terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Passeio gastronômico pelos bairros de nossas vidas - IV



Um dia desses, fui ao Bar Belmonte, na Praia do Flamengo, onde me deliciei com umas empadas deliciosas. Por serem “empadas abertas” elas possuem um visual que enche de água a boca da gente. A de camarão com catupiry, então.....huuuummmm. Comi umas quatro, nem lembro quantas. Depois, pedi um pastelzinho de carne seca, que só acho no Rio de Janeiro; o que valorizou ainda mais minha viagem a casa de minha mãe. O sanduíche de pernil com pão francês crocante, com gotinhas de limão me induziram a gula. “Potaqueoparió”, como diria Zé Augusto, por isso que a gente fica com barriga de tanquinho, bem redondinho.
No outro dia, na hora do almoço, peguei o 571 e fui a Copacabana. Tinha tempos que não ia ao restaurante Marisqueira, na Barata Ribeiro, 232, próximo à Pça. Cardeal Arco Verde. Tradicional restaurante português, serve um bacalhau ao Zé do Pio, de responsa. Mas é claro que tem outros tipos de pratos com bacalhau que enchem os olhos e a barriga também, é claro. Os preços são acessíveis, considerando que bacalhau sempre tem um preço diferenciado, mas ainda assim, acho mais barato que sushi e churrasco.
E enquanto eu estava lá, saboreando um legítimo prato portuga com azeite extra-virgem (hoje em dia, só azeite mesmo ou então, mulher feia), lembrei-me de uma adega que havia no Leme, na Rua Gustavo Sampaio. Chamava-se Adega do Leme, cujos donos chamavam-se Caio e Nogueira. Era um mini-bar, na realidade. O nome pomposo devia-se ao fato de eles venderem vinho de barril e bebidas “quentes”, com uma variedade grande de cachaças “brejeiras”, com tudo quanto era tipo de cascas e sementes. Cerveja lá, só mini-saia da Brahma . Mas o que me fez lembrar do Bar (Adega) foi a variedade petiscos que tinha. Por cima de todo o balcão havia aquelas vitrines onde azeitonas verdes, pretas, recheadas; queijo parmesão em fatias, sardinhas ao tomate e ao azeite, manjubinhas fritas, ovos de codorna, mexilhões ao vinagrete, anéis de lula ao vinagrete, camarões fritos na hora, mandioca frita, lingüiça calabresa, batatinhas ao vinagrete, tremoços, cebolinhas, picles, pastéiszinhos, batata frita e outros tantos que voces podem imaginar. Ele era pequenininho, ficava justamente no térreo daquele prédio que ameaçava desabar e senão me engano, hoje funciona o Zona Sul. Hoje já não existe mais. Mas a idéia daquele barzinho ficou gravada na memória de um jovem estudante de arquitetura que um dia pensou em fazer um igual, em algum lugar do planeta.

Me satisfiz ao comer aquele delicioso bacalhau. De sobremesa um pastelzinho de Santa Clara, adoçou a boca deste que vos escreve e fui para casa, pensando na vida.
Alguns dias depois, Copacabana me atraiu de novo no roteiro gastronômico. Passei pela Prado Júnior e vi que na esquina com a Min. Viveiro de Castro, onde havia um lugar que não sei do que poderíamos chamar, pois não era restaurante, lanchonete, bar, boteco, nada. Era uma loja cercada por um balcão, com cadeiras fixas giratórias, chamado: Macarrão do Alfredo. Estabelecimento frequentado pela fauna notívaga de Copacabana, motoristas de táxis, putas, cafetões, estudantes, bêbados (normalmente ocupávamos uma das duas categorias; senão, as duas), e outros que o pouco dinheiro levava até lá para forrar o estômago.
O cardápio não podia ser outro, um prato de espaguete com molho a bolonhesa. E pronto. Estava ali a salvação da noite, fosse no início ou no fim. Na mesma Viveiro de Castro (retiro o Ministro pela intimidade com que tínhamos então, à época), ainda tem um restaurante que não me lembro o nome, mas alguém há de lembrar, onde vendia uns caldos muitos bons. Aproveitávamos as caronas dos amigos motorizados e íamos até lá, para degustar o couvert (picles, torradinhas, manteiga e azeitonas) e tomar caldo de aspargos, de palmito ou caldo verde. Alguns se arriscavam em mais algumas saideiras até o sol vir dar bom dia, aqueles jovens boêmios do Catete, mas que se emprestavam às delícias de Copacabana.

7 comentários:

Byra disse...

Prezado e querido confrade Kibe... e demais confrades e confreiras.

Lendo a crônica, não pude deixar de me sentir cúmplice dessas aventuras. Em complemento, acrescento que morei um período de minha vida, embora curto, nos apart´s Residência Copacabana, ao lado da Marisqueira, oportunidade em que pude me deliciar com os pratos de frutos do mar, honestos, servidos naquele estabelecimento. Ao ler sobre a extinta Taberna do Leme, veio à minha lembrança a Taberna da Siqueira, no mesmo lugar até hoje, servindo tira-gostos maravilhosos. Finalmente, me emocionei com a lembrança do Macarrão do Alfredo e com a sua perfeita definição: ninguém sabe o que era 'aquele' estabelecimento. O filme que me vem à mente é de um 'cozinheiro' dentro de um avental, que um dia fora branco, suando que nem um porco, com uma 'colher de pau' mexendo um panelão de espaguete para 'esquentar'.... claro que a colher era 'pequena' em relação ao panelão, e, consequentemente, o 'cozinheiro' também utilizava-se do auxílio de seu braço suado para completar a tarefa. Devia ser esse o grande segredo do 'tempero' do famoso Macarrão do Alfredo.. nunca ouvi ninguém reclamar da falta de sal, ou coisa parecida. A fome e a 'dureza' complementavam o quadro surrealista.
Valeu, Kibe, obrigado por mais esse momento de resgaste de nossas vidas e a oportunidade de compartilhá-lo com os demais.

Beijos em seus corações,
Byra

PQD_FDP disse...

Kibe!!!!!!!!!!

Estive no Belmonte no Domingo, de manhã.
bebi, bebi, bebi um chope "preto" que estava delicioso.
Vamos lá hoje ou amanhã ou depois ou Sábado ou Domingo ou .... ?
Tu tá no Rio e não avisa!?!?!?!?!?!?
Já viu teu link em www.webolsen.com.br ??? Me diz se gostou...

pqdzinho

Byra disse...

PQDZINHO,

Estaremos juntos dia 9/12 – 5ª feira próxima??? Estou com saudades de você e dos demais...

Beijundas

Byra

PQD_FDP disse...

COM CERTEZA BYROCA.

pqdzinho te ama.

Beijos

Kibe disse...

PQDzinho,

Estou em Brasília....ainda. Estive no Belmonte em junho, mas a crônica está no tempo, mexendo com a memória de todos nós.
Chegarei ao Rio, somente em 28 de dezembro e ficarei até 4 de fevereiro.

Bjo.

Kibe

PQDzinho,

Estou em Brasília....ainda. Estive no Belmonte em junho, mas a crônica está no tempo, mexendo com a memória de todos nós.
Chegarei ao Rio, somente em 28 de dezembro e ficarei até 4 de fevereiro.

Bjo.

Kibe

PQD_FDP disse...

Então nós vamos beber um pouquinho né?
Te aguardo.

pqdzinho

J Drinks disse...

Não sei não, mas esse PQD está com cara de meio-viado ...