhos Levitanus esta em meu ORKUT e FaceBook.um abração pra vc e o Byra,espero entrar mais en contato com os velhos amigos de imfancia da correia dutra,

bezerra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alexandre Sant Anna disse...

Senhores. Fico contente em ver este site. Morei na Correa, 129 , 801 nós 1973 a 1975. Ainda há aqueles encontros anuais? Abraço a todos