quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

o Encontro de 2008

Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos, conservar os velhos”, frase de Elmer Letteman, que traduz claramente nosso pensamento a respeito da amizade. E nossos encontros é a pura materialização desta idéia. É a demonstração do carinho que está entre nós. É a alegria de rever uma pessoa depois de mais de 20 anos e constatar que a amizade não diminui, ao contrário, fica mais forte, mais bonita, mais sincera, quem sabe fruto do próprio amadurecimento do homem.
O sentimento de amizade é bem diferente de outros que possuímos, pois para que se concretize não existe a necessidade de um contato físico permanente. Os encontros que fazemos nos provam isso, e não é apenas a nossa turma, outras também se reúnem para o mesmo fim e concluem, como nós, que o verdadeiro amigo não precisa ficar ao nosso lado todos os dias, basta sabermos que ele vive e existe, e isso é o suficiente.
O mundo moderno criou uma legião de amigos virtuais. São listas e grupos de pessoas que em muitas das vezes nunca irão se conhecer. E nem por isso se consideram mais ou menos amigos que os tradicionais, na verdade, todos os amigos devem ser vistos como de igual importância.
São mais de dez anos que nossa turma, que agora chamamos de confraria, se reúne, e somos capazes de apontar com muita certeza os nomes do núcleo mais constante, aqueles que por felicidade, ou facilidade, conseguiram participar de todas ou da maioria das reuniões, e nem por isso consideramos menos amigos os que por qualquer motivo ou razão não conseguiram estar junto a nós.
O número de presentes não deve ser visto como o mais importante, mas sim a vontade que o evento se realize. E a cada ano que passa, o sentimento de reafirmação de nossa amizade, fiel e verdadeira, se solidifica, cresce, assim como o próprio grupo, que com a ajuda da Internet, nos faz rever os que se encontram em terras mais distantes, inclusive no exterior.
Este nosso Encontro, de 2008, foi sem sombra de dúvidas, um dos mais incríveis que já participamos. Não há como explicar a emoção de rever um companheiro que veio de Macaé apenas para estar conosco por um pequeno espaço de tempo. Gaguinho, mesmo envolvido com problemas familiares, saiu de casa na tarde desta sexta-feira, chegou no Baixo-Gago, até parece que foi uma homenagem para ele, passou algumas horas ao lado de amigos de infância e juventude, que já não via por mais de 20 anos, e após o encerramento das conversas e dos drinks, retornou de imediato para sua cidade sem se importar com o cansaço do corpo, apenas feliz e emocionado com a certeza de que a distancia e o tempo não mancharam a amizade que existe entre nós.
Outras duas novas presenças enriqueceram o Encontro: Sérgio Columá e Walter Curi. Sérgio era mais ligado ao pessoal da Correa de cima (Catete) e Walter, à Correa de baixo (Flamengo). Ambos relembraram histórias, inclusive de como se conheceram, e deixaram claro para todos nós a felicidade de estarem ali, naquele momento. Assim como Gaguinho, Walter Curi estava afastado da turma por mais de 20 anos e reside agora, com sua família, em Jacarepaguá. Sérgio, que ainda mora na Glória, é uma figura mais fácil para os que residem pela área, mas para outros, como eu e Dellaney, que moramos na terra de Araribóia, já não o víamos por mais de uma década.
Mário, um dos mais constantes em nossas reuniões, irmão do Frango Del Macumba, Vice-Presidente eleito da Confraria, e que comandou o som ambiente, apareceu com o pé engessado, de muleta, e afirmou que viria de qualquer maneira. Outro exemplo que muito nos emocionou.
Soninha e Érika representaram a ala feminina. Em menor número mas não menos importantes para nossa história. Sonia e Falcão, hoje apenas amigos, foram casados e são pais de uma linda menina. Érika e Byra vivem juntos por quatro anos, depois de uma amizade de quase trinta anos.
Jorge Luiz Cachórros e Marquinho Cabeça estão com ares de mais velhos. Cabelos brancos e uma extensa calvície lhes dão uma aparência de mais idade do que realmente possuem. O mesmo acontece com o Betinho PQD e sua barba totalmente cerrada e branca.
Amaro e Moita, ambos da Correa de cima, fazem parte do núcleo mais constante em nossos Encontros. Sempre presentes, seus sorrisos sinceros são símbolos de nossa alegria e de nossa união.
Com suas testas cada vez mais longas, Chiquinho e Zé Franguinho, dois craques na bola e na amizade, representam a geração saúde. O primeiro é professor de tenis e tem na família campeãs nacionais de um esporte que não era comum entre nós. O Zé continua com sua eterna preocupação de manter o corpo em forma, principalmente o tanquinho abdominal, que está cada vez mais parecido com uma máquina de lavar.
Vieira e Dellaney representavam um pequeno núcleo de oposição à atual (e permanente) Diretoria e que virou purpurina. Vieira, após intensas negociações, aceitou o cargo de Vice-Presidente para Assuntos Aleatórios e o Della continua como membro do Conselho, presidido pelo Byra, irmão do Presidente.
Mascote da reunião, em sua primeira participação, Cláudio Qualira, ou Qualirinha, como era chamado, é filho do grande e saudoso Qualira, um amigo de nossos pais mas que apesar da diferença de idade, participou de forma ativa em nossa turma. Um “merdífaro, bostífaro, cagonífaro”, como gostava de nos chamar.
E não poderíamos fechar este Encontro, sem fazer referencia e agradecer ao amigo, Betinho Chahaira, que pouco antes do encontro fez questão de enviar uma mensagem de solidariedade e lamento por não estar presente, e também a Kibe, Derzemar e Cecé, que de forma pontual, às 21 horas, se fizeram presentes com telefonemas diretos, onde foi possível reduzir a expectativa de décadas de separação.
Diante dos fatos narrados, não há como negar a importância deste nosso Encontro de 2008. A presença física de amigos que não se viam por mais de vinte anos, assim como dos telefonemas de outros que ainda não os revemos por igual período, mas que sabemos estarem firmes e fortes, geram "tantas emoções" que nem Roberto Carlos saberia melhor expressar.
E assim como o Byra postou para nós, ressaltamos os versos de Miltom Nascimento: “Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar...”, e que esse Encontro seja para breve, e sempre melhor a cada ano que passe.
Um beijo, e um drink, no coração de cada um.
J Drinks

