sábado, 6 de novembro de 2010

Passeio gastronômico pelos bairros de nossas vidas - III



   Indo para a Glória, entrei certa vez em um restaurante bem escondinho, mas de um requinte só. Fica na Casa da Suiça. Cozinha internacional com especialidade nos fundues – que tem mais de 12 tipos, incluindo os tradicionais de carne e queijo. O preço, poderia até ser um pouco salgado, mas valeria a pena. Mas já que tinha entrado, o jeito era relaxar e rezar para o próximo salário pagar a conta. E olha que naquela época, não tinha esse negócio de cartão de crédito. Mas comi um dos melhores filés de minha vida. O prato chamava-se filet au poivre vert – flé mignon com pimenta verde. De sobremesa, recomendo o strudel de maçã. Ainda não comi outro igual! 
   Ô nêgo besta! Mas recomendo àqueles que quiserem fazer as pazes com uma esposa aborrecida ou na comemoração de bodas de prata ou outras celebrações que façamos de décadas em décadas.
   Subindo a Cândido Mendes, cheguei a Adega do Pimenta, na rua Almirante Alexandrino. Ali comi um dos melhores bolinhos de bacalhau do Rio de Janeiro.
  Tinha um que comíamos, mas não era lá, e que era feito pela Benvinda, portuguesa de traseiro avantajado, irmã do Manolo, dono do boteco lá do 166 da Correa Dutra; mas sempre ficou a dúvida se ela usava mesmo bacalhau, pois diziam que ela tinha uma mania de coçar a x....e daí ..bem, deve ser coisas de “línguas de matildes”. Voltemos a Santa Teresa. 
   Pois bem, ao visitar este bairro é quase uma obrigação visitar o Bar do Pimenta e deliciar-se com seus bolinhos. Fiquei sabendo também, que aos sábados tem uma variedade de pratos que certamente, irei lá conferir. Vou de bondinho, tá? Depois eu conto. 
   Mas olhem, dizem que tem na Ilha do Governador, tem o Rei do Bacalhau, no bairro do Cocotá. Quem for, nos diga.
   Desci Santa Teresa, entrei na Rua do Lavradio e cheguei a Rua da Carioca. Fui visitar um restaurante centenário, que me foi apresentado por meu falecido tio Nilton Rosadas – o Bar Luiz.
   O Bar Luiz, que se chamava Bar Adolph e na época da guerra mudou seu nome, por motivos óbvios, é um restaurante que serve excelente comida alemã e onde alguns de nós freqüentamos. O bolinho de carne, a salada de batata com maionese, os frios sortidos com pão preto e mostarda escura, o eisbein defumado, o chucrute com salsichão, são pratos tradicionais e sempre os mais pedidos pela clientela fiel. Sempre que vou ao Rio, faço uma visita em homenagem a meu tio, que era um assíduo frequentador e tinha até uma carteirinha por isso. Saiba mais: http://www.barluiz.com.br/article.php3?id_article=105)

   Pertinho da Rua da Carioca encontro a Confeitaria Colombo. Este nome por si só já é um maco na história do Rio de Janeiro. Parada obrigatória para quem visita a cidade pela primeira vez e para quem anda pelas ruas do Centro no dia a dia, um pit-stop fundamental para saborear uma coxinha de galinha (enorme, por sinal) com um copo de mate. Além de saborearmos alguns salgados, podemos tomar um chá completo (melhor nos dias frios), com torradas petrópolis, manteiga e geléia; ou então pedirmos uma banana split nos dias de verão. Imaginar quem passou por ali, personagens de nossa história política e social, imaginando aquele cenário do início do século, refletindo imagens através de seus espelhos de cristal francês. 
   Bem em frente, da Colombo, funcionava a loja Príncipe, onde trabalhava a D. Maria do Carmo, mãe do Xinzinho. Lá minha mãe e acredito que outros de voces, comprou a roupa de minha primeira comunhão. Nossas homenagens a D. Maria do Carmo, que hoje não está mais entre nós. Gerações e gerações ainda irão se deslumbrar com este pedacinho de Europa encravado no centro da cidade. Tem uma filial da confeitaria em Copacabana, lá no Forte (aliás eu achei muito sem graça), mas nem se compara ao luxo e ao glamour da matriz.
  Continuaremos a fazer os passeios gastronômicos de nossas vidas. Aguardem, tem muito mais. Até breve!

5 comentários:

Helder disse...

Parabéns pelas imagens Kibe, realmente recordar é viver. Meu nome é Helder, e tomei conhecimento do blog pelo Amaro, a quem reencontrei. Morei no 99 da CD, conheci o Milorje, a Marza e seus irmãos, Lembro do Frango, Zé franguinho, Marquinho Cabeça, Sergio Teles, Tamba, Cassio e outros, não sei se me reconhecerão, mas achei super legal o blog. Um abraço a todos.

J Drinks disse...

Helder

Seja benvindo ao grupo. Sua presença é a certeza que estamos no caminho certo. Se possível mande fotos para nós que a colocaremos em nossos álbuns e desde já sinta-se convidado para nosso próximo encontro, provavelmente dia 26/11.

Um abração

Drinks & Kibe

J Drinks disse...

Helder

Faltou o endereço:

drinksneto@yahoo.com.br

abs

Drinks

Kibe disse...

Amigo Helder,

O blog tem por objetivo, perpetuar os registros de alguns momentos de nossas vidas - principalmente os de nossa juventude. Além disso, torna-se um ponto de encontro, no formato de uma revista eletrônica, onde encontraremos imagens que nos marcaram e assuntos que nos dizem respeito e que tocam nossos sentimentos. Seja benvindo! E como disse o Zé, nos envie fotos, para colocarmos em nossa galeria.

Léo "Tuta" disse...

Kibe, há tempos não vou a Casa da Suíça, mas me parece que a tradição culinária continua a mesma. Era um lugar perfeito, pra se fazer uma média com uma conquista nova, mais resistente aos encantos do amor(rsssss). Mas, saiu dali era caminho da roça!!! Pena que não se podia ir mais vezes, por conta da grana curta!!!!
Quanto a Adega do Valentim e o Bar do Arnaudo, com "U", que era pertinho, eram points acessíveis a baixa renda e tudo era bom!!!!
Quando fui ao Forte Copacabana, tentei entrar na Confeitaria Colombo mas desisti, pois era tanta gente a esperar uma mesa, que resolvi ficar pela Atlântica!!! Mas como você disse, não tem o mesmo charme da Colombo do centro da cidade!!!!!