6 comentários:

Anônimo disse...

MEUS AMIGOS...

Não pude deixar de me emocionar com as palavras de meu irmão-amigo Zé Drinks. Acredito que o tempo nos deixe mais sensíveis, e algumas coisas, que sempre nos soou como naturais, de rotina, passamos a valorizar - no sentido pleno da palavra: dar valor. E entre esses 'tesouros' que valorizamos - mais e mais -, a cada momento, está a AMIZADE.

Para confirmar as palavras do Zé, reproduzi abaixo um texto de Vinícius de Moraes que corrobora com os seus pensamentos.

AMIGOS
Vinícius de Moraes

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto e a absoluta necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor, eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos, enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
Alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.
Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade, não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar!
Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E, às vezes, quando os procuro, noto que eles não têm noção de como me são necessários, de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo que eu, tremulamente, construí e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu oro pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é, em> síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos, cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim, compartilhando daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece e que a roda furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo, andando comigo, falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente os que só desconfiam ou talvez nunca vão saber que são meus amigos.
A gente não faz amigos, reconhece-os.

Um beijo no coração de todos e
obrigado por vocês existirem

Byra

Anônimo disse...

E o que dizer desse grupo de desajustados que vai comemorar 50 anos de convivência?
Uns com mais, outros com menos tempo. Grupos afins dentro do grupo. Tudo dentro dos padrões convencionais de convivência. Mas , com o passar do tempo, TODOS são contaminados pelo ‘vírus’ da verdadeira amizade. Aquela amizade sem egoísmo que se manifesta e permanece, na maturidade. Aquela que não precisa ‘estar perto’ fisicamente. Aquela que nos dá a certeza de que ‘valeu a pena viver o que vivemos e como vivemos’.

Que o tempo agora seja nosso aliado e sedimente cada vez mais nossa amizade.

Byra

Anônimo disse...

Byra e amigos,

Minha mãe foi amiga de uma senhora por 72 anos. Infelizmente a senhora, faleceu mês passado. Ela mecontou que eleas se conheceram quando tinham 5 anos de idade e desde então, não mais perderam contato.
Considero que isto é possível por dois fatores: o jeito de ser do carioca e a geografia da cidade que permite maior intimidade, uma vez que tudo é perto.
Meu pai me dizia que "morrer é nunca mais ser visto". Mas mesmo não nos vendo por muitos anos, estamos vivos no coração de uns e de outros.
Concordo com o Zé, a tradição (já podemos dizer assim) destes encontros serve para amenizar saudades, reencontrar amigos que há tempos não víamos e principalmente manter uma coisa que considero primordial: a preservação do espírito carioca de fazer amigos e de mantê-los.
Puxa! Legal pra caramba!...como diz minha filhinha; fazer 50 anos de amizade é digno de uma festa, e podem escrever que nesta estarei. Ora se não!

Kibe

Anônimo disse...

Zé Drinks, Bira e demais confrades,
Não quero estar fora na foto da próxima reunião! O brilho nos olhos de todos os participantes dizem mais que qualquer depoimento, afinal, reencontrar amigos é como viajar no tempo, é saber que temos uma história. E que história!
Foi uma fase muito importante da nossa vida e que tivemos o privilégio de compartilhar com pessoas tão especiais, tão divertidas, tão diversificadas, deixando marcas em nosso caráter e em nosso coração.
Mas, como a vida continua, as reuniões também não podem parar, e, de preferência, sempre com mais participantes.
Espero, do fundo do meu coração, que na próxima reunião meus olhos estejam brilhando juntos com os de vocês!
Obs.: Bira, esse texto do Vinícius é tão verdadeiro que chega a machucar! Faço dele as minhas palavras (que pretensão!).
Bjunda.
Beto Chahaira

Drinks e Kibe disse...

Betinho

Vc mostrou ser observador, pois me chamou muito a atenção os olhares e sorrisos de cada um que estavam naquela foto e com exceção do Gaguinho, Curi e Sérgio Columá, que apareceram pela primeira vez, os demais foram aleatórios, mas posso afirmar que meu desejo era colocar a careta de cada um, inclusive de vcs (vc. KIbe, Derzemar e Cecé) que também se fizeram presentes e tenho a certeza absoluta que seus olhares e sorrisos por mais este encontro não foi de menor tamanho.
Um bjunda tb no seu coração e for possível, venha saborear a paella de Mestre Kibe, em janeiro próximo.

J Drinks disse...

Após ler os comentários da Cecé, onde ela nos faz algumas confidencias e as relaciona com o nosso último Encontro, nada mais justo, sem querer fazer qq fofoca, que suas palavras fiquem aqui registradas:
"Agora fiquei bolada....
Tô achando que tb preciso de um saco com gelo,rsss
A memória (já falei, tenho problema de DNA) me permite lembrar o seguinte:
Conhecia alguns da Correa, da praia e do Amaro Cavalcanti, sei lá se eram de cima ou baixo.
Ia muito ao Guanabara e Mourisco (escondida do meu pai, dizia que ia prá Sírio).
Naquela época era comum ficar, dar uns beijinhos na festa e acabava ali.
A Mônica é quem conhecia mais o pessoal, andávamos juntas.
Namorei Zé Alexandre um tempinho, fui trocada por um carnaval, acho que em Rio das Ostras, lembra Zé??? Fiz amizade com a Leila e vivia na casa deles.
Saía prá dançar e praia com Zé Bira, Roberto, Santa e umas meninas que não lembro os nomes.
Assisti muita pelada no aterro, gostava de futebol.
Curti uma apaixonite, ele nem me dava bola, por um que sabia morar na Correa de cima.,
Lembrei do fato vendo as fotos.
O nome???? Prefiro não comentar,rssss"
Cecé